sábado, 31 de outubro de 2015

China prevê 50 milhões a mais de habitantes em 2030


A nova autorização para que todos os casais da China possam ter dois filhos, e não apenas um como até agora, fará com que a população do país chegue aos 1.450 bilhão de habitantes em 2030, frente aos 1.393 bilhão projetados pelas Nações Unidas, previram nesta sexta-feira responsáveis governamentais. Segundo disse em declarações a "Xinhua" o subdiretor da Comissão Nacional de Saúde e Planejamento Familiar, encarregada da aplicação destas limitações, o relaxamento da política do filho único após 35 anos pode fazer com que o número de nascimentos anuais no país chegue a 20 milhões. A última vez que se chegou a esse número foi em 1997, e neste século o país mais populoso do mundo (quase 1,4 bilhão de habitantes atualmente) nunca alcançou os 17 milhões de nascimentos anuais. Calcula-se que entre 90 e 100 milhões de famílias se beneficiarão do fim da política do filho único, ou sua substituição por esta nova "política dos dois filhos", que se aplicará oficialmente uma vez aprovada pelo Legislativo chinês. Os especialistas consideram que as zonas rurais, onde vive 60% desses núcleos familiares, serão mais ativos na hora de ter mais filhos do que nas áreas urbanas, onde os altos custos da educação e da saúde podem dissuadir muitos casais nos quais tanto a mãe como o pai costumam trabalhar fora de casa. Apesar dos novos números apresentados hoje pelo governo chinês, se mantém a previsão de que a China deixará em breve de ser o país mais populoso do mundo e será superado pela Índia, já que o Fundo de População das Nações Unidas projeta que o número de habitantes nesse país superará os 1.520 bilhão em 2030.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Missão dos Estados Unidos virá inspecionar frigoríficos


A embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Liliana Ayalde, confirmou que uma missão norte-americana virá ao país em novembro para inspecionar plantas frigoríficas. O objetivo é dar Andamento ao processo de abertura dos mercados para o comércio da carne bovina in natura. Segundo assessoria do Ministério da Agricultura, a representante norte-americana elogiou avanços na cadeia produtiva da carne e elogiou a proposta de criar um grupo de trabalho para melhor avaliar riscos sanitários e fitossanitários nas Américas. Em novembro, a ministra Kátia Abreu participa de missão oficial para Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Índia e China, em que a carne bovina também vai estar em pauta. A primeira parada será em Riad, nos dias 8 e 9 de novembro, para participar do IV Fórum Empresarial Países Sul-Americanos e Árabes. Durante o evento serão trocadas informações comerciais e apresentadas oportunidades de investimento. Depois, a ministra vai a Abu Dabi para se encontrar com autoridades e empresários do setor agrícola. No dia 13, em Nova Délhi, Kátia se reúne com representantes do setor privado e órgãos das áreas de comércio, indústria e agricultura do país. No encontro será discutida a possibilidade de se ampliar o Acordo de Preferências Tarifárias Mercosul-Índia. No dia 17 de novembro, a comitiva chega a Pequim para pleitear que novas plantas frigoríficas sejam credenciadas à exportação. Com informações do Canal Rural.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Avaliação do governo não vai interferir na decisão de impeachment, diz Cunha


O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse hoje (27/11) que o resultado da pesquisa encomendada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) ao instituto MDA, apontando melhora de um ponto percentual na avaliação do governo (subiu de 7,7%, em julho, para 8,8%, em outubro) não pode ser tratada como questão para análise do pedido de impeachment e não vai interferir em sua decisão. “Não se pode misturar. A popularidade ou impopularidade não pode ser motivo nem tem de evitar a abertura de um processo.” Cunha, que tem adotado tom cauteloso para falar sobre a petição dos partidos que defendem o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, afirmou que não tratou do tema na manhã de hoje. Ele confirmou que um posicionamento sobre o pedido deve ser anunciado no próximo mês. “Impeachment tem de ser tratado objetivamente, em função da responsabilidade, do descumprimento da lei e da Constituição. Caso contrário, vira uma somente uma questão política.” A pesquisa do MDA mostrou também que 70% dos entrevistados reprovam o governo. Na pesquisa anterior, o percentual alcançou 70,9%. Cunha admitiu que as pressões políticas tendem a aumentar com a manutenção do nível de aprovação abaixo dos 10%, mas sinalizou que sua decisão não será impactada por isso. Eduardo Cunha acrescentou que a impopularidade “e sua consequente crise econômica” afeta diretamente a governabilidade, já que, com níveis de aprovação mais altos, o governo teria mais facilidade para “colocar suas matérias em votação e vencê-la”. Segundo ele, a Câmara tem dado sinais claros de que quer colaborar para “desanuviar o ambiente econômico ruim”. O deputado citou o projeto elaborado por deputados que trata da securitização da dívida da União, que permitirá uma renegociação de débitos. “É papel da Câmara tentar resolver os problemas iminentes que possam existir. Não é aumentar a governabilidade. É poder dar condições de apreciar matérias que possam ter como resultado final a melhoria do ambiente. É o que estamos tentando fazer.” Afirmou, porém, que o caminho não será o da retomada da CPMF. Governadores e prefeitos devem intensificar as negociações com o Planalto para garantir o recebimento de parte da arrecadação caso a contribuição seja aprovada. “Não é CPMF que vai resolver. Precisamos mudar o ambiente econômico e a CPMF, longe de mudar o ambiente econômico, ainda vai onerar mais a economia para, justamente, diminuir o espaço de crescimento. Prefeitos e governadores terão uma ´CPMF´com o projeto de repatriação”, destacou. O projeto de repatrição é um dos itens da pauta de votações desta semana no plenário da Câmara. A proposta, que já foi aprovada por uma comissão especial, regulariza a situação de recursos e ativos não declarados depositados no exterior.

domingo, 18 de outubro de 2015

Na crise, elite paulistana mantém hábitos de alto padrão


O empresário Antônio Thamer Butros, 72, passa ao menos 30 horas por semana em um dos restaurantes mais caros de São Paulo. Um dos clientes mais antigos do A Figueira Rubaiyat, ele tem seu nome gravado em taças, baldes de gelo e facas de carne usadas durante as refeições. Um mimo oferecido apenas aos "habitués" da casa. "Depende de quantas companhias eu tenho, mas costumo beber de seis a 1 2 garrafas por dia", diz ele, que prefere a Dom Pérignon, vendida a R$ 1 .028 no local. A fidelidade de clientes da classe alta ajuda a equilibrar as contas de vários estabelecimentos voltados para a elite paulistana, que conseguem manter bons números apesar do mau momento econômico do país. Dados da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes apontam para uma queda média de 1 3% no faturamento do setor em São Paulo no primeiro trimestre de 201 5, ante o mesmo período do ano anterior. Mas a agenda de reservas do A Figueira Rubaiyat, lotada até janeiro, indica que por ali tudo anda muito bem, obrigada. Mesmo quem se diz afetado pelo sentimento de incerteza percebe menos mudanças. Nas casas do Grupo Fasano, por exemplo, o faturamento ficou só 2% abaixo do previsto em 201 5. "Não é uma queda brusca, mas sim, algo positivo em um momento de crise forte", diz Rogério Fasano. Para o diretor operacional do Grupo Rubaiyat, Gerson Meneses, a situação é pior do que a de 2008, "mas quem tem dinheiro semprevai ter". "É impressionante como a casa trabalha, olha como está", diz, apontando para o salão lotado na tarde de sábado (10/10). Todos os dias, cerca de 700 pessoas passam por ali. Essa média, diz Meneses, se mantém mesmo nesta fase. A matemática se repete em outras "ilhas sem crise" na cidade. Aos fins de semana, o restaurante Spot, na Bela Vista, já abre as portas com fila de 40 minutos para reservas. Nas noites mais cheias, a espera por uma mesa pode levar até duas horas e meia. "A crise não chegou ao Spot e nem vai chegar", diz Sérgio Kalil, um dos proprietários. "Em um sábado normal, já não conseguimos atender todo mundo, por isso perder alguns clientes não nos afeta." No Dia dos Namorados, as reservas se esgotaram três meses antes da data. Cliente assídua do restaurante há seis anos, Maria Alcina dos Santos, 67, empresária, diz estar vivendo um modo de vida mais 18/10/2015 Elite paulistana mantém hábitos e faz de estabelecimentos ilhas sem crise  "Se eu venho todos os sábados ao Spot, não dá para ir dez ou oito vezes por mês ao Due Cuochi [restaurante italiano no Itaim Bibi], um lugar que também adoro." A representante comercial Maria José Barros, 57, por sua vez, não mudou sua rotina. Em uma tarde no shopping Higienópolis, gastou R$ 2.700 em bijouterias finas da loja Camila Klein e em produtos de beleza. "Não quero sofrer por antecedência. Prefiro esperar para ver. Se ela [a crise] chegar, vou ter que cortar gastos com compras desnecessárias, como agora, comprei várias bijouterias." Um colar da marca, por exemplo, pode ultrapassar R$ 4.000. Circulando pelo mesmo shopping, a professora aposentada Sandra Aparecida de Amo, 61 , diz que se recusa a "alterar seu modo de vida para baixo". Na tarde da quinta (08/10), ela saía do salão de beleza Studio W, –do cabeleireiro Wanderley Nunes, que atende celebridades–, após gastar em torno de R$ 700 para hidratar, escovar e pintar as raízes do cabelo. "A pior coisa da crise é que afeta nosso moral. É muito deprimente", diz. A solução seria "se dar prazer". Por isso, se prepara para iniciar a "reforma dos sonhos" no apartamento que comprou em Santa Cecília, mas se preocupa com o preço dos materiais importados. "Como, por exemplo, uma banheira feita de uma rocha vulcânica. Ela é ótima porque não amarela e mantém a temperatura da água. Ah, mas eu não vou me privar dessa banheira!", afirma. O fluxo de pessoas na rede de salões Studio W, frequentada por Sandra, continua estável em relação a 201 4. Por dia, são feitos entre  50 e 650 atendimentos nas quatro unidades da capital. Além disso, o valor médio que cada cliente gasta nos salões da marca só aumenta. "Os clientes estão apreensivos, mas nossos serviços mexem com o bem­estar e a autoestima –e manter a aparência em ordem ajuda a encarar qualquer dificuldade", diz a sócia­proprietária Rosângela Barchetta. "O luxo do serviço que oferecemos não é inacessível para o perfil de clientes que atendemos." A mesma lógica é usada por Fernando Sommer, sócio da Casa 92, balada da zona oeste. Segundo ele, o local não sente o mau momento "de forma alguma" e o gasto médio é o mesmo. "[Nossos clientes] são profissionais estabelecidos no mercado que deixaram de realizar compras de roupa, de carro e, por isso, se permitem pelo menos se divertir. A Casa 92 vende alegria e, neste momento, é tudo o que as pessoas procuram." A análise de Sommer parece valer para outros espaços ocupados pela elite paulistana na capital. Inaugurado em maio na zona oeste, o Eataly atrai 3.500 pessoas diariamente, número que chega a dobrar nos fins de semana e segue crescendo. "O fator novidade ajuda, mas não é determinante. Acreditamos que não existe crise para qualidade", diz Luigi Testa, um dos gerentes gerais. "Não há crise nesse mercado. Esse vocabulário não existe no Rodeio. Aqui é o lugar do 'sim'", diz Francisco Chagas, 58, gerente de operação da churrascaria Rodeio. No restaurante, cujo gasto médio dos clientes é de R$ 162, o prato mais pedido é a picanha fatiada: R$ 228 para duas pessoas. Próximo dali, em Pinheiros, o dono de um carrinho de comida faz coro. Ele vende cachorro­ quente a R$ 8 para jovens que pagam até R$ 200 de entrada na Casa 92. "O rico atingiu pouquinho, mas o pobre que mora no fundão da zona norte, que nem eu, afetou." Professor do Mackenzie e especialista em finanças, Luiz Lemos Jr. diz que a crise ocorre em camadas. "Ainda têm estratos que não foram afetados, que seriam essas 'ilhas de não crise'. Mas isso não significa que os mais ricos não sofrerão, afirma. Tudo depende de quanto a deterioração da economia vai durar. Ele explica que a classe alta percebe a crise, mas se protege nos negócios, com cortes de investimentos e funcionários, para resguardar sua vida pessoal. "Estamos no mesmo barco", diz o economista­chefe da Associação Comercial de São Paulo, Marcel Solimeo.Segundo ele, a classe A é mais perturbada pela sensação de incerteza. Já quem possui menos dinheiro sofre com o desemprego e a dor no bolso. "É como se fosse um Titanic", compara Marcel. Os ocupantes da terceira classe se afogam primeiro, porque estão mais próximos da água. No entanto, quem fica nas cabines mais altas também pode afundar se o navio continuar naufragando. Fonte: da reportagem de Amanda Massuela e Ingrid Fagundez, do jornal Folha de São Paulo.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Burberry cortará salário de CEO por queda de vendas na China


O CEO da Burberry Group Plc, Christopher Bailey, e outros funcionários sofrerão um corte salarial, pois a fabricante britânica de gabardinas projetou um segundo ano de queda nos lucros devido à fragilidade na Ásia. A empresa cortará os bônus e os incentivos em ações de longo prazo em até 30 milhões de libras (US$ 46,5 milhões), disse a diretora financeira Carol Fairweather em uma teleconferência, nesta quinta-feira. A Burberry planeja cortar também 20 milhões de libras em custos discricionários, como viagens, neste ano financeiro em resposta à queda nas vendas na China. As ações caíram 13 por cento, maior declínio registrado desde 2012. Bailey, que recebeu 7,9 milhões de libras no ano passado, enfrenta seu maior teste em menos de 18 meses no comando. Embora a queda na demanda na China e em Hong Kong tenha pesado sobre todas as fabricantes de produtos de luxo, a Burberry está em uma posição mais frágil que rivais como a LVMH. A fabricante de gabardinas de carneiro que custam 1.995 libras obtém mais de 30 por cento de sua receita com os consumidores chineses, mas apenas 2 por cento no Japão, onde muitos deles estão comprando. “A lua de mel de Christopher Bailey na Burberry acabou”, disse Luca Solca, analista da Exane BNP Paribas em Londres. A remuneração de Bailey no ano passado incluiu um bônus de 1,78 milhão de libras e um plano de incentivo de ações de 4,43 milhões de libras, segundo o relatório anual da empresa.

sábado, 10 de outubro de 2015

Para evitar demissões, Record reduzirá salários de apresentadores


A Record começou a negociar a redução de salários de seus apresentadores. Ana Hickmann foi a primeira a ser chamada para conversar. O argumento da emissora é o de que o país está em crise, que os investimentos publicitários caíram e de que, aceitando a redução de seus vencimentos, artistas e jornalistas bem pagos evitarão a demissão de centenas de profissionais assalariados. Segundo uma fonte na cúpula da emissora, os percentuais de redução vão variar a cada caso e dependerão da negociação com o apresentador. Ninguém deverá ser poupado, nem mesmo Xuxa Meneghel, que recebe cerca de R$ 1 milhão. Os ganhos com merchandising, que no caso de Rodrigo Faro chegam a triplicar seu salário fixo, de R$ 700 mil mensais, não serão tocados. A Record vem fazendo cortes em salários e realizando demissões de profissionais desde 2013. Os cortes de salários de pessoas que trabalham contratadas como pessoas jurídicas (empresas), no entanto, só eram realizados no momento das renovações. As renegociações de contratos em vigência para redução de ganhos, como está ocorrendo agora, é uma novidade. A Central de estúdios da emissora, o RecNov, no Rio de Janeiro, vive momentos de tensão, com a presença de carros de som de sindicato na portaria. Nos bastidores, teme-se a demissão de centenas de profissionais assim que terminarem as gravações de Os Dez Mandamentos, no final do mês, já que a produção de novelas será totalmente terceirizada. Ao todo, deverão ser demitidos 300 profissionais do RecNov. A decisão foi tomada pela cúpula da emissora em junho, quando se estabeleceu a meta de cortes de 8,75% no orçamento do segundo semestre. Procurada, a Record não se manifestou até a publicação desta nota (a emissora nunca responde aos e-mails do Notícias da TV).

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Traiano assume o Governo do Estado


O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ademar Traiano (PSDB), assumirá o Governo do Paraná nesta sexta-feira (09/10), às 8h30min. A posse acontece devido à viagem para o exterior do governador Beto Richa e de sua vice, Cida Borghetti (PROS). Traiano governará o Paraná por um período de dez dias. A comunicação das viagens foi feita à Assembleia na manhã desta quarta-feira (7). Traiano relatou que vai assumir o Governo do Estado aos jornalistas em uma entrevista pouco antes de entrar no Plenário para comandar mais uma sessão da Assembleia. A presidência da Casa será ocupada pelo primeiro vice-presidente, deputado Jonas Guimarães (PMDB). O presidente da Assembleia adiantou aos jornalistas que, durante os dez dias que ocupará o Governo do Estado, vai cumprir agenda no Palácio Iguaçu, fará viagens ao interior com secretários e assumirá a rotina da administração, recebendo autoridades e empresários interessados em investir no Estado. O governador Beto Richa se ausenta do país para uma viagem à China, à Rússia e à França, para atração de investimentos e negócios para o Paraná. A vice-governadora, Cida Borghetti, fará uma viagem à Itália. A viagem de Beto Richa deve se estender por 14 dias; a de Cida 10 dias.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Mercado diz que o Brasil caminha para o abismo



Mesmo após o governo ter sofrido novas derrotas políticas ontem e ter outros desafios à frente no Congresso, TCU, e TSE, o dólar cai pelo 4º dia seguido e chegou a ser cotado abaixo de R$ 3,80 nesta manhã. O mercado acredita que, após o susto com o dólar acima de R$ 4,00 nas últimas semanas, o país recuará alguns metros da rota para o abismo. O primeiro passo seria manutenção dos vetos da presidente Dilma a medidas que ampliam os gastos públicos, apesar das dificuldades vistas ontem e hoje para realização da sessão no Congresso. A aparente trégua obtida pelo governo, juntamente com a redução das apostas em alta dos juros americanos, ajudou a reverter a alta recente do dólar. Em outras ocasiões, iniciativas do governo também contribuíram para aliviar as pressões. Ainda antes da posse para o 2º mandato, Dilma ajudou a reduzir o estresse financeiro nomeando Joaquim Levy para a Fazenda. Em abril, foi a vez da indicação de Michel Temer como coordenador político gerar uma trégua, que acabou não se revelando duradoura. Com a reforma ministerial, a presidente Dilma conseguiu recompor parcialmente sua base. Deve ser suficiente para uma ”ação defensiva”, como barrar a derrubada de vetos presidenciais ou até mesmo tentativas de impeachment. Porém, para tocar uma agenda positiva, com reformas e mesmo aumentos de impostos necessários para equilibrar as contas públicas, mudar ministros não deve ser suficiente. “Temos feito o bastante para não cair no abismo, mas não o suficiente para se distanciar dele”, diz João Augusto de Castro Neves, diretor para América Latina do Eurasia Group. Para Castro Neves, a percepção de crise aguda que acompanhou a recente disparada do dólar foi fundamental para que o governo acelerasse a reforma ministerial. Ao mesmo tempo, parlamentares que pensavam em votar contra os vetos parecem ter mudado de posição. Castro Neves considera que a reforma ministerial também ajuda a evitar novo aumento da probabilidade de impeachment, que a Eurasia calcula em 40%. Assim como no caso da derrubada dos vetos, o impeachment exige 2/3 dos votos. É muito provável que a presidente consiga pelos menos 1/3 + 1 dos votos no Congresso para vencer essas disputas mais drásticas. Para aprovar reformas ou até mesmo a criação de impostos, como a CPMF, o jogo se inverte e é o governo que precisa de 2/3 dos votos. Ou seja, impedir a pauta-bomba de explodir é mais fácil do que fazer a agenda positiva andar. O problema é que medidas mais agressivas, ainda que não sejam cruciais no curto prazo, são fundamentais no médio e longo prazo para equilibrar a economia. Tome-se o caso da mudança no Fator Previdenciário. Com a adoção da escala 85-95, os gastos podem até diminuir no curto prazo, mas depois se aceleram, tornando uma reforma profunda da Previdência inevitável.“Nós estávamos em frente ao caos”, diz o consultor Nathan Blanche, da Tendências, sobre a alta que levou o dólar a passar de R$ 4,20 no final de setembro. Agora, o mercado voltou a uma situação ”apenas” muito ruim. ”Isso é paradoxal”, diz Castro Neves, da Eurasia. “O dólar a R$ 4,00 foi necessário para convencer o governo a buscar uma solução defensiva. A pergunta é: a quanto o dólar teria de chegar para o Congresso aprovar todo o ajuste fiscal? Teria de ir a R$ 5,00 ? Com informações do site exame.com

Por 8 a 0, TCU reprova contas do governo Dilma e abre caminho para o impeachment


Os ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) reprovaram por unanimidade, nesta quarta-feira (7/10), as contas do governo da presidente Dilma Rousseff, referentes ao ano de 2014. Os sete ministros do colegiado acompanharam o voto do relator do processo, ministro Augusto Nardes, entendendo que a presidente descumpriu a Constituição e as leis que regem os gastos públicos no ano passado. Dilma Rousseff é a primeira presidente da República na história a ter as contas de sua gestão reprovadas pelo TCU. As informações são de reportagem desta quarta-feira (7) do jornal Folha de S. Paulo. O parecer do TCU será agora enviado ao Congresso, que irá definir se aprova ou reprova as contas presidenciais. A decisão abre caminho para um eventual processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Isso porque, segundo a Folha, um dos principais pedidos de impeachment em análise hoje no Congresso se ampara nas chamadas “pedaladas fiscais”, que consistiram no atraso dos repasses do dinheiro de benefícios sociais e previdenciários para instituições financeiras.O resultado unânime se deu mesmo após as tentativas do governo federal de adiar a votação. Por meio da Advocacia-Geral da União (AGU), o governo tentou afastar o relator Augusto Nardes do processo, e suspender o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). O pedido foi negado pelo ministro Luiz Fux.