domingo, 19 de agosto de 2007

Avião da GOL aborta decolagem "na metade" em Goiânia e assusta passageiros

NOVA YORK - Um avião da Gol Linhas Aéreas teve de abortar a decolagem no começo da tarde de ontem quanto já estava no meio da pista do Aeroporto Internacional Santa Genoveva, em Goiânia (GO), aí no Brasil, causando pânico e crises de choro nos passageiros. O vôo 1355 tinha como destino o Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, e levava cerca de 10 pessoas da equipe da dupla sertaneja Zezé Di Camargo e Luciano. Os dois músicos no entanto não estavam na aeronave, já que viajavam de jato executivo para um show na cidade de Unaí, em Minas Gerais. Segundo testemunhas por volta das 14 horas, o avião da Gol já estava em procedimento de partida e tinha percorrido metade dos 2.200 metros da pista em alta velocidade quando o piloto percebeu um aviso luminoso de problema hidráulico. Segundo os próprios passageiros que estavam no vôo 1355 e tiveram de receber ajuda médica no aeroporto por causa de escoriações sofridas no incidente, a aeronave ainda derrapou antes de conseguir brecar totalmente, já quase no limite da pista do aeroporto. O bico do avião já não estava mais no solo na hora em que o piloto abortou a decolagem, o que fez a aeronave "quicar" no asfalto. Flávia Fonseca, mulher do cantor Luciano, chegou a machucar o pescoço e o braço. Muitas pessoas tiveram crises nervosas e choraram com medo de um possível acidente, e algumas vomitaram com a freada brusca. Caríssimos amigos: sou piloto, e aqui lhes digo que aborto de decolagem é um procedimento incomum, porém normal. Vê-se, no entanto, que as instruções de segurança repassadas no início do vôo - e motivo de chacota, como sempre - não foram observadas pelos passageiros. Aí ficam assim, apavorados e reclamando do sabor da barrinha de cereal. E mais: o avião dificilmente teria tirado o nariz do chão antes do aborto, e isso tem uma explicação técnica. Os computadores de bordo calculam, baseados no tamanho da pista e peso da aeronave, o limite de SEGURANÇA que os pilotos têm para abortar ou não uma subida. É a chamada "V1". Após esse limite, que diga-se de passagem é bem antes da rotação que tira o nariz do chão, deve-se PROSSEGUIR. Se o que foi descrito realmente tiver acontecido, foi descumprida uma norma seríssima e cabe averiguação, pois o avião poderia não ter conseguido parar antes do fim da pista. No entanto, acredito que desinformados de plantão tenham repassado a informação errada, e não que o piloto tenha cometido um erro.

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