domingo, 31 de outubro de 2010

Dilma é eleita presidente


Pela primeira vez na história política do país, o Brasil será presidido por uma mulher. A mineira Dilma Vana Rousseff, 62, foi eleita presidente da República neste domingo. Na primeira vez que disputou uma eleição, Dilma obteve 55.725.529 votos (56%). O candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, José Serra, teve 43.711.388 votos (44%). A vitória foi constatada por volta das 20h, quando, com 92,53% das urnas apuradas, a candidata ungida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a 55,43% dos votos e Serra, com 44,57%. A ex-ministra da Casa Civil tornou-se a mulher mais votada em todas as eleições já realizadas no país. Apesar da façanha nas urnas, não conseguiu bater o seu padrinho político. Em 2006, Lula foi reeleito com mais de 58 milhões de votos (60,8%) contra mais de 37 milhões de Geraldo Alckmin (39,1%). Ao lado do governador eleito do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), a ex-ministra votou em um colégio de Porto Alegre (RS) pela manhã. Depois seguiu para Brasília. Acompanha a apuração e a divulgação oficial do resultado ao lado de Lula no Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente. Congresso e oposição – Ao assumir a presidência, em 1º de janeiro de 2011, Dilma terá o conforto de ter a seu favor um Congresso Nacional com ampla maioria. Na Câmara, obteve vantagem ainda maior do que a de Lula. Vai contar com mais de 350 dos 513 parlamentares. O PT tornou-se a maior bancada da Casa. O Senado, que tinha um equilíbrio maior de forças, também sucumbiu à onda vermelha. Um crescimento expressivo do PT e a maior bancada nas mãos do PMDB devem dar tranquilidade à nova presidente. Os governistas somam ao menos 50 cadeiras (número ainda em aberto por causa da Lei da Ficha Limpa). Dilma terá o que Lula não teve: uma maioria qualificada, com mais de 3/5, não só na Câmara, mas também no Senado. Com essa sustentação, o governo tem uma base suficientemente grande até mesmo para aprovar mudanças na Constituição - que exigem o consentimento de 49 senadores e 308 deputados. Por outro lado, a petista terá de lidar com uma oposição forte nos estados. O PSDB de Serra garantiu os governos de quatro estados já no primeiro turno - entre eles São Paulo e Minas Gerais, os dois maiores colégios eleitorais do país. No segundo turno, os tucanos brigaram por mais cinco estados – Alagoas, Goiás, Pará, Roraima e Piauí. Só não levaram o Piauí. O DEM governará Santa Catarina e Rio Grande do Norte, conquistados já no primeiro turno. Pouco conhecida da população até o momento em que Lula entrou em campo para apadrinhar sua candidatura, nunca havia disputado uma eleição. Era uma figura dos bastidores: foi secretária de governo no Rio Grande do Sul, ministra de Minas e Energia e da Casa Civil antes de subir ao palanque em 2010. Agora, se depara com o desafio de suceder o presidente mais popular da história política brasileira. E sair da sombra dele para alçar voo próprio. As informações são da Revista Veja.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Fofoca

A preparação da candidata do PT à Presidência para o debate de hoje na TV Globo incluiu assistir, mais de uma vez, a vídeos dos debates de Lula na emissora nos segundos turnos de 2006 e 2002.A estratégia da campanha é assemelhar o desempenho de Dilma daquele que o presidente Lula teve nos embate contra Geraldo Alckmin (PSDB), em 2006, e contra José Serra, atual adversário da petista, em 2002.

Fluminense vence o Grêmio e abre três pontos na liderança

O Fluminense venceu o Grêmio, na noite de quinta, e abriu três pontos na liderança do Brasileirão, mas com um jogo a mais que o Cruzeiro. O argentino Conca comandou a vitória com dois gols no Engenhão. O primeiro, num chutaço de fora da área. No segundo, Conca tocou para Washington e completou o lance. Na comemoração, fez questão de agradecer ao companheiro. Fluminense 2 x 0 Grêmio. Em Barueri, Ricardo Oliveira chutou forte para fazer São Paulo 1 x 0 Atlético Paranaense. Guerrón roubou a bola, invadiu a área e chutou cruzado: 1 x 1. Miranda, de cabeça, garantiu a vitória do São Paulo: 2 x 1. Em Goiânia, Marcão tentou duas vezes para fazer o gol do Atlético Goianiense. O Ceará empatou na cobrança de falta de Michel, com a contribuição do goleiro Márcio. Final: 1 a 1.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Richa se reúne com a bancada federal nesta segunda-feira


O governador eleito Beto Richa se reúne em almoço com a bancada federal paranaense na próxima segunda-feira (1), em Curitiba, para discutir as emendas que serão apresentadas ao Orçamento Geral da União de 2011. Antes do encontro, a bancada tem uma reunião com entidades representativas do Estado para discutir o mesmo tema. “Terei um diálogo permanente com a bancada federal. As portas do Palácio Iguaçu estarão abertas aos deputados e senadores para o exame das questões de interesse do Estado em Brasília”, disse o governador eleito.“O Paraná tem sido historicamente relegado a segundo plano na divisão do bolo tributário nacional. É hora de reverter a situação. Com competência técnica na elaboração de projetos e liderança política positiva, vamos ampliar as transferências e recursos federais destinados ao Estado, além de garantir maior efetividade às emendas dos parlamentares paranaenses”, declarou Beto Richa, em referência ao fato de que muitas das propostas, embora incluídas no orçamento, não são executadas pelo governo federal. Cada parlamentar pode apresentar emendas no valor de até R$ 12,5 milhões e a bancada tem direito de propor 20 emendas coletivas.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Heineken anuncia aumento de 24% nas vendas trimestrais

A holandesa Heineken, uma das principais produtoras de cerveja do mundo, anunciou nesta quarta-feira um aumento de 24% em ritmo anual no volume de vendas no terceiro trimestre, graças à compra da mexicana FEMSA. O faturamento aumentou 13%, a 4,62 bilhões de euros (6,4 bilhões de dólares), segundo a empresa. A Heineken passou a contabilizar a partir de 1º de maio no cálculo seus resultados os números da mexicana FEMSA, líder da América Latina com marcas como Sol e Dos Equis. A empresa holandesa anunciou em janeiro a compra da FEMSA por 5,3 bilhões de euros (7,7 bilhões de dólares). O grupo informou ter registrado um lucro líquido de 520 milhões de euros no terceiro trimestre. A Heineken, terceira maior empresa do mundo por volume de produção, tem mais de 200 marcas de bebida, com destaque para as cervejas Heineken, Amstel, Cruzcampo, Birra Moretti, Foster's, Strongbow e Tiger.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Ademar Traiano será o líder do Governo Richa na Assembleia

O deputado Ademar Traiano (PSDB) assumirá as funções de líder do governo Beto Richa na Assembleia Legislativa. Traiano, que ocupa atualmente a liderança do PSDB na Casa, foi convidado pelo governador eleito nesta segunda-feira (25/10). “Aceito como uma convocação e como um desafio. O governo Beto Richa fará transformações fundamentais em toda a estrutura do Estado e precisará de uma sólida base de sustentação na Assembleia Legislativa”, disse Traiano. “Vou assumir estas funções bastante motivado para contribuir com o nosso governador e com o desenvolvimento social e econômico do Estado do Paraná”. Para Richa, “Traiano tem o perfil apropriado para a posição, que será de grande relevância no governo”. O deputado é membro da Comissão de Transição nomeada no início do mês por Beto Richa, e uma de suas principais atribuições é acompanhar a tramitação de mensagens enviadas à Assembléia pelo atual governo. Outro compromisso do futuro líder é encaminhar à Assembleia as propostas do governador eleito para o orçamento de 2011, que já está em tramitação legislativa. Como líder escolhido pelo governador Beto Richa, Traiano deve conduzir ainda as conversas para a formação da nova base de apoio parlamentar e participar das articulações para a eleição da futura mesa diretora da Assembleia. Ademar Luiz Traiano, de 57 anos, nasceu em Francisco Beltrão e foi eleito em outubro para o seu sexto mandato na Assembleia. Antes, foi vereador e prefeito de Santo Antonio do Sudoeste. Integrou várias comissões técnicas da Assembleia e é um dos mais experientes parlamentares da Casa. Formalmente, assumirá as funções de líder do governo no dia 1º de fevereiro de 2011, quando começa a próxima legislatura. O deputado é o segundo nome definido por Richa para ocupar funções no futuro governo. O outro é o do vice-governador eleito Flávio Arns, que já foi anunciado como o futuro secretário da Educação.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Campanha eleitoral nos EUA revela candidatos polêmicos

Do Jornal Nacional, da Rede Globo:


Qual será a surpresa da Apple ?


Esta matéria li no caderno Bits, do New York Times. Quando a Apple anuncia que promoverá um evento para a imprensa, a reação provocada pode nos levar a pensar que o Centro Nacional de Furacões identificou um novo furacão. Costuma haver uma especulação desenfreada em torno da importância e do impacto do evento: será um anúncio de categoria 5, apresentando um novo e revolucionário dispositivo, ou algo menos importante, de categoria 1, como atualizações básicas para o sistema operacional e os dispositivos existentes? Respeitando a tradição, a blogosfera estava em polvorosa na sexta feira enquanto os especialistas em tecnologia e os fãs da Apple tentavam adivinhar o que o diretor executivo da empresa vai anunciar na próxima quarta feira, 20, quando a empresa “mostrar uma prévia da próxima versão do Mac OS X”, e outros produtos novos. O popular blog AppleInsider, que acompanha as notícias da empresa, acredita que o evento da próxima semana apresentará uma nova versão do MacBook Air, mais reduzida. Kasper Jade, citando “uma fonte com um histórico consistente de palpites corretos”, escreveu no site AppleInsider que o novo MacBook Air terá um design completamente novo e contará com um moderno modelo de disco rígido chamado de “cartão SSD”, que mais parece “um pente de RAM, mas não é tão fácil de ser substituído pelo próprio usuário”. Erica Ogg, do CNET, diz que todas as características do novo MacBook Air “serão menores, bem como o preço”. Citando uma fonte familiarizada com a pauta do evento anunciado pela empresa, Erica disse que o preço do novo Air será “significativamente mais baixo” do que os atuais US$ 1.499,00. Kit Eaton, da Fast Company, destaca um novo conjunto de patentes registradas pela Apple nos últimos meses que exploram interfaces sensíveis a múltiplos toques em computadores desktop ou laptop.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Serra aposta na transferência de votos

A mobilização dos governadores vitoriosos no primeiro turno nos dez maiores colégios eleitorais do País aponta um potencial de transferência de votos extremamente favorável para o tucano José Serra no segundo turno. Na comparação dos votos que recebeu na disputa presidencial com os obtidos por esses governadores aliados vitoriosos, o candidato do PSDB poderá herdar cerca de 6 milhões de votos. A larga maioria desse potencial de transferência se concentra em Minas Gerais e São Paulo. No caso da petista Dilma Rousseff, o potencial de transferência de votos é mais modesto, mas não pode ser desprezado. Se conseguir captar a ajuda dos governadores eleitos alinhados com sua campanha, a petista poderá faturar mais 1,8 milhão de votos, especialmente no Rio de Janeiro e Pernambuco. O problema é que os principais colégios eleitorais já definiram suas disputas no primeiro turno. Dos dez Estados que concentram mais eleitores do País, apenas o Pará terá confronto no segundo turno. Isso obriga o governador eleito a ter realmente disposição para operar politicamente nessa fase da campanha para que a transferência se concretize, já que não precisa mais colar sua própria campanha com a do candidato presidencial. Nesse caso, o engajamento dos tucanos mineiros, liderados pelo senador eleito Aécio Neves e pelo governador reeleito Antônio Anastasia, pode alterar o panorama da disputa local. No primeiro turno, quando priorizaram as próprias eleições, os tucanos mineiros não desestimularam a existência do chamado voto “Dilmasia”, que reunia na mesma chapa o apoio para Dilma e Anastasia. Agora,com suas eleições resolvidas e a aliança formada por PT e PMDB esfacelada na região, Aécio e Anastasia passaram a concentrar seu trabalho em transferir votos para Serra no segundo maior colégio eleitoral do Brasil. Em Minas, Antônio Anastasia foi reeleito com 6,3 milhões de votos. Serra ficou muito abaixo desse patamar no primeiro turno. De fato, somou apenas 3,3 milhões de votos e sequer foi o mais votado entre os mineiros, perdendo para a petista Dilma Rousseff, que teve 5 milhões de votos no Estado. Se conseguir chegar ao tamanho obtido por Anastasia no primeiro turno, o tucano ganharia expressivos 3 milhões de votos. Em São Paulo, que concentra mais de 30 milhões de votos, o governador eleito Geraldo Alckmin assumiu o papel de tentar impulsionar a campanha de Serra. Alckmin foi eleito, com 11,5 milhões de votos, Serra foi o mais votado entre os paulistas, mas ficou 2 milhões de votos abaixo desse patamar, com 9,5 milhões de votos. Do lado de Dilma, as duas maiores apostas estão no Rio de Janeiro, onde Sérgio Cabral Filho (PMDB) foi reeleito governador com 1,4 milhão de votos a mais do que obtido pela petista, e em Pernambuco,onde o governador Eduardo Campos (PSB) pode transferir mais 700 mil votos para sua candidatura. O Rio Grande do Sul também pode ajudar na transferência, através do governado releitoTarsoGenro. O ex-ministro da Justiça conseguiu uma vitória com 400 mil votos a mais do total alcançado por Dilma entre os eleitores gaúchos. A situação da petista não é tão favorável porque em várias disputas ela já teve votação muito grande no primeiro turno. No Ceará e em Santa Catarina chegou a ter mais votos do que seus candidatos ao governo conseguiram. Na Bahia, outro importante colégio eleitoral, igualou o que ogovernador Jaques Wagner (PT) garantiu para ser reeleito.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Reprise de "Vale Tudo" na TV paga vira fenômeno


Mesmo que para saber quem matou Odete Roitman baste digitar as palavras certas no Youtube, a novela "Vale Tudo" voltou a se transformar em fenômeno depois que começou a ser exibida no canal pago Viva, na semana passada. A trama, que além da vilã vivida pela atriz Beatriz Segall tem uma galeria grande de personagens inesquecíveis --como Heleninha (Renata Sorrah), Maria de Fátima (Regina Duarte), Raquel (Gloria Pires) e Solange (Lídia Brondi)-- entra quase diariamente para os trending topics, a lista de assuntos mais comentados do Twitter, quando está sendo exibida. "Alguém aqui está revendo a novela 'Vale Tudo'? Eu estou praticamente escravizado", comenta um usuário do serviço de microblogging. "Isso sim vale a pena ver de novo!", se empolga outra. O detalhe é que o horário escolhido para a reprise é de madrugada, às 0h45. A trama também passa novamente ao meio-dia. Diversos usuários afirmam que a novela tem sido responsável pelo "sono tardio". "Minha insônia tem nome: 'Vale Tudo'. Que novela sensacional", afirma um. "Bom dia para quem assistiu 'Vale Tudo' até de madruga e não conseguiu acordar às 7h", ironiza outro. Consultado, o canal Viva diz que ainda não tem os números de audiência da novela. Mesmo sem dados oficiais, muitos internautas têm certeza de que a novela caiu mesmo --novamente-- nas graças do público. "Pelos comentários aqui, a reprise de 'Vale Tudo' no canal Viva está dando mais ibope que o 'Programa do Jô' (Globo)", diz um. "Acho que se 'Vale Tudo' passasse no horário das 21h ia ter mais audiência do que 'Passione'", aposta outro. A atriz Beatriz Segall, que viveu a empresária Odete Roitman na novela "Vale Tudo", que está sendo reprisada no Viva. Entre os comentários sobre a novela, há principalmente elogios ao texto da trama, que para eles continua atual. O discurso de Odete Roitman sobre o Brasil continua atual. A reprise de 'Vale Tudo' é uma utilidade pública", afirma um internauta. "Assistindo o canal Viva a gente consegue perceber como se desaprendeu a fazer televisão", concorda outro. Parte dos internautas se diverte ainda relembrando o final dos anos 80, "tempo em que videocassete era modernidade e só o filho da Odete Roitman tinha". "Vou comprar a trilha sonora de Vale Tudo em vinil só para criar um clima...", diverte-se um rapaz no Twitter. Para outra usuária do site, "é muito engraçado ver os atores todos novinhos". Enquanto isso, um terceiro se choca com uma cena em que a mocinha e seu amigo se preparavam para fumar um baseado. "Estranho ver isso, mas era 1988", afirma. Voz dissonante na internet, o autor de novelas Aguinaldo Silva, que assinou o texto de "Vale Tudo" junto com Gilberto Braga e Leonor Bassères, comentou sobre a reprise da novela em seu blog. Para ele, "quem vive de passado é museu". "Novela é ótimo quando está no ar, mas quando termina acabou, é descartável, a gente trata de pensar em outra, e depois em outra e em mais outra...", escreveu. "Quem disse que vou pagar 36 mirréis por mês pra ver uma novela que eu mesmo escrevi? Por causa de Odete Roitman? Mas quem precisa de Odete Roitman quando já teve Perpétua, Altiva Pedreira, Maria Regina, Nazaré, e já tem programado pelo menos meia dúzia de outras?", questiona o autor. Silva diz ainda que não fica chateado de o crédito principal de "Vale Tudo" ser atribuído a Gilberto Braga. "'Vale Tudo' foi uma ideia original de Gilberto Braga, e é natural que isso seja sempre reafirmado", afirma. Eu particularmente achei esta telenovela uma das melhores já escritas no Brasil, tanto que tem um texto ainda atual e está apresentando, pelo que se percebe, excelentes níveis de audiência.

sábado, 9 de outubro de 2010

Valor da Petrobras já caiu mais que o da BP em 2010

Após levantar R$ 120 bilhões na maior venda de ações no mundo, a Petrobras já encolheu US$ 11,27 bilhões (R$ 18,8 bilhões) em valor de mercado, resultado de um movimento de correção de preços deflagrado pelos mesmos bancos que venderam a capitalização da empresa. Relatórios negativos de analistas, receio de ingerência política -e de envolvimento em escândalos- durante o período eleitoral, além da diluição dos ganhos e de desrespeito ao acionista minoritário são os motivos alegados para a recente "desgraça" da companhia. No ano, o valor de mercado da Petrobras caiu 27,58% -mais do que o da BP, protagonista do enorme acidente ecológico no golfo do México, que caiu 26,26%, segundo a Bloomberg. Em dez dias, a Petrobras perdeu o posto de quarta maior empresa do mundo (atrás de Exxon, PetroChina e Apple) e caiu para o oitavo lugar, depois do Banco Industrial e Comercial da China, da mineradora BHP, da telefônica China Mobile e da Microsoft. "A empresa não tem fundamentos [motivos] para esse valor. O investidor não comprou ação uma semana atrás e descobriu agora que há ingerência política na empresa e que o retorno é baixo", disse Nelson Matos, analista do Banco do Brasil Investimentos. "É de se estranhar um banco oferecer a ação para os investidores e, uma semana depois, aparecer dizendo que vale menos", disse Erick Scott, analista da SLW. Ontem, após três dias de queda, as ações reagiram -as preferenciais (sem voto) subiram 2,77%, e as ordinárias (com voto), 2,44%. Diante da instabilidade de preços, a empresa virou alvo de investidores que apostam na desvalorização dos papéis, segundo analistas. Quem acredita na baixa pode alugar a ação, vendê-la e comprar com preço menor. "Ação da Petrobras virou papel de especulador. Não dá para saber o que ocorrerá em longo prazo com a companhia", disse Adriano Pires, diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura). Lentamente, a estatal ruma para seu valor patrimonial, soma dos ativos descontada as dívidas, de R$ 297 bilhões. Ontem, o valor de mercado era de R$ 361,5 bilhões, segundo a Economática. Empresas de alto risco são negociadas duas vezes acima do valor patrimonial.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Brasil tem 3 dos 10 bancos que mais emitem cartão de crédito

O crescimento da classe média no país colocou três bancos brasileiros entre os dez que mais emitem cartões de crédito no mundo, mostra estudo da consultoria britânica Lafferty Group. No entanto, observa a consultoria, o cartão de crédito é usado muito mais como uma forma de pagamento do que de financiamento no país. Devido às altas taxas de juros cobradas aqui em caso de atraso no pagamento, o hábito de pagar a fatura em dia é mais comum entre brasileiros se comparado ao de outras nacionalidades. Apesar de a maioria dos consumidores evitar pagar juro de cartão, a lucratividade anual do setor no Brasil é de US$ 38 por cartão, o dobro da média mundial (US$ 19), afirma Peter Kinahan, diretor de conteúdo da Lafferty. "Isso ocorre por causa do alto custo das tarifas e da grande diferença entre os custo de captação dos bancos e os juros cobrados dos consumidores", explicou. Segundo a consultoria, o Itaú Unibanco é o sétimo banco que mais emitiu cartões no mundo no ano passado (38,2 milhões). Bradesco vem logo atrás, com 35,9 milhões, e Banco do Brasil aparece na décima posição, com 33 milhões de cartões. Os três bancos responderam por dois terços dos cartões emitidos pelos 50 maiores bancos na América Latina em 2009. No entanto, concentraram apenas 18% das dívidas com cartões. Para o presidente da Abecs (associação das empresas de cartões), Paulo Caffarelli, o fim da exclusividade das bandeiras, ocorrida neste ano, deflagrou um movimento de competição que levará à queda nas taxas de juros e dos serviços do setor. Ele acredita que, no futuro, o Brasil poderá ter um percentual maior de clientes que entram no crédito rotativo, mas com taxas de juros bem menores. "A competição vai ser mais acirrada." Hoje, 75% das compras com cartão de crédito são pagas no vencimento, estima. Só a minoria entra no crédito rotativo, cujas taxas médias em agosto eram de 238% ao ano (10,69% ao mês). Segundo Caffarelli, a bancarização brasileira passa pelos cartões de débito e crédito. A indústria de cartões cresce 20% ao ano desde o início da década, afirma. "Muita gente não tem conta em banco e já tem um cartão da loja e um cartão de crédito. São 40 milhões de pessoas sem conta em banco.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Governo dobra IOF para conter o dólar

A apreciação do real continuou preocupando o governo mesmo após o encerramento da capitalização da Petrobras. Ontem, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou o aumento da alíquota de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) incidente em operações de estrangeiros no mercado de renda fixa brasileiro. A alíquota passa de 2% para 4% a partir de hoje, mas não se aplica ao capital estrangeiro em Bolsa de Valores (que segue em 2%), aos investimentos de brasileiros em renda fixa (não tributados com IOF) e aos investimentos estrangeiros diretos. "É exclusivamente para aplicação fixa porque achamos que há interesse crescente do investidor estrangeiro nessa modalidade." Segundo Mantega, o fato de o Brasil ter juros ainda bastante elevados torna essas aplicações muito atrativas para os investidores externos. "Em renda fixa há essa situação, na qual o investidor toma dinheiro a 2% no exterior e aplica para um retorno de 10,75% [taxa Selic]. Com a ampliação do IOF, reduz esse retorno e se torna menos atrativo", disse. Segundo o ministro, a expectativa era que, encerrada a capitalização da Petrobras, o movimento de valorização do real reduziria fôlego. Contudo, não foi o que ocorreu. Segundo o Banco Central, de janeiro a agosto deste ano, os investimentos em renda fixa no país já somam US$ 12 bilhões. No mesmo período do ano passado, esse valor estava em US$ 3,4 bilhões. Segundo Mantega, a medida visa reduzir o prejuízo aos exportadores brasileiros. Economias emergentes, como o Brasil, vêm observando entrada de capital externo devido à boa avaliação, às perspectivas de crescimento e às taxas de juros elevadas. Movimento semelhante ocorreu no início de 2008, quando o governo tributou em 1,5% os recursos estrangeiros para aplicação em títulos e ações. Depois, a alíquota caiu e voltou a subir no ano passado para 2%.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

BC: brasileiro gasta 13,3% do salário com juros

Estudo divulgado pelo Banco Central mostra que, nos financiamentos, os brasileiros gastam mais com o pagamento de juros do que com o produto efetivamente comprado. Publicado no Relatório Trimestral de Inflação, a pesquisa mostra que, atualmente, as famílias gastam 13,3% do salário para pagar os juros dos financiamentos existentes. Já o comprometimento da renda para pagar a dívida efetivamente, o chamado pagamento do principal, consome 10,5%. Ou seja, o brasileiro gasta, na média, mais com juros do que com o bem adquirido. Em julho de 2006, a parcela destinada aos juros era de 11,3% e a destinada ao pagamento do principal era de 10,1%. Ao ser questionado sobre o fato de o juro ter maior peso que o principal, o diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo, não demonstrou preocupação. "As taxas de inadimplência no Brasil estão caindo. Então, as pessoas estão conseguindo pagar suas dívidas", disse.