terça-feira, 30 de setembro de 2014

Entre países emergentes, queda do real foi a maior


O cenário eleitoral levou o real a registrar, nesta segunda-feira, a maior desvalorização em relação ao dólar em um grupo de 24 moedas dos principais países emergentes. Embora o cenário externo também esteja afetando o mercado brasileiro, a perda mais acentuada da moeda brasileira indica que há um fator interno –a disputa eleitoral –contribuindo para a alta do dólar no país. "O Brasil tem reagido de maneira mais negativa do que os demais emergentes. Isso tem a ver com a perspectiva eleitoral", diz Gustavo Rangel, economista-chefe para a América Latina do banco holandês ING.Entre os 24 países emergentes, 18 recuaram em comparação ao dólar. A queda foi liderada pelo real, que registrou queda de 1,03%, acima das depreciações de 0,71% do rublo russo e de 0,62% do won sul-coreano. Nesta segunda-feira (29/09), tensões provocadas por manifestações pró-democracia em Hong Kong e dados negativos da economia chinesa afetaram as Bolsas e moedas de emergentes. Dados positivos da economia americana também têm alimentado nas últimas semanas as expectativas de que os EUA começarão a elevar em breve as taxas de juros. Isso tem levado investidores a transferir recursos hoje aplicados em países emergentes para títulos do governo americano, que tendem a oferecer remuneração maior no futuro, se a previsão de alta de juros se confirmar. Segundo economistas, se o movimento de desvalorização do real se acentuar rapidamente, poderá ter efeito nocivo para a economia brasileira. Além de acelerar a inflação (ao deixar produtos importados mais caros), pode piorar o já elevado buraco nas contas externas do país. Com informações do jornal Folha de São Paulo.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Com PIB em marcha lenta, fluxo de caminhões é o menor desde 2012


O índice da ABCR mostra uma queda gradual no fluxo dos veículos pesados, a partir de março deste ano. De julho para agosto, a queda foi de 0,5%. “Coincide com o período em que a indústria se afundou no pior momento da crise. Em julho houve respiro para a atividade industrial, mas, de resto, vemos uma trajetória de enfraquecimento”, afirma a economista Alessandra Ribeiro, da Tendências, consultoria que auxilia a associação de concessionárias a realizar os cálculos de fluxo. Segundo a economista, o fluxo mais baixo de caminhões é uma consequência da queda de pedidos de frete, causada pela queda na produção industrial e a desaceleração do comércio. “O índice é mais um dos que funciona como um termômetro da economia no país, assim como os índices de confiança da indústria, consumo de energia e produção de veículos. Todos estão bastante baixos e antecipam que a recuperação econômica pode tardar para acontecer”, completa. Em relação a agosto do ano passado, o fluxo de veículos pesados caiu 6,5% no país. No acumulado do ano, a queda é de 2,6%. Os dados do Paraná acompanham o movimento nacional. De janeiro a agosto, a movimentação dos veículos pesados no estado apresentou uma queda de 3,3%. No confronto de agosto com o mesmo mês de 2013, o fluxo caiu 4,3%. Segundo o diretor da transportadora MC Cargas, Marcel Carvalho, a queda no fluxo é reflexo do arrefecimento nos pedidos e até do cancelamento de contratos. “Isso varia muito de empresa para empresa, mas tem clientes que trabalham com dois ou três fornecedores de transporte e estão cancelando parte dos contratos por causa da queda de volume”, afirma. Segundo ele, isso afeta principalmente transportadoras que atuam como terceirizadas de indústrias que também contam com frota própria. “Essas indústrias ajustam sua logística para depender menos das transportadoras terceirizadas. Com isso, menos caminhões rodam nas estradas”, completa. Para o membro do conselho de infraestrutura da MV Consultoria, Sebastião Almagro, a indústria deve se recuperar nos próximos meses e, com isso, o movimento nas estradas tende a aumentar. “Ainda serão momentos difíceis, mas o pior momento foi nesta transição de semestre”, completa.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Cenário otimista para indústria brasileira do frango


A indústria do frango tem perspectiva bastante favorável mundialmente até o fim do ano, de acordo com novo relatório trimestral do Rabobank, publicado na terça, dia 16. A instituição informa que os preços do frango podem se firmar mais competitivos frente a outros tipos de carne e ainda ver cair os custos de produção, tendo em vista o aumento de preços das carnes bovina e suína e a previsão de desvalorização dos grãos para 2015. Tais fatores devem permitir o reajuste positivo de margem de lucros para os avicultores. De acordo com o Rabobank, movimentações do comércio internacional, como a decisão russa de cortar importações de frango dos Estados Unidos, favorecem principalmente Brasil, África do Sul e as indústrias locais russas. A expectativa de embarques para a Rússia é de até 150 mil toneladas adicionais até o fim de 2014.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Os novíssmos iPhone 6 e iPhone 6 Plus


Nesta semana, a Apple mostrou a atualização do seu smartphone, o iPhone. Pela primeira vez, a empresa lançou aparelhos com tamanhos de tela diferentes. Comparamos os dois novos modelos, iPhone 6 e iPhone 6 Plus, com o modelo mais atual à venda até agora, o iPhone 5s. A principal diferença aparente é o aumento da tela. Em comparação ao iPhone 5s, o iPhone 6 teve um aumento de 20% em sua tela. Pulou de 4 polegadas para 4,7 polegadas. Já o iPhone 6 Plus, com tela de 5,5 polegadas, teve um aumento de quase 40%. Mas o tamanho da tela não foi a única mudança. Veja a tabela abaixo mostrando as diferenças entre os três modelos.



terça-feira, 9 de setembro de 2014

Arroba do boi deve seguir em alta no segundo semestre


Com o bom desempenho das exportações de carne e a valorização dos bezerros, a arroba do boi gordo deve seguir em alta no segundo semestre deste ano. A indicação é do boletim “Custos e Preços”, elaborado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A expectativa é de que a oferta de animais para abate continue restrita e as vendas externas continuem crescendo nos próximos meses, provocando elevação dos preços da carne no mercado interno. "Os frigoríficos têm trabalhado com escalas reduzidas, já que a disponibilidade de animais prontos para abate é pequena frente à demanda aquecida, principalmente do mercado externo", explica o estudo da CNA. De janeiro a julho, os embarques de carne, industrializada e in natura, para o exterior somaram em volume 1,28 milhão de toneladas, 11% a mais do que no ano passado. Segundo o boletim, a tendência é de crescimento das exportações de carne. Um dos fatores que pode contribuir é a possibilidade de a Rússia aumentar as importações do Brasil, diante dos embargos econômicos impostos por União Europeia e Estados Unidos ao país, em razão da crise na Ucrânia. De acordo com o estudo, o mercado interno já sente os efeitos do cenário externo. Em São Paulo, a arroba do boi em agosto teve alta de 4,2% em relação a julho, cotada a R$ 122,19. Na comparação com agosto de 2013, a elevação foi de 22%. Em Goiás, o preço da arroba, no mês passado, foi de R$ 113, 53, aumento de 2,3% frente a julho e de 24,6% em relação a agosto de 2013. Na última semana os preços dos cortes bovinos no atacado tiveram uma alta pequena, de 0,4%, segundo a Scot Consultoria. O pagamento de salários não foi capaz de manter as valorizações no ritmo que vinham sendo registradas nas três semanas anteriores, de 2,5% em média. Segundo a Scot, os patamares de preços limitam novas altas, demonstrando que as cotações maiores que vinham sendo impostas caminharam no sentido oposto ao da demanda, que sazonalmente diminui a partir do final da primeira quinzena do mês. A impossibilidade de aumentar os preços reduz a margem da indústria que faz a desossa em dois pontos percentuais na última semana. Os valores estão em 21,2% atualmente, isso ocorre porque que a arroba do boi gordo segue sua escalada de alta e já ocorrem negócios em R$ 130 a arroba, à vista, em São Paulo. O valor da carne vendida pelos frigoríficos continua subindo mais que a arroba. Enquanto a matéria prima teve alta de 24,2%, os cortes subiram 26,3%, em um ano.

sábado, 6 de setembro de 2014

Quando quadrinhos e aviação se encontram


O sujeito que está ali em cima é um verdadeiro mistério. Sabe-se que seu nome é Rick Rojatt, mas ele jamais foi visto sem máscara em público e desapareceu após um acidente em que tentou pular com uma moto sobre 26 ônibus (mas bateu o recorde de Evel Knievel). Coisas de gente dos anos 70, tão loucos quanto o pessoal do início dos 60 que ficavam meses voando num Cessna 172. Este voo do Human Fly foi pilotado por Clay Lacy, o mesmo cara que ajudou a desenvolver o Learjet e criou a empresa que faz aqueles vídeos aéreos “phodásticos”. Mais sobre ele logo abaixo. Se você acha que não é muita coisa voar do lado de fora de um DC-8 em 1976 vestindo apenas um uniforme de algodão, devo informar que as passagens baixas vistas no vídeo aí embaixo chegaram a 250 mph (402 km/h). Em uma das passagens, o corpo do super-herói foi atingido por pequenas gotas de uma chuva que se aproximava – e naquela velocidade a água bateu tão forte que o rapaz não aguentou a dor e desmaiou. Foi levado ao hospital e ficou 6 semanas em recuperação.  Naquela época o mascarado impressionava tanto as pessoas que acabou influenciando a Marvel Comics, a qual lançou o super-herói Human Fly, “o mais ‘selvagem’ dos super-heróis, porque é real“. Apesar de ter sido lançado originalmente pela Marvel, o mascarado apareceu até ao lado do Batman da DC Comics! 




Depois do lançamento do “gibi”, Rick viajou o país inteiro, sempre uniformizado, para participar em eventos de caridade. Era tudo ensaiado nos eventos, e ao final da arrecadação dos fundos, sempre aparecia um vilão para roubar todo o dinheiro levantado. Então o Human Fly combatia o vilão e triunfava, para a alegria da criançada presente. Mas a foto dele em cima do DC-8 só foi possível por causa do piloto daquele avião.
Veja o video abaixo:



Mais sobre Clay Lacy, o incrível piloto do avião do Human Fly:

Clay foi um piloto da United Airlines em 1952, iniciando a carreira como co-piloto de DC-3. Dois anos depois pediu licença para o serviço militar, onde voou F-86 Sabre. Em 55 retornou a United mas continuou voando aeronaves militares e outros tipos para a Guarda Nacional da Califórnia. Venceu corridas aéreas em Reno. Bateu o recorde de velocidade em uma volta ao mundo com ninguém menos que Neil Armstrong a bordo como convidado de honra. O voo durou 36 horas, 54 minutos e 15 segundos, em um Boeing 747SP. Este voo arrecadou 530 mil dólares para crianças carentes ao redor do mundo. Foi também um dos poucos a oficialmente virarem o milênio antes de qualquer pessoa na Terra, pois voou em direção a Linha Internacional de Data e passou para o ano 2000 em um Boeing 727 muito antes que o resto da humanidade. Quando se aposentou da United, era o número 1 em “seniority” (o piloto mais antigo). Com 55.000 horas de voo em 200 tipos diferentes de aeronaves, Clay é considerado o piloto mais voado do mundo. Hoje em dia, quase todas as filmagens aéreas usam seu Learjet modificado. (Fonte: Blog Aviões e Música)


quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Comercialização antecipada da soja ainda é baixa no norte do Paraná

A comercialização antecipada na safra 2014/2015 de soja segue lenta. Analistas calculam que menos de 10% foi negociado até agora. No mercado, as vendas sempre são antecipadas, muitos negócios são feitos antes mesmo do plantio. Só que este não é o caso dos produtores do norte do Paraná, que já estão colhendo o trigo e deveriam vender a soja da próxima safra, mas não é isso que está acontecendo neste ano. O gerente de comercialização da Cooperativa Integrada, João Bosco Azevedo, diz que em 2013/2014 mais de 30% da soja produzida pelos cooperados já tinha contratos travados. Agora, não passa de 17%. A explicação é conhecida no mercado. "A soja despencou. O que fez a soja cair e, consequentemente, o milho e outros produtos caírem? É porque a safra norte-americana está chegando. Aí é uma coisa bem simples: oferta e demanda. Agora, vamos esperar e ver o que vai acontecer" ,explica Azevedo. O produtor Odair Trevizan já esteve mais tranquilo nesta época. Em 2013, a preocupação era só com o trigo, que ele sempre começa a colher no início de setembro. A soja ele já tinha negociado nesse período. Ele afirma que havia preço bom. "Agricultura é sempre assim. Temos anos bons e anos ruins. É como eu sempre digo, tem que saber levar nos anos bons para sobreviver nas épocas ruins", afirma Trevizan. Em pouco mais de um mês, o agricultor Odair Trevizan vai plantar 450 hectares de soja, que é a cultura de maior rentabilidade para ele. Pelo menos era assim nas outras safras. O produtor conta que, na safra passada, ele conseguiu em média o valor de R$63,00 por saca. Neste mesmo período, em 2013, 25% da produção já estava vendida. Para 2014/2015, Trevizan afirma que não conseguiria mais que R$55,00 pela saca. "Os insumos subiram mais. Na safra anterior, os preços já não foram tão bons. Agora esta política aí vem de cima, e os preços não melhoram", lamenta o sojicultor. Há muito ainda para acontecer, é o que dizem os analistas e especialistas que estão no mercado. Se muito depende dos fundamentos, tem que se considerar a demanda, que continua firme." A China está comprando, o que continua dando condições de melhora no mercado. De vez em quando, nós vemos uma janela se abrindo e a soja sobre, os fundos continuam comprando e dá condições para a gente trabalhar", comenta Azevedo. O atraso na comercialização não chega a ser um problema, diz João Bosco Azevedo, mas ele alerta para os produtores que eles garantam o pagamento dos custos com a venda antecipada. Azevedo lembra que não é só o preço – ou a oferta – que tem contribuído para este fator. "O produtor se capitalizou nestas últimas três safras. Ele colheu muito bem, ele vendeu bem. Eu diria que estava tudo a favor deles. Então, os produtores não enxergam mais necessidade de fazer qualquer negócio. Muitos não vão antecipar uma venda da safra 2014/2015 para ter prejuízo. Ele só vai vender se tiver lucro. Eu acredito que janelas de negócios vão se abrir e o produtor tem que estar preparado para quando este momento surgir", completa o gerente de comercialização.


quarta-feira, 3 de setembro de 2014

BRF anuncia venda de unidades de lácteos para Parmalat


A empresa de alimentos BRF informou nesta quarta-feira que fez acordo para vender suas unidades e marcas de lácteos para a Parmalat S.p.A., empresa com sede na Itália pertencente ao grupo Lactalis, por 1,8 bilhão de reais, segundo fato relevante. Entre as marcas desse segmento vendidas pela empresa em meio a uma reestruturação, em busca de melhores margens, estão a Batavo e a Elegê. O negócio envolve a venda de 11 unidades situadas em dez localidades: Bom Conselho (PE), Carambeí (PR), Ravena (MG), Concórdia (SC), Teutônia (RS), Itumbiara (MG), Terenos (MS), Ijuí (RS), Três de Maio I (RS), Três de Maio II (RS) e Santa Rosa (RS). Segundo a empresa, o valor da transação estipulado no Memorando de Entendimentos, de 1,8 bilhão de reais, é sujeito a determinados ajustes e à verificação de condições precedentes e aprovações regulatórias aplicáveis a transações dessa natureza. A companhia informou ainda que outorgou à Parmalat exclusividade durante o período de negociação dos contratos definitivos da transação. O segmento negociado obteve receita líquida de 2,6 bilhões de reais em 2013.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Aumenta desistência no pagamento de imóvel na planta


Além de atrasos nas obras, mutuários têm enfrentado dificuldades para fazer o financiamento do imóvel adquirido na planta entre 2008 e 2011 ser aceito pelo banco. Ao comprar um imóvel na planta, inicialmente as parcelas são pagas diretamente à construtora. O financiamento com o banco começa apenas quando a unidade é entregue. Com a desaceleração da economia e o aumento da inflação, os bancos ficaram mais seletivos para oferecer o crédito imobiliário no momento em que as unidades lançadas nos anos de boom do mercado imobiliário são entregues. As instituições financeiras temem que o nível de endividamento das famílias e o risco de perda do emprego não permitam que os compradores consigam pagar as parcelas do financiamento. Como consequência, as construtoras têm registrado um aumento no volume de contratos cancelados, os chamados distratos. Em algumas delas, o valor total dos distratos chega a ser maior que o dobro do valor observado há três anos. Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), acredita que não existe um culpado pelos conflitos entre mutuários e construtoras. Para o executivo, a piora na economia pegou todos de surpresa. “O comprador pensou que após 36 meses poderia continuar pagando o imóvel. Os bancos não esperavam que a alta da inflação e o endividamento poderiam corroer a renda da população, e as empresas venderam porque o mutuário, naquele momento, tinha condições para financiar o imóvel”, explica Oliveira.
Porém, não é esta a visão da analista da corretora Concórdia, Daniela Martins. Depois de captar recursos na Bolsa e receber incentivos do governo, as construtoras se expandiram rapidamente pelo país com o apoio de parceiros locais, mas o fizeram sem o devido preparo para construir e vender empreendimentos.
“Na euforia, muitas delas queriam simplesmente vender, mas não saber como e para quem”, explica Daniela.
Segundo a analista, o número de contratos cancelados deve se manter pressionado até o ano que vem, quando terá sido entregue a maior parte do volume de lançamentos dos anos de expansão do setor. Oliveira, da Anefac, não vê sinais de mudança na postura dos bancos no curto prazo. "Ao menos até que o novo governante anuncie medidas concretas para lidar com a conjuntura econômica, os bancos não devem diminuir o rigor na concessão do crédito imobiliário". Na hora de cancelar o contrato, o maior ônus é de quem adquiriu o imóvel na planta, seja porque ele já pagou 20% do valor do imóvel durante a construção e pode receber propostas indecorosas da construtora para devolver a maior parte dos valores pagos, ou porque dificilmente conseguirá comprar um imóvel semelhante pelo mesmo valor. Isso ocorre porque as construtoras estão conseguindo revender as unidades no mercado por um preço 15% maior do que o registrado no ano passado, aproveitando a valorização dos preços. Do lado do comprador, o advogado especialista em direito imobiliário Marcelo Tapai afirma que, por meio de um processo judicial, é possível pedir a devolução de 90% do valor já pago durante a construção da unidade nos casos em que o consumidor ficou inadimplente ou não tem renda suficiente para financiar o imóvel. Mas quando se trata de atrasos na obra, o advogado diz que é possível pedir não só a devolução de todo o valor pago com atualização monetária, como uma indenização por danos morais. Já no caso de vendas pouco transparentes, Tapai diz que é difícil comprovar a má-fé do corretor porque as condições para financiamento geralmente estão explicadas no contrato de compra e venda do imóvel. Ao comprador, ressalta, resta se prevenir antes de fechar a compra. “O ideal é que ele faça simulações de qual foi a variação do Índice Nacional de Construção Civil (INCC) nos últimos três anos para verificar sua capacidade de pagamento das parcelas durante a construção e também ao financiar o imóvel. Mas, principalmente, ele deve ler o contrato”, diz o advogado. Tapai lembra que os corretores podem não levar em consideração o nível de endividamento do comprador ao vender a unidade. “Como as condições de financiamento não mudaram, o imóvel sempre vai caber no bolso. Mas os bancos podem não aceitar esse risco”. O advogado ressalta que o imóvel na planta é sempre uma promessa de compra e venda sem garantias, mas o comprador tem o direito de desistir da aquisição.