segunda-feira, 30 de março de 2020

Secretaria de Saúde confirma terceiro óbito e 160 casos de coronavírus no Paraná

A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa) confirmou mais um óbito por coronavírus. Um homem de 66 anos, morador de Cascavel no Oeste do Paraná, teve a confirmação de Covid-19 neste domingo (29/03) e morreu na manhã desta segunda-feira (30/03). O paciente possuía comorbidades e havia viajado para os Emirados Árabes com retorno ao Brasil no dia 14/03. Teve os primeiros sintomas no dia 18/03 e foi hospitalizado dia 25/03 em uma unidade da rede privada. Oito novos casos foram confirmados nos municípios de Curitiba (3), Almirante Tamandaré (2), Rio Branco do Sul (1), Campo Largo (1) e Matinhos (1). Os pacientes são seis homens e duas mulheres com idades entre 26 e 59 anos. Um caso confirmado no município de Colombo foi transferido para Curitiba visto que o paciente reside na capital. Dados do boletim registram atualmente 160 casos confirmados – cinco não residem no Estado –, destes, três óbitos, 2.877 casos descartados e 484 em investigação.

quarta-feira, 25 de março de 2020

Bancos podem manter dinheiro parado

As medidas anunciadas pelo Banco Central, que já passam de R$ 1 trilhão, para dar suporte aos bancos em meio à pandemia de coronavírus não resolvem o principal problema desta crise: o aumento do risco. Ao irrigar o sistema com recursos, na expectativa de que as instituições abram suas torneiras de crédito - seja por meio de linhas tradicionais ou para garantir folhas de pagamentos -, o BC pode, na opinião de especialistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast, repetir os erros de 2008. À época, a liquidez dos bancos ficou "empoçada" (quando o dinheiro fica parado nas tesourarias das instituições) e somente Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil atuaram na linha de frente, enquanto seus pares privados se retraíram. A demanda por crédito nos bancos disparou com a chegada do novo coronavírus no Brasil e o fechamento do mercado de capitais. Grandes empresas de diversos setores, como varejistas, montadoras e indústrias correram aos bancos para acionar linhas disponíveis. Ainda que não precisem delas neste momento, para reforçar o caixa, elas preveem dias mais difíceis e precisam ter recursos disponíveis à vista. O salto nos pedidos encareceu a obtenção de financiamento. Mesmo pagando mais caro pelos recursos, algumas empresas já encontram as portas fechadas, principalmente em instituições privadas, que naturalmente recuam diante do aumento do risco na economia. Ao mesmo tempo, as pessoas físicas e as pequenas e médias empresas - até outro dia, o motor para o crédito no Brasil - podem ficar sem recursos para enfrentar os estragos deixados pelo novo coronavírus. A ameaça do desemprego e o comprometimento de caixa minam o apetite dos bancos, deixando esse público - que está no centro da crise - desamparado no momento em que mais precisa de novos recursos. "O problema é fazer os recursos chegarem às pequenas e médias empresas, às pessoas de menor renda. Par  isso, as políticas anunciadas são ineficazes e primárias. A questão do crédito está mal endereçada", diz um experiente especialista do setor bancário, na condição de anonimato. "O remédio não é crédito. É seguro e ajuda, tudo o que o governo Bolsonaro não quer, mas terá de fazer." Neste contexto, medidas adicionais foram apresentadas pelos bancos à equipe econômica, incluindo empréstimos para subsidiar folhas de pagamentos e ainda a criação de um fundo - como outros que estão em estudo por conta da crise - com recursos públicos e privados. A ideia é que esse colchão de dinheiro dê suporte a empresas e indivíduos neste momento. O desafio, na visão de fontes do setor, é a coordenação que essas estruturas vão exigir. No caso dos empréstimos para garantir folha de pagamento, diz a fonte, a alternativa em discussão é subsidiá-los, com taxas de juros baixas e carência de três a seis meses. Para evitar que o crédito seja concedido sem critério, a sugestão é montar um sindicato de bancos ou uma empresa de capital misto. Ou seja: combinar atores públicos e privados, o que garantiria as operações e a oferta de recursos com disciplina. "Ou isso ocorre ou os bancos públicos terão de entrar sozinhos novamente", afirma a fonte. "Não basta dar liquidez para o sistema: é preciso segurança e conforto para que os bancos emprestem." Os bancos públicos foram os primeiros a divulgar medidas para enfrentar a crise. Enquanto o BB anunciou R$ 100 bilhões, a Caixa liberou R$ 75 bilhões e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) outros R$ 55 bilhões. Além disso, tantos os públicos quanto os privados estão flexibilizando os pagamentos de pessoas físicas e jurídicas por 60 dias. Questionado sobre o risco de os bancos "sentarem em cima" dos recursos em vez de emprestá-los, o presidente do Banco Central, Roberto Campos, negou que haja sinais no cenário atual, mas prometeu monitorar a postura das instituições. "Vamos tentar direcionar para pequenas e médias empresas, ou destinar para setores específicos. Os bancos têm um grande potencial em mãos e vamos monitorar isso", disse na segunda-feira em coletiva de imprensa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

terça-feira, 24 de março de 2020

Prefeito de Maringá recebe ameaça de morte por decretos contra o Covid-19

O prefeito de Maringá Ulisses Maia foi entrevistado no Programa Balanço Geral, da RIC Maringá/TV Record. O chefe do executivo falou sobre os decretos e medidas adotadas pela prefeitura para combater o avanço do coronavírus na Cidade Canção. Além de algumas ´faltas´ de comerciantes, de uma maneira geral, Maia disse que já sofreu ameaça de morte em razão das medidas colocadas em prática na cidade e que têm dos órgãos competentes. "Não vou desistir. Fui ameaçado de morte. Pode me ameaçar. Tomei essas medidas para o bem da população maringaense e os demais órgãos competentes estão ao nosso lado", disse. O prefeito de Maringá disse ainda que um posto de combustíveis entrou na Justiça para poder abrir a sua loja de conveniência e um açougue, para funcionar normalmente, que não tiveram êxito".

segunda-feira, 23 de março de 2020

Witzel proíbe interrupção de energia pela Light e ação cai 15,66%

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, sancionou nesta segunda (23/03), o Projeto de Lei 1999/20 que proíbe o aumento sem justa causa e a interrupção de serviços essenciais, como água, luz e energia elétrica por falta de pagamento. A sanção faz parte de um pacote de PLs para enfrentar a crise da pandemia covid-19. A notícia afetou ainda mais as ações da Light, que atende 4 milhões de clientes em 31 municípios no estado. O papel da empresa despencou 15,66% no pregão de hoje, para R$ 7,38, acumulando no ano perda de 68,94% no seu valor. Somente no mês de fevereiro, quando o projeto começou a tramitar na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), a queda foi de 65,98%. A empresa recebeu no dia 10 de março autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a reajustar sua tarifa em 6 21% na média.

sexta-feira, 20 de março de 2020

Sem eleiçôes em 2020 ?

Em Brasília já se fala em prorrogar os mandatos dos atuais prefeitos e vereadores até 2022, quando aconteceriam "Eleições Gerais", de modo assim a não acontecer votação neste ano, devido ao danos prorrogados pelo novo coronavírus. Assim, tanto eleitores quanto candidatos não estariam expostos a doença e, também, os gastos da União com as eleições seriam postergados, já que, infelizmente, a previsão é que os efeitos da pandemia devam persistir até o final deste ano.

terça-feira, 17 de março de 2020

“A crise é enorme”, diz presidente da Latam no Brasil


Do Portal Exame.com - Com o setor aéreo agonizando por causa da crise do coronavírus e com vendas para voos internacionais próximas a zero, o presidente da Latam no Brasil, Jerome Cadier, afirma que a sobrevivência das empresas dependerá das medidas do governo federal. As companhias aéreas negociam com os ministérios de Infraestrutura e Economia uma linha de crédito para capital de giro, a postergação do recolhimento de impostos e regras diferenciadas para a devolução de passagens aos consumidores. “Não estamos tentando resolver problemas estruturais nem pedindo renúncia fiscal ao governo. As empresas aéreas querem ajuda no curto prazo porque a demanda vai voltar em algum momento”, disse Cadier. Segundo o executivo, a demanda deve ficar retraída por até seis meses e a ajuda do governo não pode ser tímida. “Não adianta um movimento pequeno. A crise é enorme.” A seguir, trechos da entrevista.

-A Latam anunciou um corte total de 70% em sua operação. Esse número corresponde ao tamanho da queda de demanda? 

Esse número é uma conjunção de dois fatores. Algumas rotas são impossíveis de voar porque as fronteiras de países foram fechadas. Há também o impacto da queda de demanda. O que é interessante é que, no dia 12, anunciamos um corte de 30% nos voos internacionais. Agora, esse número é de 90%. O principal fator é a velocidade com que as coisas estão acontecendo. 

-Qual a queda de demanda? 

É difícil dar guidance. O internacional está numa situação de pouca venda, se não for zero. No doméstico, a queda foi brutal. Temos uma combinação inédita de venda muito baixa com cancelamento alto de viagens e postergação de passagens. Isso faz com que a quantidade de passageiros esteja bem mais baixa.

-Quanto tempo uma companhia aérea resiste nessas condições?

Difícil dizer também. Depende das ações do governo. Se não vier nenhuma mudança, esses 90% de voos cancelados podem virar 100% rapidamente. Aí pode acontecer de não ter mais nem voo doméstico nem internacional. É um cenário possível, que queremos evitar.

-Qual o impacto econômico dessa crise para a empresa?

O que podemos divulgar é o que temos feito com os ministérios da Infraestrutura e da Economia. A gente compartilha com eles essa tendência de queda de vendas muito forte, cancelamentos e países fechando fronteiras. Na semana passada, teve um mal-entendido sobre esse assunto. Não estamos tentando resolver problemas estruturais do setor nem pedindo renúncia fiscal ao governo. As empresas aéreas querem ajuda no curto prazo porque a demanda vai voltar em algum momento.

-Como o governo tem respondido aos pedidos do setor?

Três coisas estão na pauta. Primeiro, ajuda para o caixa das empresas no curto prazo. Segundo, postergação de recolhimento de impostos, para ainda em 2020. Empurrar para a frente alguns recolhimentos de PIS/Cofins não afetaria as contas do governo em 2020, mas ajudaria as companhias. O terceiro são medidas relacionadas aos consumidores, que estão solicitando o dinheiro de volta. A gente está tentando garantir maneiras mais inteligentes, neste período de crise, de pensar na devolução, seja transformando em crédito, seja devolvendo o dinheiro mais adiante, quando a crise tiver sido digerida.

segunda-feira, 16 de março de 2020

Governo italiano assumirá Alitalia

A Alitalia está prestes a ser resgatada pelo governo italiano. A companhia aérea de bandeira do país, que procurava um comprador após anos de prejuízo, teve sua situação nanceira agravada pela pandemia de coronavírus que a fez praticamente cancelar a maior parte dos seus voos nas últimas semanas. Sem grupos interessados em comprá-la, o governo da Itália deve anunciar um plano para assumir o controle da companhia nos próximos dias. Segundo a Reuters, uma minuta de decreto está sendo nalizada pela atual administração e que prevê a injeção de recursos para mantê-la operando. Mesmo antes de o vírus tomar a Itália e paralisar quase todas as atividades, a Alitalia já demonstrava ter um fôlego muito pequeno para se manter viva. Em janeiro, o governo já havia injetado 400 milhões de euros na companhia enquanto tentava costurar algum acordo de compra com grupos privados. Os administradores da Alitalia haviam estabelecido o dia 18 de março como prazo nal para o recebimento de propostas pela companhia aérea como um todo ou por apenas uma de suas subsidiárias. No entanto, o agravamento da crise pelo Covid-19 afastou qualquer possível interessado. Entre vê-la falir ou manter a icônica empresa, restou salvá-la. A Alitalia está sob intervenção desde 2017 após seguidos prejuízos e tentativas de recuperá-la, inclusive com a entrada de sócios como a Etihad Airways, de Abu Dhabi. Desde então, há discussões a respeito de como vendê-la e diversos interessados, entre eles a Air France-KLM, a Lufthansa e a Delta Airlines. Todas essas investidas, no entanto, esbarraram em propostas que focavam apenas na parte sadia da empresa. A intransigência do governo acabou impedindo que as negociações evoluíssem. A que mais perto chegou de ser concretizada foi a feita por um consórcio que reunia a Delta Air Lines e a Atlantia, uma concessionária de transporte pertencente ao grupo Benetton. O modelo denido, entretanto, mantinha a Alitalia com boa parte de suas ações nas mãos do governo italiano, por meio do Ministério da Economia e da estatal ferroviária Ferrovie dello Stato. Anunciada em julho, a proposta acabou desfeita em novembro por discordâncias entre os potenciais sócios. A Etihad foi sócia da Alitalia até 2017, quando a empresa italiana entrou em recuperação judicial. Fundada originalmente em 1947, a primeira Alitalia operou até 2009 quando faliu. Um grupo de investidores havia lançado um consórcio batizado de Compagnia Aerea Italiana (CAI) no ano anterior com objetivo de adquirir partes da Alitalia assim como contratar seus funcionários. Após ter a proposta aceita pelo governo italiano, a nova Alitalia iniciou operações com a mesma padronização visual da antiga companhia. Embora nova, a companhia aérea “herdou” os problemas nanceiras da antecessora e seguiu dando prejuízos. Em 2014, a Etihad anunciou que estava assumindo 49% das ações da Alitalia e no ano seguinte encerrou uma parceria com a Air France-KLM. Após encerrar rotas e não conseguir negociar com os sindicatos italianos, a empresa entrou em concordata em maio de 2017, situação que se mantém até hoje e que, tudo indica, deve acabar da forma mais impensável.

Turbulência do mercado faz preço da arroba do boi gordo cair

O mercado físico do boi gordo teve preços mais baixos nesta segunda-feira, mas com indicações apenas nominais. O analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, os frigoríficos alteraram sua estratégia de compra, avaliando uma “desmedida queda nas indicações futuras de preços”. A modalidade de negócios à vista ficou fechada, e a tendência para esta terça é de uma abertura com referências bem mais baixas. “A perspectiva é que os frigoríficos exerçam pressão no restante da semana sobre os pecuaristas diante da turbulência no mercado financeiro e a expectativa de uma retração da corrente de comércio mundial, situação que deve impactar nas exportações de carne bovina. Enquanto isso, algumas unidades produtoras já avaliam conceder férias coletivas para os funcionários nos próximos dias”, pontuou. Em São Paulo, os preços do mercado à vista caíram de R$ 201, a arroba para R$ 195. Em Uberaba, Minas Gerais, os preços recuaram de R$ 195 a arroba para R$ 191 – R$ 192. Em Dourados, Mato Grosso do Sul, os preços ficaram em R$ 188 a arroba, contra R$ 192 – R$ 193 na sexta-feira. Em Goiânia, Goiás, o preço indicado caiu de R$ 193 para R$ 190. Já em Cuiabá,  Mato Grosso, o preço diminuiu de R$ 186 a arroba para R$ 185 a arroba. No mercado atacadista, os preços da carne bovina seguem acomodados. “A segunda quinzena do mês é pautada por uma reposição mais lenta entre atacado e varejo, sem espaço consequentemente para alta nos preços. Além disso, o mercado carrega grandes dúvidas de médio prazo em relação às exportações e ao fluxo global de carnes em meio à pandemia de coronavírus, que tem grande potencial para impactar as vendas externas brasileiras de proteína animal”, disse Iglesias. O corte traseiro permaneceu em R$ 14,60 o quilo. A ponta de agulha permaneceu em R$ 11,50 o quilo. Já o corte dianteiro seguiu em R$ 11,50 por quilo. 

Dow Jones cai 13% e tem pior pregão desde 1987 após Trump falar que pior do surto pode durar até agosto

Após chegarem a acionar o circuit breaker nos primeiros minutos de negócios nesta tensa segunda-feira (16/03), os índices da bolsa dos Estados Unidos amenizaram a queda durante a tarde, mas voltaram a cair forte na última meia hora de pregão após fala do presidente Donald Trump. Segundo o líder americano, o pior do surto do novo coronavírus pode durar até agosto. Além disso, Trump afirmou que os EUA “podem estar” entrando em recessão. Com isso, o Dow Jones fechou com queda de 12,94% – pior pregão desde 1987 -, enquanto o S&P 500 registrou perdas de 11,99%, ao passo que o Nasdaq caiu 12,32%, em seu pior pregão na história. Antes da abertura, os índices futuros já haviam atingido seus limites de baixa, ficando paralisados praticamente toda a madrugada. Esses limites são impostos pelo CME Group para manter um comportamento ordenado do mercado. O movimento negativo ocorreu mesmo após o Federal Reserve, como é conhecido o Banco Central do país, anunciar um corte de juros extraordinário para cerca de zero e um novo plano de estímulo monetário. Esta foi a segunda decisão extraordinária do BC americano desde o início da crise do coronavírus e novamente a interpretação dominante dos mercados é de que o Fed exaure suas ferramentas de estímulo monetário sem ser capaz de reaquecer a economia em meio à pandemia em curso. Além do corte das taxas de juros, o Fed ainda anunciou um programa de compras de US$ 700 bilhões em títulos aos moldes do Quantitative Easing (QE) usado na crise de 2008.

quarta-feira, 11 de março de 2020

EUA: Wall Street despenca e Dow Jones confirma “bear market”

Wall Street despencou nesta quarta-feira (11/03), com o Dow Jones confirmando “bear market” pela primeira vez desde a crise financeira de 2008, à medida que a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou o surto de coronavírus como uma pandemia. Todos os três principais índices acionários os Estados Unidos encerraram a sessão acentuadamente mais baixos, com o índice de referência S&P 500 e o índice Nasdaq estando, ambos, aproximadamente 19% inferiores às máximas de fechamento, em 19 de fevereiro. Um “bear market” é confirmado quando um índice fecha 20%, ou mais, abaixo da máxima mais recente de fechamento. Os agentes do mercado foram ainda mais abalados após noticiário da Reuters de que a Casa Branca havia ordenado que as reuniões de alto nível sobre o coronavírus fossem confidenciais. “Hoje existem muitas más notícias, um número crescente de pessoas com a doença, há diferentes pontos de vista sobre como o estímulo deve funcionar e o mercado está agindo de acordo”, disse Peter Tuz, presidente do Conselho de Investimentos em Charlottesville, Virginia. A falta de detalhes do governo Trump sobre seus planos de estímulo fiscal e disputas partidárias em Washington acrescentaram mais incógnitas ao processo.

domingo, 8 de março de 2020

Petróleo desaba mais de 30%, maior queda desde a Guerra do Golfo, após embate entre Arábia Saudita e Rússia

Os preços do petróleo desabaram mais de 30% no mercado internacional, num tombo que só fica atrás daquele registrado durante a Guerra do Golfo, em 1991.  A queda é consequência do aumento da tensão entre os países membros da Organização dos Países Exportadores do Petróleo (Opep), que não chegaram a um acordo que visava diminuir a produção do óleo por conta dos impactos econômicos globais causados pela emergência global do novo coronavírus. Os contratos futuros do barril de petróleo tipo Brent, negociados na Bolsa de Londres, operam com forte perda, tendo chegado a US$ 31,02. O Goldman Sachs alertou que o preço poderia chegar a próximo de US$ 20 por barril. Na sessão da última sexta-feira, o preço estava em queda, na faixa dos US$ 45, com o mercado repercutindo a falta de acordo na Opep. A causa do mergulho no preço do petróleo nesta sessão foi a decisão unilateral da Arábia Saudita de cortar os preços dos barris produzidos em seu território, dando início a uma "guerra de preço" em relação à commodity com a Rússia. Com isso, em meio ao colapso na demanda por petróleo em razão da epidemia do novo coronavírus, a indústria de óleo treme com a perspectiva de um excesso de oferta do produto. De um lado, a Arábia Saudita derrubou os preços e avisou que vai ampliar a produção. De outro, a Rússia liberou suas petroleiras a produzirem o quanto puderem. O cataclismo terá impacto em toda a indústria de energia, desde gigantes como a americana Exxon Mobil a pequenos produtores de petróleo. Nações com economias dependente do setor de óleo também devem ser afetadas, caso de Angola. Pode haver ainda um revés no combate às mudanças climáticas com os combustíveis fósseis se tornando mais competitivos que opções de fontes renováveis. De acordo com a agência Reuters, a Arábia Saudita planeja aumentar a produção de petróleo acima de 10 milhões de barris por dia a partir de abril, podendo chegar a 12 milhões, segundo fontes ouvidas pela agência Bloomberg, após o atual acordo para restringir a produção entre a Opep e a Rússia (conhecido como OPEP +) expirar no fim de março. "Tanto a Arábia Saudita quanto a Rússia estão sob um acordo que limita a produção de petróleo, até o fim de março. Uma vez que esse acordo termine, eles podem produzir o quanto quiserem. O medo é que esses dois países comecem a extrair muito petróleo, fazendo o preço desmoronar por causa de uma enxurrada de oferta no mercado" — indica Pablo Spyer, diretor da Mirae Asset. Andy Lipow, presidente da consultoria americana Lipow Oil Associates, com sede em Houston, no Texas, diz que a medida pegou todos "de surpresa": "A Opec+ surpreendeu ao iniciar uma guerra de preços para ganhar participação de mercado".

Segundo Miriam Leitão: Olhando para o Brasil, a redução dos preços colocará o governo Bolsonaro em um dilema, segundo o consultor Adriano Pires, do CBIE. Se a Petrobras seguir a paridade internacional, terá que reduzir bruscamente o preço da gasolina e do diesel, e isso pode leva-la a ter enorme prejuízo, porque os seus custos de produção podem ser mais elevados. Isso também inviabilizará o setor de etanol, que não teria condições de competir, e a arrecadação do governo.

- É uma situação completamente anormal e eu acho que o governo terá que elevar a Cide para regular a demanda no setor. Seria bom para a União, os estados e os municípios, em termos de receita. O consumidor pode até reclamar, mas e se a Petrobras ficar inviabilizada? E se o setor de etanol quebrar? É muito pior – defende.

Aqui no Brasil, outro problema são os leilões de petróleo agendados para este ano. São pelo menos três, segundo Adriano. Ele explica que o setor pensa no longo prazo, mas diz que a redução dos preços pode afetar o apetite do investidor.

- O tamanho desse estrago vai depender do tempo de duração desse ciclo de baixa. Se é um mês, seis meses, um ano. Prejudica muita gente e muitos setores, é algo bem preocupante. As ações da Saudi Aramco, da própria Arábia Saudita e que fez IPO recentemente, estão desabando. Inviabiliza o shale gas americano e coloca em risco o pré-sal brasileiro – explicou.

Às 22h deste domingo, o preço do petróleo do tipo brent caía 20% e voltava para a casa de US$ 36. A agência Bloomberg chamava o episódio de “guerra de preços de petróleo”. O índice S&P parou de ser negociado no after Market após cair mais de 5%.

sexta-feira, 6 de março de 2020

Dólares que chegam da Ásia ficam em quarentena nos EUA por coronavírus

As notas de dólar que voltam aos Estados Unidos após terem sido usadas na Ásia estão em quarentena para limitar os riscos de propagação do coronavírus, disse uma fonte do Federal Reserve (Fed, banco central) nesta sexta-feira. Essas notas permanecem bloqueadas por um período mínimo de sete a 10 dias, em vez de cinco dias como antes. A quarentena do dinheiro pode durar até 60 dias, disse a fonte, que confirmou informações da mídia americana. “Como precaução, os procedimentos para lidar com as notas foram modificados” para aqueles que chegam da Ásia, disse a fonte. A medida está em vigor desde 21 de fevereiro e, no momento, diz respeito apenas às notas que chegam da Ásia.O Banco Central da Coreia do Sul também anunciou uma quarentena de papel-moeda na sexta-feira, informou o Wall Street Journal. Na China, o Banco Central desinfecta e coloca em quarentena por até 14 dias as notas antes que elas voltem a circular.

terça-feira, 3 de março de 2020

Queda dos juros poderia reduzir os impactos do coronavírus

Minutos após o fechamento dos mercados nesta terça-feira (03/03), o Banco Central do Brasil divulgou uma nota dizendo que monitora atentamente os impactos do surto de coronavírus na economia brasileira.  A entidade informou ainda que as próximas duas semanas vão permitir uma avaliação mais precisa dos efeitos da doença na política monetária. Após o comunicado, aumentou a expectativa dos investidores para um novo corte na taxa básica de juros, a Selic, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para 17 e 18 deste mês. Nesta terça, o Federal Reserve (FED), banco central dos Estados Unidos, reduziu para a faixa de 1% a 1,25% a taxa de juros no país em uma reunião extraordinária. A medida acontece como uma tentativa de conter os impactos do coronavírus na economia norte-americana. O comentarista Miguel Daoud faz um alerta para a gravidade da situação, já que a última vez que o Banco Central dos Estados Unidos reduziu os juros em reunião extraordinária foi na crise de 2008. “A ideia de diminuir os juros é que com isso, o custo do dinheiro fica menor. Você aumenta os investimentos e o consumo em uma tentativa de anular os efeitos do coronavírus na economia”, explica. Ele ressalta ainda que há nos Estados Unidos uma forte pressão do presidente Donald Trump para que a economia não sofra os impactos da doença, em um ano de eleições.