quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Frigorífico Independência suspende abate bovino em todo o país

A rede de frigoríficos Independência, uma das maiores exportadores de carne bovina do Brasil, anunciou hoje a suspensão dos abates em todas as suas unidades em funcionamento no país. O motivo, segundo a empresa, é a "falta de fluxo de caixa", situação que estava a gerar atrasos no pagamento dos pecuaristas.As dez plantas fechadas estão nos Estados de Mato Grosso (cinco unidades), Mato Grosso do Sul (duas), Goiás (uma), Minas Gerais (uma) e Rondônia (uma). Segundo a assessoria da empresa, os animais que estavam na escala de abates foram devolvidos aos fornecedores e não há prazo para a retomada das atividades.Não foram divulgadas informações sobre o número e o destino dos trabalhadores afetados. Há menos de um mês, a empresa anunciou o fechamento de uma unidade de abates em Campo Grande (MS) e confirmou 400 demissões e o remanejamento de outros cem funcionários para abatedouros localizados em Nova Andradina e Anastácio (MS).À ocasião, em nota à imprensa, o Independência informou que a medida estava sendo tomada em razão da elevada "ociosidade industrial" da unidade --por falta de animais, menos de 60% da capacidade de abate (mil animais por dia) vinha sendo utilizada."O rebanho bovino do Estado do Mato Grosso do Sul diminuiu cerca de 10%, ao mesmo tempo em que a capacidade da indústria frigorífica aumentou de 30 a 40%", dizia a nota, que afirmava que as outras duas unidades restantes no Estado continuariam "operando normalmente".Hoje, a assessoria disse não dispor de informações sobre os motivos para os problemas de caixa da empresa. Até dezembro de 2008, a empresa tinha capacidade de abater 12 mil cabeças de gado diárias --com produção de 10.000 peles.JaneiroDados da balança comercial do agronegócio, divulgados pelo Ministério da Agricultura, indicam que o setor de carnes amargou redução de 26% na receita de exportações em janeiro, em relação ao mesmo mês no ano passado.No caso da carne bovina in natura, a queda foi ainda mais expressiva: 53,8% (de US$ 364 milhões em janeiro de 2008 para US$ 168 milhões em janeiro de 2009). Segundo o ministério, além de redução na quantidade embarcada (38,4%), os preços pagos por toneladas registraram queda média de 25%.A pedido da assessoria do Independência, a Folha enviou na tarde de ontem por e-mail uma lista de perguntas a respeito da suspensão e suas consequências para os trabalhadores das unidades paralisadas. Até a conclusão desta edição, não houve resposta.

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Friboi: Quando o boi é só um detalhe


Se serviu para alguma coisa, a crise de 2008 acabou por comprovar que falta às empresas a competência para navegar no turbulento oceano das finanças, repleto de derivativos tóxicos e outros venenos. Os casos de Sadia, Aracruz e Votorantim são suficientes para demonstrar que mexer com finanças sofisticadas é coisa para financistas - ou, pode-se dizer, nem mesmo para eles. Diante disso, um caso chama a atenção justamente por ser uma incrível exceção. Em setembro, a mesa de operações financeiras do JBS-Friboi, maior frigorífico do mundo, espantou o mercado ao anunciar que obtivera um lucro de 722 milhões de dólares em suas operações de câmbio. Isso na mesma semana em que Sadia e Aracruz demitiram os executivos apontados como responsáveis por afundá-las em prejuízos oriundos de apostas desastradas na variação do dólar. Claro, apostas são apostas, e a do Friboi poderia ser apenas um lance de sorte. Esse, porém, não parece ser o caso. Parte do ganho se refere a ajustes diários de operações com derivativos dos recursos disponíveis para aquisições no exterior. Segundo apurado por uma revista especializada em negóciosou, o time de dez profissionais da mesa de operações do Friboi será responsável por aproximadamente 20% do lucro total do grupo em 2008. Os outros 54 990 funcionários responderão pelos 80% restantes. Os responsáveis por esse feito são executivos que ainda não chegaram aos 40 anos. O chefe da mesa de operações do Friboi é Emerson Loureiro, de 37 anos, que deixou o BankBoston há seis anos para se integrar à equipe. A mesa, uma espécie de treasury center ("centro de tesouraria", em inglês), funciona como uma estrutura à parte dos outros departamentos do grupo, principalmente no que se refere à remuneração por desempenho. Enquanto executivos de outras áreas recebem bônus de até 12 salários ao ano, na mesa a coisa é bem diferente - num bom ano, como 2008, os funcionários podem receber até 40 salários de bonificação. Criada em 2003, a mesa é responsável pela gestão dos riscos financeiros da companhia - que incluem oscilação de moedas, idas e vindas nas taxas de juro e exposição aos preços de commodities relacionadas ao negócio. Além de atuar no mercado futuro de boi, a mesa faz operações que nada têm a ver com o negócio, como compra e venda de contratos de soja e petróleo. Para prevenir prejuízos como os que acometeram Aracruz e Sadia, os funcionários da mesa do Friboi são expressamente proibidos de se aventurar no terreno das operações alavancadas. O limite de perda por operador é de cerca de 20% do patrimônio negociado por dia, segundo fontes ligadas à mesa. Se eles chegam próximo disso, têm de zerar as posições. Mesmo com essas restrições, a mesa do JBS-Friboi movimenta cerca de 5 bilhões de reais por mês e é responsável por pelo menos 20% dos contratos futuros de boi da BM&F. A ideia de montar uma mesa de operações partiu de Joesley Batista, um dos controladores e atual presidente do JBS- Friboi, quando as exportações do grupo começaram a crescer, no fim dos anos 90. Nessa época, surgiram dois desafios: reduzir as oscilações nos resultados da companhia, que passaram a ser frequentes por causa da volatilidade do dólar, e garantir a matéria-prima a um preço fixo. Após visitar a sede da americana Cargill, gigante do agronegócio famosa pela competência na compra e venda de commodities, Batista convidou Emílio Garofalo Filho, ex-diretor da área externa do Banco Central, para desenhar a mesa de operações. Com a estrutura montada, surgiu o segundo grande problema: convencer os pecuaristas a vender o boi ao preço de hoje para entregar no futuro - a chamada operação a termo. Para explicar as vantagens desse modelo de contrato, Batista fez cerca de 20 palestras entre 2003 e 2005 para mais de 5 000 pecuaristas. "Foi uma espécie de catequização dos fazendeiros, que estavam acostumados a vender o boi no mercado à vista", diz Garofalo. O empenho de Batista impulsionou o mercado futuro de boi negociado na BM&F. Desde a criação da mesa, em 2003, até o fim do ano passado, o volume de negócios desse mercado cresceu 36 vezes.
Pelo modelo criado por Joesley Batista, a mesa de operações representa muito mais do que um mecanismo meramente financeiro. "A mesa é a espinha dorsal do negócio", diz um executivo próximo ao Friboi. Até mesmo o momento e a quantidade a ser vendida de determinada peça de carne são decididos na área, que acompanha minuto a minuto as cotações no mercado. Com base numa média ponderada dos preços dos cortes, os operadores identificam se a cotação praticada no mercado está alta ou baixa e, consequentemente, se é vantajoso vender ou comprar naquele momento. Recentemente, Joesley Batista convenceu seus irmãos a aumentar ainda mais a área financeira da empresa, criando o JBS Banco. O objetivo é oferecer financiamento aos pecuaristas para, entre outras coisas, a construção de unidades de confinamento. O sucesso de sua área financeira levou Batista, inclusive, a anunciar mudanças recentes na estrutura do grupo. Em fevereiro, o Friboi demitiu 40 gerentes. Seu objetivo é tornar as decisões dos responsáveis por cada unidade mais ágeis e, assim, fazer com que a percepção dos operadores em relação ao mercado seja colocada em prática de forma mais rápida - o que aumentará ainda mais a responsabilidade de um departamento financeiro que, algo raro hoje em dia, ajuda em vez de atrapalhar.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Brasileiros são líderes em acesso à internet

Após perder a liderança para os franceses e alemães em dezembro, os brasileiros voltaram a ser, em janeiro, o público que passa mais tempo navegando pela internet. De acordo com um levantamento Ibope/NetRatings, no mês passado, o tempo médio do brasileiro na internet foi de 24 horas e 49 minutos, uma alta de 8,7% em relação a dezembro. Os internautas do Reino Unido ficaram em segundo lugar, com um tempo médio de navegação de 24 horas e 37 minutos. Em seguida estão os espanhóis, que navegaram 24 horas e seis minutos no mês de janeiro. No mês passado, aumentou no Brasil a audiência de sites sobre carros e viagens. A categoria automóveis cresceu 14,2%, atingindo 4 milhões de usuários únicos. Já páginas sobre viagens tiveram uma aumento de 13,3% nas visitas, e chegaram a 7,8 milhões de usuários.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Azul prevê investir até US$ 800 mi este ano

O fundador e presidente do conselho administrativo da Azul Linhas Aéreas, David Neeleman, afirmou hoje que os investimentos da companhia aérea este ano devem somar US$ 600 milhões, "talvez US$ 800 milhões". Segundo ele, a questão dos financiamentos para 2009 está resolvida e agora o trabalho é para viabilizar os recursos já pensando em 2010. "Esperamos que o mercado melhore", afirmou. Segundo Neeleman, a Azul deve comprar em 2009 de 12 a 14 aeronaves para operar novas linhas. "Nós temos opção de até 14 aviões. Acho que vamos comprar 12. De 12 a 14, isso depende do que vai acontecer com o Santos Dumont (aeroporto)", afirmou o executivo, explicando que aguarda a autorização para a companhia operar no aeroporto do Rio de Janeiro ainda no primeiro semestre deste ano. Em 22 de janeiro, o presidente executivo da Azul, Pedro Janot, havia afirmado, no Rio de Janeiro, que a empresa poderia reduzir a frota prevista para 2009, de 16 aeronaves, devido à escassez de crédito no mercado internacional. O executivo, porém, não estimou qual seria a redução. Para 2010, a Azul planeja adquirir mais 10 aviões, segundo Neeleman, que se reuniu hoje com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. O executivo contou que fez uma explanação sobre o desenvolvimento do mercado de aviação no Brasil depois da chegada da Azul. "Hoje tem muito mais gente viajando do que há dois meses", afirmou ele, destacando que o mercado aéreo brasileiro é muito pequeno para o tamanho de um país como o Brasil. "Hoje temos 50 milhões de passageiros. Deveria ter de 150 milhões a 200 milhões", afirmou. Neeleman destacou dificuldades do mercado brasileiro, como as tarifas altas e a falta de voos. O fundador da Azul espera que o mercado de aviação civil continue sua trajetória de expansão apesar da crise e disse que a sua companhia deve crescer mais do que a média do mercado. "Nossas rotas vão crescer até dez vezes mais do que hoje", afirmou Neeleman, que prometeu novas promoções de passagens. "Vamos encher os aviões", afirmou.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Com a parceria da Agra, espanhol paga 37,9 milhões pela Abyara


A IPU Participações, empresa na qual o espanhol Enrique Bañuelos tem 70% de participação e a incorporadora Agra tem 30%, informou que vai pagar 37,92 milhões de reais por 62,13% da Abyara, o que corresponde a 1,2 real por ação - valor bem inferior ao preço do papel da empresa no fechamento do pregão de hoje, de 2 reais. No auge do boom da construção civil na Bovespa, em meados de 2007, a ação da Abyara chegou a valer mais de 30 reais. Pelo acordo firmado na tarde de hoje, a IPU terá cinco anos para pagar os antigos controladores da Abyara.
De agora em diante, será a IPU que vai concluir o processo de renegociação da dívida da Abyara junto aos bancos - uma dívida de cerca de 430 milhões de reais, dos quais 300 milhões com vencimento este ano. O objetivo dos novos donos é reduzi-la para menos de 180 milhões de reais.
Uma vez concluída a questão da dívida - o que poderá acontecer em março, a Abyara fará um aumento de capital da ordem de 100 milhões de reais. Se os minoritários não acompanharem, os novos controladores vão garantir a operação.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Teste de competências

As empresas estão mais rígidas ao contratar profissionais. A mistura psicologia e estatística e está se tornando mais popular entre os RHs, pois para contratar novos profissionais ou selecionar sucessores, a fabricante de calçados Grendene utiliza um método de avaliação de competências chamado psicometria. Trata-se de uma técnica que emprega ferramentas estatísticas para eliminar o alto grau de subjetividade das avaliações comportamentais. A bateria de testes dura até oito horas e inclui um questionário, com mais de cem perguntas, simulação individual ou em grupo e até exercícios de interpretação, para medir a capacidade de raciocínio lógico do profissional. O objetivo é mapear matematicamente as competências do candidato para ocupar um determinado cargo. No fim, o profissional recebe uma nota para cada item avaliado e a empresa define com clareza quem é o mais apto para exercer a função. “O acerto na escolha de profissionais para contratação ou sucessão chega bem perto de 100%”, diz Jaime Bellicanta, gerente de recursos humanos da Grendene. Por essa razão, a psicometria está ganhando mais adeptos entre os profissionais de RH.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

DEM deve desistir de expulsar dono de castelo

O DEM deve recuar da decisão de expulsar do partido o deputado Edmar Moreira (DEM-MG), acusado de não declarar à Justiça Eleitoral um castelo estimado em R$ 25 milhões. Como Moreira ingressou no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com pedido de desfiliação da legenda por justa causa alegando perseguição política, o DEM avalia que terá mais chances de permanecer com a vaga do deputado na Câmara caso não o expulse da legenda.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

A-HA no Brasil

A banda norueguesa A-ha divulgou em seu site oficial que fará dois shows no Brasil em março. Segundo a página, o grupo dos anos 80 toca em São Paulo, no dia 25 de março, no Credicard Hall, e no dia seguinte no Rio de Janeiro, no Citibank Hall. A assessoria do Credicard Hall ainda não confirmou as apresentações no país. trio norueguês já esteve no Brasil diversas vezes. A primeira delas, em 1989. Formado em Oslo, em 1982, o A-ha fez grande sucesso com canções como "Take on Me", "The Sun Always Shine on TV, "Hunting High and Low", "Cry Wolf" e "Touchy!", entre outras.O álbum mais recente da banda é "Analogue", de 2005.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Brasil está preparado para enfrentar crise, diz Goldman Sachs

O Brasil está preparado para enfrentar a crise financeira mundial, afirmou o banco americano Goldman Sachs. Em relatório publicado esta semana, o banco destacou que o país tem a vantagem de possuir um amplo colchão de reservas internacional que, em 2008, eram de US$ 193,8 bilhões, e que se reduzirão em 7,7% em 2009. Durante sua conferência anual, o Goldman Sachs, que se referiu ao Brasil como "uma jiboia constritora que devorou muita dívida e agora não consegue digeri-la", previu ainda um crescimento de 1% da economia latino-americana para 2009. O documento alerta que haverá “muitas vítimas entre as grandes empresas” e que “não há financiamento e há muita dívida” na América Latina, que em 2009 alcançará os US$ 67 bilhões, após vários anos com números positivos para a região. Isto influirá negativamente nas exportações, que, até agora, foram a fortaleza econômica principal da região. As dívidas acabarão sendo pagas com dinheiro público, o que terá um impacto diferente em cada país.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

MP3 players levam à surdez, alerta UE

Mais de 10 milhões de europeus correm o risco de perder sua capacidade auditiva porque ouvem players MP3 em volume alto. De acordo com o Comitê Científico Europeu para Atuais Riscos de Saúde, escutar players de música em volume alto por longos períodos provoca a perda da audição e zumbidos no ouvido. órgão de saúde descobriu que cerca de 5% a 10% dos usuários de MP3 estão expostos a perda completa da audição se ouvirem música com o aparelho por mais de uma hora por dia durante no mínimo cinco anos. Até agora não existe cura para essa deficiência nem para os zumbidos auriculares. “Vamos ser francos, estamos diante de uma catástrofe caso nada seja feito urgentemente para controlar essa situação”, declarou Stephen Russell, do grupo de defesa dos direitos do consumidor pan-europeu ANEC.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Google prepara data center em alto mar

Em sua modesta ambição de organizar toda a informação da internet, o Google tornou-se um dos maiores responsáveis por armazenar dados no mundo. A expansão dos data centers, no entanto, pressiona os custos da companhia e a coloca a na mira de ambientalistas, preocupados com o consumo excessivo de energia.Uma ousada proposta para cortar custos e explorar energias limpas é a criação de data centers em alto mar, ideia que o Google registrou no Trademark Office, órgão responsável por patentes nos Estados Unidos.O Google não informa quando pretende colocar no oceano os primeiros navios/data center. Já a IDS, uma companhia americana de storage que detém patente similar para criar data centers flutuantes, prevê colocar em navegação seu primeiro barco do tipo até abril. No caso da IDS, a companhia comprou navios antigos que seriam aposentados por armadores. As embarcações estão sendo reformadas no porto de São Francisco, na Califórnia. Vão receber preparo especial para acomodar servidores, escritórios, gerador de energia, baterias, dormitórios e refeitório.O navio contará com hélices aéreas para captar os ventos marítimos e transformá-los em energia elétrica. Um sistema de bóias lançadas ao mar é capaz também de transformar o movimento das ondas do oceano em energia.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Produção industrial no país tem pior queda na história

A indústria brasileira sofreu em dezembro do ano passado a queda mais acentuada da produção já registrada, reflexo da retração da demanda e da resposta imediata das fábricas para tentar contornar os efeitos do agravamento da crise financeira mundial. As indústrias instaladas no país amargaram uma queda de 12,4 por cento na produção de dezembro ante novembro, a mais acentuada da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), iniciada em 1991. No último trimestre de 2008, o desempenho industrial ficou 9,4 por cento abaixo do registrado nos três meses anteriores, acrescentou o IBGE.Na comparação com dezembro de 2007, o quadro também mostra uma forte deterioração do setor. "A queda na produção foi de 14,5 por cento, menor marca de toda a série histórica", informou o IBGE. Os dados vieram bem piores do que as projeções feitas por analistas consultados pela Reuters. De acordo com o levantamento, os analistas esperavam uma queda mensal de 6,6 por cento e um recuo de 9,0 por cento na comparação com dezembro do ano anterior. Foi muito pior do que o esperado, um verdadeiro tombo.

Em crise, Santelisa Vale demite 109 funcionários

A Santelisa Vale, segunda maior processadora de cana-de-açúcar do País, confirmou hoje a demissão de 109 funcionários em várias unidades da companhia, que enfrenta uma grave crise financeira. Segundo a empresa, as demissões foram feitas em todos os setores e fazem parte de um processo de "ajuste de produção". Até 14 mil funcionários trabalham no pico da safra na Santelisa Vale, que não informou quantos são empregados na entressafra, ou seja, excluindo os cortadores de cana, imensa maioria dos colaboradores. A Santelisa Vale processa cerca de 25 milhões de toneladas de cana-de-açúcar em suas quatro unidades na região de Ribeirão Preto - Santa Elisa, Vale do Rosário, MB e Jardest - e nas usinas das quais é sócia: tem 65% da Continental, em Colômbia (SP) e 50% da Tropical Bioenergia, em Edéia (GO). A companhia informou ainda que não estão previstas mais demissões nas unidades e que até março inicia a contratação dos cortadores para a safra 2009/2010. Paralelamente, a Santelisa Vale segue afundada em uma dívida que, segundo fontes do mercado, variaria de R$ 3 bilhões a R$ 3,4 bilhões. A companhia confirma apenas que o valor seria superior a R$ 1 bilhão. A dívida, no entanto, assustou grupos interessados em adquirir os ativos do conglomerado sucroalcooleiro. Na semana passada, representantes de grandes companhias visitaram as usinas e, de acordo com a Santelisa Vale, devem fazer propostas de aquisição. Uma definição sobre a venda, ou não, pode sair antes do início da safra. Entre os grupos interessados estão a Cosan, a ETH, as gigantes Bunge e Cargill. Além da possibilidade de venda, a Santelisa Vale busca no mercado formas de se capitalizar, como um pedido de aporte de R$ 500 milhões junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Há um ano, o fundo de participações do banco de fomento, o BNDESPar, injetou R$ 150 milhões na companhia e obteve uma participação de menos de 10% do capital acionário.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

José Sarney é eleito presidente do Senado

Com confortável diferença de votos em relação a Tião Viana (PT-AC), 49 adesões a 32, o candidato peemedebista José Sarney (AP) foi eleito há pouco presidente do Senado para os próximos dois anos. O resultado da votação – manual e em caráter secreto – foi anunciado pelo agora ex-presidente da Casa, Garibaldi Alves (PMDB-RN). A vitória já era conhecida bem antes da contagem final. Ao alcançar os 42 votos necessários para ser eleito, Sarney recebeu com um discreto sorriso os aplausos de sua ampla bancada (20 senadores), além de aliados de outros partidos - mesmo do PSDB, sigla que declarou apoio a Tião. Papaleo Paes (PSDB- AP) foi um dos que saudaram o novo presidente com palmas. De maneira a confirmar a "dissidência" de Papaleo, Virgílio garantiu que Sarney foi eleito com 12 votos da bancada, que reúne 13 nomes.

Deputados elegem Michel Temer presidente da Câmara

Com 304 votos, o deputado Michel Temer (PMDB-SP) acaba de ser eleito presidente da Câmara em primeiro turno. Presidente nacional do PMDB há sete anos e deputado federal em sexto mandato, Temer já ocupou o o cargo por dois biênios, entre 1997 e 2001. Seus adversários, Ciro Nogueira (PP-PI), e Aldo Rebelo (PcdoB-SP), tiveram 129 e 76 votos respectivamente. Em seu discurso após a vitória, Temer afirmou que venceu a disputa por representar o desejo da Casa. "Não sou um deputado eleito pelo PMDB, em favor do PMDB. Sou um deputado eleito pela Casa", discursou. O discurso do peemedebista também procurou apagar o incêndio causado pela eleição do colega de partido José Sarney (AP) como presidente do Senado. Ele disse que é preciso acabar com "acordos feitos e não cumpridos" e que o Plenário determinará ao presidente o que a Câmara deve fazer. "Nós preservaremos a integridade do Poder Legislativo", afirmou.Temer ainda destacou que o próximo biênio será "complicado" em virtude da crise financeira internacional. "O período não será fácil", avalia, ressaltando que medidas impopulares devem ser enfrentadas pela Casa. Durante a votação, deputados criticaram a interpretação dada pela Mesa Diretora à quantidade de votos necessária para eleger o presidente da Câmara. Enquanto os partidários dos candidatos de Aldo e Ciro Nogueira afirmavam que seria necessária a maioria absoluta dos total de parlamentares (257 votos, no mínimo), aliados de Temer defendiam a maioria absoluta dos votos dos deputados presentes à sessão.