terça-feira, 30 de abril de 2019

A baixa produtividade brasileira

O trabalhador brasileiro leva uma hora para fazer o mesmo produto ou serviço que um norte-americano consegue realizar em 15 minutos e um alemão ou coreano em 20 minutos. Isso significa que a produtividade do Brasil é baixa, mas não quer dizer que o brasileiro seja preguiçoso ou inapto. Há atrasos na formação e na infraestrutura das empresas, o que afeta os resultados, dizem especialistas. Em termos de riqueza, o Brasil produz em uma hora o equivalente a US$ 16,75, valor que corresponde apenas a 25% do que é produzido nos EUA (US$ 67). Comparado a outros países, como Noruega (US$ 75), Luxemburgo (US$ 73) e Suíça (US$ 70), o desempenho do país é ainda pior. As informações são do professor José Pastore, presidente do Conselho de Emprego e Relações do Trabalho da Fecomercio-SP.  O acesso a certos recursos no Brasil, como capitais humano, físico e financeiro, entre outros, é insuficiente e desfavorável se comparado ao de outros países. Entre os fatores que conspiram contra a produtividade, ele enumera: "Melhoramos nossa escolaridade média nos últimos 25 anos, mas foi insuficiente para aumentar a qualidade do capital humano e, assim, atender às necessidades das empresas", disse o professor da FGV. Para Pastore, o alastramento do trabalho informal também agrava o quadro de baixa produtividade no país. "Afinal, temos cerca de 40 milhões de pessoas nessa situação hoje. Isso significa que não é apenas o trabalhador que tem baixa qualidade, é o seu emprego que é de baixa qualidade", afirmou. Uma pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) divulgada na semana passada mostra que a produtividade do trabalho na indústria de transformação no ano passado aumentou 0,9%, em relação a 2017, quando já havia crescido 4,5%, em comparação a 2016. Trata-se do quarto ano consecutivo de crescimento do indicador, mas ainda insuficiente para ganhar competitividade. O setor industrial brasileiro ainda é 23% mais caro que o norte-americano, segundo estudos da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) citados pelo professor Pastore.Um relatório do Banco Mundial sobre produtividade, lançado em 2018, aponta que a renda per capita brasileira é aproximadamente 20% da renda per capita dos EUA. Se o Brasil tivesse a mesma produtividade que a norte-americana, a renda do país seria mais de 50% da dos EUA, mesmo sem investimento adicional em máquinas ou capital humano. Ou seja, a renda per capita atual mais do que dobraria somente com melhorais na produtividade. Jorge Arbache, economista e estudioso do assunto, mostrou que em 1980 a produtividade do trabalhador brasileiro era 670% maior do que a do trabalhador chinês e 70% menor do que a americana. Em 2013, o Brasil perdia nos dois casos: a do trabalhador brasileiro era 80% inferior à americana e 18% menor à chinesa. No período, a eficiência dos chineses cresceu 895%. Já a dos brasileiros, meros 6%. E os números que conspiram contra o Brasil não param por aí. Pieri afirmou que a relação PIB/trabalhador em 1994 no Brasil era de R$ 25 mil. Em 2016, já considerada a inflação no período, passou para R$ 30 mil. Isto é, em 22 anos aumentou apenas 20%. "Nesse mesmo intervalo, a relação PIB/trabalhador nos EUA cresceu 48%", disse o professor da FGV. Eis alguns dos entraves:

-Baixa qualificação e capacidade dos trabalhadores (capital humano);
-Tecnologia atrasada e mal administrada nas empresas (capital físico);
-Investimento caro e abaixo do necessário (capital financeiro);
-Infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos insuficientes e sucateados);
-Burocracia complicada;
-Ambiente de negócios perverso;

Sem dinheiro, ministérios podem parar serviços a partir de agosto

O bloqueio de quase R$ 30 bilhões nas despesas do Orçamento impõe uma espécie de "shutdown branco" aos ministérios por falta de recursos, uma paralisia da máquina pública que pode se agravar a partir de agosto. Algumas áreas sentem os efeitos do arrocho, como ciência e tecnologia, bolsas de estudos, repasses do Minha Casa, Minha Vida, tarifas bancárias, o Censo Demográfico e até mesmo os compromissos do governo brasileiro com organismos internacionais. A situação tende a piorar e afetar áreas mais sensíveis para a população, porque, até agora, a área econômica não vê sinal de melhora na arrecadação ou alívio significativo nas despesas. Técnicos do governo ouvidos pelo Estadão/Broadcast avaliam que julho vai ser o mês limite para algumas pastas. É quando se prevê que não será possível barrar os efeitos mais nocivos do "shutdown", como em 2017. Durante o governo Michel Temer, a população ficou sem emissão de passaporte, houve suspensão das atividades de escolta e fiscalização da Polícia Rodoviária Federal e o atendimento das agências do INSS ficou prejudicado. A equipe econômica corre para buscar receitas e reduzir despesas, como de subsídios, mas já precisa resolver problemas mais imediatos, como a liberação de R$ 2,8 bilhões para o Minha Casa Minha Vida, manutenção de estradas e atender a demandas dos caminhoneiros. Para isso, terá de fazer um aperto adicional em outros ministérios. Dinheiro extra do Minha Casa deve acabar em junho Diante da pressão do setor da construção, o Ministério da Economia precisou entrar em campo para evitar um estrangulamento financeiro das empresas, que estavam entregando as casas sem receber do governo. A equipe econômica arrumou um extra de R$ 800 milhões para o MCMV. Mas o ministro de Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, avisou que o dinheiro a mais acaba em junho. Os recursos para a área científica são os mais afetados com o corte de 42%. O funcionamento de agências como CNPq, Finep e Capes está ameaçado. O presidente do CNPq, João Luiz Filgueiras de Azevedo, alertou que o dinheiro só garante o pagamento das bolsas de pesquisa até setembro. Em outras frentes, o governo já começou a dar calote: tem uma dívida de cerca de R$ 400 milhões com a Caixa Econômica Federal em tarifas bancárias cobradas pelo banco para gerir os programas federais. Procurada, a Caixa não respondeu sobre os atrasos. O Brasil também tem dívidas que chegam a R$ 4 bilhões com organismos internacionais, sendo cerca de R$ 2 bilhões com a Organização das Nações Unidas (ONU). O passivo pode chegar a R$ 6,2 bilhões até o fim deste ano, mas o Orçamento só prevê R$ 532,9 milhões para esses pagamentos. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".

segunda-feira, 29 de abril de 2019

Carol Bittencourt está desaparecida após acidente de barco


A modelo brasileira Carol Bittencourt, de 37 anos, está desaparecida desde a tarde de ontem, por volta das 16h30, quando fazia um passeio de barco em Ilhabela, no litoral de São Paulo. Uma tempestade forte no local foi o motivo do desaparecimento. A personal trainer de Carol, Cau Saad, que também é amiga próxima da modelo, confirmou o ocorrido e informou detalhes, entre eles que o marido de Carol, Jorge Sestini, também estava no barco e sobreviveu após nadar três horas. "Aconteceu um acidente de barco por conta da forte chuva e ela está desaparecida. A Carol pulou no mar para salvar os dois cachorrinhos dela que tinham caído com o vento. Só estava ela, o marido e os cachorrinhos no barco. O Jorge pulou atrás para encontrá-la, mas eles se perderam por conta da tempestade. Ele teve que nadar três horas até a costa para sobreviver, mas a Carol ainda não foi encontrada. Não sabemos o paradeiro dela. Os bombeiros dobraram a busca agora pela manhã, mas ainda não encontramos nada", disse a personal trainer.

Atualizado: o corpo da modelo foi encontrado na tarde da segunda-feira (29/04). Lamentamos. Nossas condolências à família e amigos.

sexta-feira, 26 de abril de 2019

"O Supremo banquete"

Publicamos aqui matéria da revista IstoÉ, por entendermos ser um direito da população em conhecer os "bastidores" das benesses de nossas autoridades (não considero crítica ao STF mas sim mais um exemplo das "excentricidades" dos poderes brasileiros:


"Em tempos de ajuste fiscal, quando se cobram sacrifícios de toda a sociedade para a redução de gastos públicos, o Supremo Tribunal Federal (STF) não tem sido um dos melhores exemplos de austeridade. Em meio à crise que levou-o a impor censura à imprensa, o tribunal presidido pelo ministro Dias Toffoli decidiu abrir nesta sexta-feira (26/04) uma licitação que agrava ainda mais sua combalida imagem: vai contratar uma empresa que sirva banquetes aos ilustres ministros togados e seus comensais (clique na imagem acima para ampliar). Na farra gastronômica serão gastos R$ 1,1 milhão, dinheiro que será bancado pelo cidadão comum que paga exorbitantes impostos. Os banquetes serão realizados nos amplos e luxuosos salões do próprio STF. O processo de contratação do buffet prevê o fornecimento de pelo menos 2,8 mil refeições (almoços ou jantares), 180 cafés da manhã, outros 180 brunchs (cafés mais reforçados) e três tipos de coqueteis para 1.600 pessoas. Na lista de exigências do contrato, previsto para durar 12 meses, prorrogáveis por mais 60 meses, estão pratos dignos dos melhores restaurantes do mundo, comparados aos badalados cinco estrelas do guia Michelin. No menu do Supremo, a empresa está obrigada a disponibilizar pratos com medalhões de lagosta com molho de manteiga queimada, bobó de camarão, camarão à baiana, bacalhau à Gomes de Sá, arroz de pato, pato assado com molho de laranja, galinha d’Angola assada, vitela assada, codornas, carré de cordeiro, medalhões de filé, tournedos de filé com molho de mostarda, pimenta, castanha de caju com gengibre, entre outros. Obviamente que para um menu desse nível seriam necessárias bebidas perfeitas para harmonizar degustações com tanto glamour. Afinal de contas, um medalhão de lagosta não pode ser servido com um vinho qualquer. E qual foi a solução adotada pelo Supremo para resolver essa delicada questão culinária? Simples. A licitação prevê que as “bebidas deverão ser perfeitamente harmonizadas com os alimentos” servidos. Justamente por isso, na lista de bebidas exigidas estão dois tipos de espumantes (brut e extra brut), que precisam ser produzidos pelo método champenoise e “que tenham ganhado ao menos quatro premiações internacionais”. Para quem não sabe, o método champenoise é o chamado “método tradicional”, cuja produção do espumante é quase artesanal e de qualidade superior ao método Charmat, mais simples e barato. Ainda sobre os espumantes, na lista do Supremo o champagne precisa ter pelo menos 12 meses de maturação. O extra brut deve ter no mínimo 30 meses. Além dessa sofisticação etílica, o STF exige que em seus banquetes a empresa vencedora da licitação disponibilize vinhos de seis uvas de variedades diferentes: Tannat, Assemblage, Cabernet Sauvignon, Merlot, Chardonnay e Sauvignon Blanc. Nos casos dos Tannat, Assemblage e Cabernet Sauvignon, o vinho precisa ser obrigatoriamente de safra igual ou posterior a 2010. Outras características singulares determinadas no edital: todos os vinhos precisam ter pelo menos quatro premiações internacionais. No caso do Tannat ou Assemblage, o STF exige que tenham sido envelhecidos em “barril de carvalho francês, americano ou ambos, de primeiro uso”. A exigência por essa característica é simples. Barris de carvalho franceses são considerados pelos especialistas como “complexos, elegantes e que geram taninos suaves na bebida”. Além disso, quando o carvalho é de primeiro uso proporciona uma bebida com maior influência do barril no processo de maturação. Sobre os vinhos brancos, Chardonnay e Sauvignon Blanc, o procedimento licitatório apresenta aspectos, no mínimo, curiosos. As uvas para as duas bebidas precisam, necessariamente, ser colhidas à mão. E se isso não fosse o suficiente, uma última, mas não menos importante exigência do Supremo: os uísques de puro malte, precisam ser envelhecidos por 12, 15 ou 18 anos. Já as cachaças para as caipirinhas devem ganhar idade em “barris de madeira nobre” por um, dois ou três anos. A empresa responsável por esse serviço de buffet será responsável por disponibilizar, em cada evento, um garçom para cada seis pessoas. Nos eventos menores, deverá haver um garçom para cada dez convidados. A deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), que constantemente tem criticado o Supremo por suas atitudes pouco transparentes, condenou a lista de compras do STF. “O presidente Bolsonaro exonerou uma diretora de um hospital que iria dar um jantar de R$ 280 mil. Isso deveria servir de exemplo para todos nesta nação”, declarou a parlamentar. “A licitação é uma vergonha e mais um abuso diante da crise que estamos vivendo. O Congresso tentando aprovar a reforma da Previdência para reduzir gastos, enquanto o Supremo investe em mordomias”, complementou o senador Alessandro Vieira (Cidadania-ES), autor dos dois requerimentos de investigação no Senado sobre as ações do Poder Judiciário, a chamada CPI da Lava Toga. De fato, o STF mostra que está totalmente divorciado da realidade brasileira."

Posicionamento STF:

O edital da licitação do serviço de refeições institucionais em elaboração pelo STF reproduz as especificações e características de contrato semelhante firmado pelo Ministério das Relações Exteriores (que faz o cerimonial da Presidência da República) já analisado e validado pelo Tribunal de Contas da União, mas com redução de escopo: dos 21 itens contratados pelo ministério, 15 são objeto da licitação do STF. Cabe destacar que o valor de R$ 1,1 milhão é uma referência, que será submetida à disputa de preços entre as participantes do pregão. Além disso, o contrato prevê que o STF pagará apenas pelo que for efetivamente demandado e consumido, tendo o valor global do contrato como um teto.

quarta-feira, 24 de abril de 2019

Procuradoria Geral da República pede ao STF que Collor cumpra 22 anos de prisão na Lava Jato


Em alegações finais, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que imponha ao senador Fernando Collor (PROS) uma pena de 22 anos, 8 meses e 20 dias, em ação penal no âmbito da Operação Lava Jato. Raquel apontou a suposta participação do senador em propinas, que somadas, chegariam a R$ 50,9 milhões em contratos da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. Ele é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A procuradora-geral detalha que “entre 2010 e 2014, uma organização criminosa instalou-se nas Diretorias da Petrobras Distribuidora S/A – BR Distribuidora – capitaneada pelo Partido Trabalhista Brasileiro, em particular na figura do Senador Fernando Collor, e também pelo Partido dos Trabalhadores, com destaque para o Deputado Federal Vander Loubet”. Segundo Raquel, Collor participou de supostas propinas de “pelo menos R$ 9.950.000,00 em razão de contrato de troca de bandeiras em postos de combustíveis”. Ele também teria recebido vantagens de “pelo menos R$ 20.000.000,00 em razão de contratos para a construção de bases de distribuição de combustíveis celebrados entre a BR Distribuidora”. Raquel diz que Collor também integrou suposto esquema envolvendo “pelo menos R$ 1.000.000,00 em propinas em razão de contrato de gestão de pagamentos e programa de milhagens”. E ainda propinas de “R$ 20.000.000,00 para viabilizar hipotético e futuro contrato de construção e leasing de um armazém de produtos químicos em Macaé/RJ”. A procuradora-geral ainda expôs a compra de carros de luxo, apartamentos e obras de arte como parte da lavagem de dinheiro imputada a Collor, com o uso das supostas propinas. Segundo ela, contas bancárias pessoais de Collor giraram R$ 2,6 milhões entre janeiro de 2011 e abril de 2014 na forma de depósitos em dinheiro. Entre os veículos atribuídos a Collor, a procuradora-geral cita um Flying Spur, marca Bentley, por R$ 975 mil, uma Range Rover de R$ 570 mil, uma Ferrari de R$ 1,4 milhão, uma Lamborghini de R$ 3,2 milhões e um Porsche de R$ 395 mil. A chefe do Ministério Público Federal ainda cita a compra, em 2010, de uma casa de R$ 4 milhões na Pedra do Baú, próxima de Campos do Jordão, um imóvel em Barra de São Miguel, em Alagoas, por R$ 450 mil, e quatro salas comerciais por R$ 950 mil, em Maceió (AL). Também mencionou salas comerciais, um quadro de Di Calvalcanti apreendido em sua residência em Brasília, no valor de R$ 4,6 milhões, e uma lancha batizada com o nome “Balada II”, e, depois, nomeada como “Mama Mia II”, adquirida por R$ 900 mil. Parte dos itens estava em nome de empresas ligadas ao senador, segundo Raquel. A procuradora-geral afirma ainda que reforça a culpabilidade o fato de que Collor “foi Deputado Federal, Governador de Estado e mesmo Presidente da República, afastado do cargo precisamente por suspeitas de corrupção”. “Agora, anos depois, enquanto Senador da República, há não apenas suspeitas, mas prova para além de dúvida razoável de que cometeu crimes”. O senador Fernando Collor afirmou que “mais uma vez será demonstrada a fragilidade da denúncia”. Com informações da revista Exame.

  

quinta-feira, 18 de abril de 2019

A volta do Mappin


A plataforma de vendas do Mappin deverá estrear em meados de junho. Em 2010, a rede de lojas de departamentos foi comprada pela família Fares, que comanda o grupo Marabraz, por estimados 5 milhões de reais. O projeto é tocado pelos primos Nader e Abdul Fares, que atualmente administra o grupo ao lado do tio, Nasser. Em um segundo momento, a família pretende abrir também lojas físicas. Já existem dois terrenos comprados: um na Marginal Pinheiros e outro no centro da cidade, na região onde ficava a icônica loja que fechou as portas em 1999 sob a gestão de Ricardo Mansur, acusado por falhas administrativas e corrupção.

sexta-feira, 12 de abril de 2019

Petrobras perde quase R$ 32 bi e puxa o Ibovespa para baixo

O Ibovespa fechou em forte queda nesta sexta-feira, 12, pressionado pelo tombo das ações da Petrobras, que perdeu quase R$ 32 bilhões em valor de mercado. O movimento refletiu preocupações sobre a liberdade operacional da petrolífera de controle estatal após a companhia voltar atrás em decisão sobre aumento do preço do diesel. Ontem, após o fechamento do pregão, a Petrobras era avaliada em R$ 390,52 bilhões de reais. Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa recuou 1,98%, a 92.875,00 pontos, de acordo com dados preliminares. O volume financeiro somava R$ 18,6 bilhões. Na semana, o Ibovespa acumulou declínio de 4,6% , também conforme dados antes do ajuste de fechamento. O presidente da República, Jair Bolsonaro, admitiu que determinou a suspensão do reajuste de 5,7% no preço do diesel (o litro passaria de R$ 2,1432 para R$ 2,2662), anunciado pela Petrobras.O novo valor começaria a ser cobrado nesta sexta-feira, 12, mas vai ficar suspenso até que os técnicos da estatal justifiquem ao presidente a necessidade do aumento. Se fosse efetuada, a alta divulgada na quinta-feira seria a maior desde que os presidentes da República e o da petroleira, Roberto Castello Branco, assumiram os cargos. “Os investidores foram pegos de surpresa com a ‘canetada’ do Bolsonaro. Todo o discurso de estatais sem interferência política se perde”, destacou Pedro Menezes, membro do comitê de investimento de ações e sócio da Occam Brasil Gestão de Recursos, destacando que o mercado como um todo foi contaminado. “O grande foco continua a ser na reforma da Previdência, mas essa situação não ajuda em nada o sentimento do mercado”, disse. Analistas do BTG Pactual divulgaram relatório com o título ‘Déjà Vu’, citando que é preciso saber se foi uma decisão temporária por motivação política, como evitar uma nova greve, ou mudança na forma como o governo percebe a liberdade operacional da empresa.

quarta-feira, 10 de abril de 2019

Caoa pretende fazer caminhões pesados da Hyundai na fábrica da Ford em São Bernardo


Em conversas avança­das para comprar a fábrica da Ford em São Bernardo, o Grupo Caoa pretende produzir no local caminhões pesados da linha Xcient, da coreana Hyundai, e dividir a linha de montagem com os modelos médios da mar­ca norte-americana, segun­do fontes ligadas à negociação. O mais cotado para ser o primeiro produto da nova fase é o cavalo mecânico P440, que disputaria mercado com modelos da Mercedes-Benz, Scania e Volvo, entre outras marcas. Há tempos a Caoa estuda a viabilidade de produzir cami­nhões semipesados e pesados no Brasil. O grupo já fabrica os leves HR e HD80 em Anápolis (GO). Recentemente circula­ram na internet fotos de unidades do Xcient P440 e do leve Mighty no pátio onde a Caoa movimenta veículos importados na cidade goiana. A possibilidade da compra da fábrica da Ford, portanto, surgiu como uma solução sob medida para a empresa. Ao concretizar o negócio, o grupo pode transformar a fábrica do ABC em plataforma de exportação da linha de caminhões da Hyundai. Além de atender o mercado brasileiro, a fábrica poderá fornecer caminhões para outros países da América do Sul. Os modelos Xcient já são vendidos no Uruguai e no Paraguai, países com os quais o Brasil mantêm acordos de livre comércio. Produzir veículos de marcas distintas em uma mesma fábrica não será novidade para a Caoa. Em Anápolis, o grupo já fabrica os SUVs ix35 e Tucson, da Hyundai, além do Tiggo 5x e Tiggo 7 da marca Caoa Chery, criada após a empresa brasileira adquirir o controle da operação local da companhia chinesa. O negócio incluiu também o comando da fábrica erguida pela Chery em Jacareí (SP). Lá, a Caoa Chery fabrica o subcompacto QQ, o sedã Arrizo 5 e o SUV compacto Tiggo 2. Além disso, a Caoa é importadora dos automóveis feitos na Coreia do Sul pela Hyundai, como o sedã Elantra e o SUV Santa Fé. Também detém a importação da japonesa Subaru. A linha de caminhões Xcient foi lançada na Coreia do Sul em 2013. Inicialmente, o objetivo da Hyundai era atender países europeus, além do mercado doméstico. Porém, o plano foi expandido e a marca já está presente em países do Mercosul. Se forem mesmo oferecidos no Brasil, os caminhões da marca sul-coreana enfrentarão rivais consolidados, co­mo a linha de semipesados Atego, da Mercedes-Benz; e a de pesados FH, da Volvo. A investida mira oportunidades de negócios no Brasil e no exterior. O grupo liderado pelo empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade deve assumir o controle da fábrica de São Bernardo em dezembro. Em julho de 2020 entrará em vigor o acordo de livre comércio de cami­nhões e ônibus com o México. Diferentemente do que ocor­re com os auto­móveis, em que o México leva vantagem, nos caminhões é o Brasil que se sobressai. Volvo e Mercedes, por exemplo, fabricam no país produtos com o mesmo nível de tecnologia das matrizes na Europa.

terça-feira, 9 de abril de 2019

Em queda livre, indústria tem a menor fatia do PIB desde o final dos anos 40

Os números deste início de ano não deixam dúvida: a crise que a indústria brasileira há tempos atravessa ainda não dá sinais de reversão. No primeiro bimestre, a atividade industrial recuou 0,2% em relação ao ano passado. Esse fraco desempenho reforça uma tendência que vem se verificando desde os anos 80: a queda de participação da indústria de transformação na composição do Produto Interno Bruto (PIB). No ano passado, esse setor respondeu por apenas 11,3% da atividade econômica do País, o patamar mais baixo em mais de 70 anos – não há dados anteriores a 1947. No fim dos anos 80, a indústria de transformação (que exclui a indústria extrativa) chegou a ter uma fatia próxima de 30% do PIB, mas essa participação depois veio diminuindo rapidamente. Segundo economistas, é provável que 2019 registre um número ainda mais baixo que o de 2018. “É um risco que corremos e uma tendência que vem de longo prazo. Os países continuam avançando na indústria mais sofisticada, e o Brasil não”, diz o economista Rafael Cagnin, do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). Apesar da perda de espaço na economia ser um fator estrutural – no mundo todo, os serviços têm ganhado participação –, há indícios de que, no Brasil, esse fenômeno vem sendo fortalecido por questões conjunturais, como as crises sucessivas. Isso ocorre porque, nas recessões, a indústria costuma recuar mais do que o PIB total, mas, nos períodos de crescimento econômico, ela não avança de forma mais acelerada. O economista Paulo Morceiro, do Núcleo de Economia Regional e Urbana da USP, lembra que, entre 2000 e 2008, período de crescimento mais significativo, a indústria apenas acompanhou o ritmo do PIB. “A indústria não avançou mais porque perdeu competitividade para o importado”, diz. Um estudo de Morceiro mostra que o PIB do setor industrial caiu de forma acelerada desde 2013 e hoje se encontra em um patamar próximo ao de 2004. Apesar de as importações também terem recuado nos últimos cinco anos por causa da recessão, elas mais do que dobraram desde 2004. Para o Iedi, a falta de mecanismos de financiamento, os gargalos na infraestrutura, o sistema tributário complexo e um apoio ineficiente à ciência e tecnologia têm comprometido a produtividade industrial. “Nesse ritmo, a indústria brasileira caminhará para um porcentual do PIB inferior a dois dígitos, algo que pode acontecer dentro dos próximos dois anos se as tendências em curso de retrocesso industrial e de vazamento de demanda para o exterior continuarem”, diz um documento do instituto publicado recentemente. 

segunda-feira, 8 de abril de 2019

A 18 meses da eleição, Covas muda metas


A um ano e meio da eleição, o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), anunciou uma revisão do Plano de Metas aprovado em 2017, com maior foco em ações de zeladoria. Só o orçamento para serviços de limpeza e capinação, por exemplo, chega a R$ 3,4 bilhões – quase cinco vezes mais do que o investimento previsto em novos equipamentos de Educação e Saúde. Anunciado nesta segunda-feira (08/04), o plano de Covas aumenta de 53 para 71 as metas para o biênio 2019-2020. Na prática, também altera promessas do ex-prefeito e atual governador João Doria (PSDB). Entre elas, reduz o número de equipamentos públicos que devem ser repassados à iniciativa privada, de 55 para 10. A expectativa de conseguir R$ 5 bilhões, no entanto, foi mantida. O plano de Covas tem previsão orçamentária de R$ 15,3 bilhões para os próximos dois anos, incluindo custeio e investimentos. Desses, ao menos R$ 6,7 bilhões (43%) serão destinados a metas de zeladoria, incrementando serviços de limpeza, coleta seletiva, construção de calçadas e programas de tapa-buraco, além de revitalizar praças, parques, pontes e viadutos. Por sua vez, Saúde e Educação preveem investimento de R$ 747 milhões em novos equipamentos. Para essas áreas, a gestão Covas espera entregar o Hospital da Brasilândia, além de duas UBSs, 12 UPAs e 12 CEUs. Também foi incluído no plano equipar o Hospital de Parelheiros, na zona sul. “O que aprendemos aqui em relação ao acontecimento no (Largo do) Paiçandu, com aquele prédio que caiu, e com o viaduto da Marginal do Pinheiros (…) é que a gente precisa arrumar a casa”, disse Covas. “É melhor pôr para funcionar o que já existe do que colocar coisa nova e deixar o que já existe ruim.” O Plano de Metas passa a ter 36 objetivos, em três eixos: “cuidar da cidade”, “proteger o cidadão” e “inovar a gestão”. Foram incluídas 25 metas. Outras 18 foram mantidas na íntegra e 7, que já teriam sido cumpridas, retiradas. Só 6 das 28 restantes foram ampliadas – as demais acabaram sendo “incorporadas parcialmente” ou com “escopo ajustado”. Segundo Covas, houve ajuste de objetivos, uma vez que o otimismo para o cenário econômico em 2017 não se confirmou. “A reforma (da Previdência) não foi aprovada, a expectativa de crescimento não se realizou e nós tivemos frustração com o comportamento do PIB em 2017 e 2018.” Entre as novas metas está reduzir em 80% o número de usuários de drogas em logradouros públicos – ação que será limitada à região da Luz. A referência são 496 pessoas contadas pela GCM em dezembro. Houve redução de novos corredores de ônibus de 72 km para 9,4 km. Embora argumente adversidade econômica, a Prefeitura afirma que vai aumentar a previsão de investimento de R$ 10,8 bilhões (plano de Doria) para R$ 12,8 bilhões. Todo o orçamento estaria garantido, diz Covas. “Havendo sucesso no plano de desestatização ou aumento de repasse federal e estadual, nós poderemos fazer a mais.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

sábado, 6 de abril de 2019

O divórcio de US$ 35 bi do casal Bezos

Jeff Bezos vai manter três quartos de sua participação na Amazon quando se divorciar da esposa MacKenzie, que receberá ações avaliadas em mais de US$ 35 bilhões, naquele que vem sendo classificado como o maior acordo do tipo já feito no mundo. Bezos disse ontem que ela vai transferir todas as suas ações da Amazon com direito a voto para ele, permitindo-lhe manter o atual nível de controle sobre a empresa que ele fundou há quase 25 anos. Ele também deverá continuar sendo o homem mais rico do mundo. Bezos ficará com 12% das ações da Amazon após a conclusão do divórcio, avaliadas em cerca de US$ 107 bilhões. Segundo a revista "Forbes", isso deixará sua fortuna acima da de Bill Gates, cofundador da Microsoft, estimada em US$ 96,5 bilhões. A participação de MacKenzie Bezos, de 4%, fará dela a terceira mulher mais rica do mundo, perdendo apenas para Françoise Bettencourt, herdeira da L'Oréal, e Alice Walton, filha do fundador do Walmart, Sam Walton, segundo estimativas da "Forbes". Em um comunicado postado no Twitter ontem, MacKenzie disse que vai transferir todos os seus interesses no jornal "The Washington Post" e na Blue Origin, a empresa de astronáutica de Bezos. O casal deu entrada com o pedido de divórcio ontem, segundo protocolo regulatório encaminhado pela Amazon, e a expectativa é de que um acordo seja confirmado por decreto em cerca de 90 dias. Os detalhes resolvem questões de governança e controle que pendiam sobre os acionistas da Amazon desde que o casal anunciou que estava se separando, em janeiro, além de especulações sobre como isso afetaria os esforços filantrópicos do casal. Muitos advogados anteciparam que os detalhes da separação serão mantidos em sigilo sob as leis do Estado de Washington, onde estão localizadas a casa da família e a Amazon. Hoje a participação conjunta dos Bezos na Amazon está avaliada em US$ 143 bilhões. "Estou agradecida por ter concluído o processo de dissolução de meu casamento com Jeff, com o apoio de cada um que nos estendeu uma mão amiga, e espero pela próxima fase como pais e amigos", disse MacKenzie Bezos em um comunicado postado no Twitter. "Animada com meus planos. Agradecida pelo passado enquanto espero pelo que vem em seguida." Em seu próprio comunicado, Jeff Bezos agradeceu à em breve ex-esposa e disse estar "grato por seu apoio e sua gentileza nesse processo". "Ela foi uma parceira extraordinária, aliada e mãe. É talentosa e brilhante, carinhosa e sei que sempre estarei aprendendo com ela", afirmou ele. As informações são do jornal Valor Econômico.