quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Os Rolling Stones no Morumbi

Ontem (24/02) tive a oportunidade de, pelo horário do almoço, conhecer a estrutura do show dos Rolling Stones, que se apresentaram ontem no Estádio do Morumbi, em São Paulo. A turnê atual "Olé", exclusiva na América Latina, ao contrário das turnês anteriores, não traz a divulgação de um novo álbum específico, e sim uma revisão da carreira desta, que é uma das bandas de rock mais empolgantes de todos os tempos. O show transcorreu debaixo de muita chuva, mas que não desanimou o público presente. Titãs abriu a noite, pontualmente às 19 horas, com "Flores". A escolha dos Titãs para mim foi uma escolha perfeita por parte dos Stones. Fizeram um excelente show para o público que já estava lá. Nota dez. 


Vista frontal do palco.


Mick Jagger passando o som na tarde de quarta-feira (24/02).
 .
                 
Acima vista aérea do palco no Estádio do Morumbi.


Acima o set list do primeiro show em São Paulo.


Com Simone Bayer e Izabella Camargo, destaque de capa da Frizz Magazine edição 118. Abaixo alguns flashes do show:













domingo, 21 de fevereiro de 2016

Ultraje a Rigor na abertura dos Rolling Stones


Ultraje a Rigor é uma de minhas bandas nacionais favoritas. Bons momentos passei com a trilha sonora deles, que foram encarregados de esquentar o público antes do show do Rolling Stones, no Maracanã, ontem (sábado, 20-02). O Ultraje a Rigor subiu ao palco pouco depois das 19h30 sem atingir internamente seu objetivo. A culpa não foi da banda. Roger e cia subiram ao palco bem no momento em que caiu uma forte chuva no estádio. O público que ainda não lotou o local preferiu aguardar a volta dos Stones nos corredores do Maracanã. Na pista premium, apenas as pessoas na grade acompanharam hits dos anos 80, como "Sexo", "Ciúmes" e "Pelado". A luz do palco também apresentou falhas no começo da apresentação. Logo depois de "Inútil" no início do show, Roger se estranhou com a parte da plateia VIP, que começou a gritar pelo atraso da apresentação. O vocalista foi ao microfone e disse: "vocês vão cair". Conhecido por ser crítico do governo atual, o vocalista mostrou o dedo do meio e dedicou a música "Filha da Puta". "Essa é pra vocês". A apresentação ainda contou com a participação de Luiz Carlini, guitarrista da banda Tutti-Fruti (outra banda que eu apreciava muito), que acompanhou Rita Lee nos anos 1970. Na primeira vinda dos Stones ao Rio, em 1995, foi a cantora que fez a abertura do show. Antes de Roger e seus músicos, a banda Doctor Pheabes também agitou o público.

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Com custo alto e demanda menor Aurora reduz produção em linhas de suínos


A Coopercentral Aurora Alimentos, de Chapecó (SC), reduziu a produção em algumas linhas de produtos de suínos e tem atualmente cerca de 700 trabalhadores em férias coletivas. Segundo o vice-presidente da empresa, Neivor Canton, a readequação dos níveis de produção foi necessária em virtude do aumento dos custos e da menor demanda por alguns produtos nos primeiros meses deste ano. "Percebemos que alguns produtos não têm mais a demanda que tinham antes e observamos o crescimento dos estoques, com a necessidade de estocagem de terceiros", explicou Canton. "Em linha geral, as vendas de produtos de maior valor agregado caíram, enquanto a procura pelos mais baratos aumentou." Entre os produtos que tiveram produção reduzida estão linguiças e uma linha de presunto e espetinhos, disse o vice-presidente. A redução não deve chegar a 5% do total processado, mas atinge as oito plantas da cooperativa. A produção pode voltar aos níveis normais caso seja possível repassar o aumento de custo aos consumidores finais, afirmou Canton. Segundo ele, a cooperativa vem tentando aumentar os preços de seus artigos desde janeiro, mas ainda enfrenta resistência, em especial no valor dos suínos. "Acredito que porcentual de alta necessário para absorver esses custos recentes não fique abaixo de 10%", comentou. Entre os fatores que pesaram sobre os custos, o vice-presidente destacou a valorização do milho em janeiro desde ano, além da alta dos gastos de energia e a folha de pagamento no ano passado. Canton disse que os esforços para readequar a produção aos níveis atuais de demanda começaram no fim de dezembro de 2015. Ele garante que o tempo das férias coletivas não será superior a 30 dias. "Na prática, o número de funcionários em férias não é significativo, se considerarmos que a Aurora tem quase 27 mil funcionários", ponderou. Em 2015, a cooperativa abateu e processou 4,5 milhões de suínos. A produção in natura de carnes suínas somou 373,2 mil toneladas, enquanto os industrializados totalizaram 305,5 mil toneladas.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

STF nega pedido da Procuradoria para pôr à venda carros de luxo de Collor


O STF (Supremo Tribunal Federal) manteve sob os cuidados do ex-presidente e senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) carros de luxo apreendidos nos desdobramentos da Operação Lava Jato e negou pedido da Procuradoria-Geral da República para colocar os automóveis à venda.A decisão foi tomada nesta terça-feira (16) pela segunda turma do Supremo, responsável pela Lava Jato no tribunal. O Ministério Público Federal suspeita que os carros foram comprados como operações de lavagem de dinheiro com o objetivo de esconder o desvio de recursos da Petrobras. Em julho, a pedido da PGR e com aval do STF, a Polícia Federal apreendeu na garagem de Collor uma Lamborghini Avent Road, ano 2013, uma Lange Rover Range Rover, Ano 2013/14, Bentley Continental Flying Spur, ano 2012, e um Porsche Panamera S, ano 2011. Os carros ficaram apreendidos até outubro, quando o relator da Lava Jato, ministro Teori Zavascki, mandou-os de volta para o senador. Apenas o Porsche não teria sido entregue porque haveria uma pendencia judicial. Janot recorreu ao STF pedindo a venda dos veículos. Nesta terça, os ministros mantiveram a decisão de Teori. O relator justificou sua decisão dizendo considerar a venda uma medida grave, sendo que a denúncia contra Collor por suspeita de participação no esquema de corrupção da Petrobras ainda não foi acolhida. Teori afirmou ainda que os bens não constituem por si só coisa ilícita, não são essenciais para elucidação dos fatos e são veículos de luxo que exigem maiores cuidados para evitar deterioração. “Entre o restituir ao agravado [Collor] na condição de fiel depositário e alienar antecipado, penso que a melhor solução é esta”, disse Teori. Quando retomou os carros, Collor comemorou publicando um vídeo em seu perfil no Facebook. Na gravação, aparecem uma Ferrari e uma Lamborghini entrando na Casa da Dinda, mansão que se tornou símbolo de seu período na Presidência, de 1990 a 1992. “Eles voltaram ao seu dono”, escreveu o senador. "Lembra-se daquela operação espetaculosa, com potentes helicópteros e dezenas de viaturas ostensivas, que ocorreu três meses atrás, em Brasília, para apreender veículos pertencentes ao senador Collor? Pois bem, ele estão de volta à garagem do seu proprietário”, completou. Os investigadores da Lava Jato apontam que foram encontrados vultosos depósitos recebidos e efetuados em espécie, com informações de “dispendiosas transferências” para aquisição de carros de luxo, por empresas ligadas a Collor. As investigações revelam que o Lamborghini, que custou R$ 3,2 milhões -sendo R$ 1,2 milhão pago em dinheiro vivo-, encontra-se com parcelas em atraso. Além do Lamborghini, a empresa, a Água Branca, que tem Collor como sócio, possui um Bentley avaliado em mais de R$ 500 mil e uma Land Rover de R$ 500 mil. A empresa, segundo o Ministério Público, não possui sede física, empregados nem efetiva participação de empresas. A Água Branca é ainda arrendatária de um Rolls-Royce, ano 2005/2006. Chamou a atenção dos investigadores que a compra dos veículos teria ocorrido mediante fracionamento de várias parcelas em dinheiro e transferências no mesmo dia ou em dias sucessivos. Há indícios de que uma das transações foi efetuada por empresa que recebeu recursos do doleiro Alberto Youssef e que estaria em nomes de laranjas.

sábado, 13 de fevereiro de 2016

Novo alvo da "Operação Publicano" é o polo moveleiro de Arapongas


O Ministério Público do Paraná (MP-PR) entrou com uma nova ação civil pública relativa à Operação Publicano , que investiga a corrupção na Receita Estadual. Desta vez, o alvo são as fábricas de móveis de Arapongas. Segundo a denúncia, apresentada no início deste ano, empresários do setor moveleiro pagaram mais de R$ 230 mil de propina para os auditores da Receita Estadual em Londrina. Em troca, permitiam a sonegação de impostos. A Promotoria denunciou 24 pessoas, sendo 13 auditores fiscais da Receita Estadual, quatro empresários, quatro empresas e três contadores. O MP pediu a devolução do dinheiro gasto com a propina e a indisponibilidade de bens de 17 acusados em valores, que variam entre R$ 4,4 milhões e R$ 4,7 milhões, por danos à sociedade. É uma forma de garantir recursos, caso sejam condenados ao fim do processo. No mês passado, o juiz da 2ª Vara da Fazenda Pública de Londrina, Marcus Renato Nogueira Garcia, acatou o pedido do MP de forma parcial, decretando – enquanto o processo não é julgado – a indisponibilidade de bens de 16 denunciados, no montante de R$ 2 milhões. O Ministério Público informou que vai recorrer dessa decisão por conta do valor. Um outro auditor deve devolver cerca de R$ 14,5 mil, valor que teria recebido de propina. Isto porque o suposto ato de improbidade teria ocorrido em 2005 e, portanto, já estaria prescrito. Os demais denunciados, incluindo três empresários – e suas empresas – e um contador, não tiveram os bens bloqueados porque realizaram acordos de colaboração premiada e estão auxiliando nas investigações. “Antigamente, os empresários não colaboravam [com as investigações] porque temiam receber represálias. Mas agora, a maioria tem ajudado. Eles quebraram o silêncio”, explicou o promotor de Defesa do Patrimônio Público de Londrina, Renato de Lima Castro. Ainda de acordo com ele, novas ações referentes ao ramo moveleiro devem ser propostas ao longo dos próximos meses, em razão do envolvimento de várias empresas desse segmento. “Setorizamos alguns réus. Decidimos fragmentar a investigação em vários setores comerciais, como os de calçados e os de vestuário, para facilitar o trabalho e dar maior agilidade aos processos. Com certeza, virão mais ações”, explicou o promotor. No total, 73 pessoas foram denunciadas por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, a maioria, auditores fiscais da Receita Estadual. Os trabalhos devem se estender por um mês. Também serão ouvidas 230 testemunhas indicadas pela defesa e acusação.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Barateamento do petróleo desafia acordo climático


Do New York Times - Por Clifford Krauss e Diane Cardwell 

Menos de dois meses depois da Conferência do Clima da ONU (COP21), em que líderes mundiais assinaram um acordo abrangente se comprometendo a reduzir as emissões de carbono de seus países, a energia renovável enfrenta seu primeiro grande teste: o desabamento do preço do petróleo. Estimulados pela gasolina barata, muitos consumidores americanos estão optando por caminhonetes e utilitários esportivos seminovos em detrimento dos carros elétricos. No entanto, o governo Obama não dá sinais de recuar na sua exigência de que os fabricantes de automóveis quase dupliquem a economia de combustível em seus veículos até 2025. Na China, as autoridades também estão tomando medidas para assegurar que a recente queda no preço do petróleo, que chegou a menos de US$ 30 por barril, não prejudicará seus programas de melhoria da eficiência energética. Para que o acordo climático funcione, os governos precisam resistir à sedução dos combustíveis fósseis baratos e favorecer políticas que incentivem –e em muitos casos exijam– o uso de fontes energéticas sem emissão de carbono. No entanto, essas políticas podem ser caras e politicamente impopulares, especialmente quando os combustíveis tradicionais se tornam cada vez mais acessíveis. “Este será um teste decisivo para os governantes. Veremos se eles levam ou não a sério aquilo que fizeram em Paris”, disse Fatih Birol, diretor-executivo da Agência Internacional de Energia. Até agora, não há nenhum sinal de que os dois maiores consumidores mundiais de energia –Estados Unidos e China– estejam vacilando. Isso deixa os defensores do acordo otimistas de que o movimento não será contido. Além disso, apesar da recente turbulência nos mercados energéticos, os setores renováveis estão prosperando. “O crescimento do uso da energia de baixo carbono, impulsionada por políticas e avanços tecnológicos, tende a continuar”, disse Jason Bordoff, especialista energético da Universidade Columbia, em Nova York. Apesar do barateamento do combustível, acrescentou, “as alternativas tecnológicas e as diretrizes políticas que estão reduzindo a demanda por combustíveis fósseis já estão começando a se fazer sentir”. Nos Estados Unidos, o Departamento de Energia projetou recentemente que o consumo total de energia renovável crescerá 9,5% neste ano nos EUA, e as perspectivas de longo prazo parecem excelentes. Só a geração de energia solar em escala industrial deve aumentar 45% até 2017. Na China, o governo implementou uma nova regra segundo a qual o preço da gasolina continuará sendo calculado com base no barril a US$ 40, por mais que a cotação caia abaixo disso. O objetivo é evitar que a gasolina e o diesel se tornem tão baratos que a população passe a consumi-los indiscriminadamente. As refinarias chinesas, controladas pelo Estado, não poderão reter o lucro decorrente de comprar petróleo barato e vender derivados como se o barril ainda estivesse a US$ 40. O governo chinês vai se apropriar da margem de lucro adicional e destinar esse dinheiro a um fundo especial de conservação energética e controle da poluição. Ainda assim, no mundo como um todo, o quadro não é totalmente róseo para as tecnologias sem emissão de carbono.
O baixo preço do petróleo compromete o desenvolvimento de combustíveis alternativos que substituam os derivados de petróleo nos transportes e na indústria, o que inclui a pesquisa com biocombustíveis, outrora tão promissora. O petróleo barato também reduz o preço do diesel, o principal concorrente das energias renováveis no esforço para levar a eletricidade a áreas rurais pobres da África e do Sudeste Asiático. Além disso, se o apoio governamental minguar, os setores ligados aos combustíveis alternativos poderão se ressentir. Na Espanha, o desenvolvimento das energias renováveis praticamente parou desde que o governo começou a reduzir auxílios, em 2009, devido à crise econômica. No Reino Unido, analistas dizem que os setores da energia eólica e solar podem entrar em colapso devido ao fim de subsídios para energias renováveis. Duas empresas globais de energia eólica recentemente cancelaram projetos no país. Muitos países em desenvolvimento estão tirando proveito da redução do preço do petróleo para eliminar subsídios ao consumo de combustíveis fósseis. Índia, Indonésia e Angola já tomaram medidas nesse sentido, um movimento que, segundo economistas, poderá futuramente evitar a queima de milhões de barris de petróleo por ano. A Arábia Saudita, um dos maiores consumidores mundiais de energia, aumentou no mês passado em 50% o preço da gasolina e em 67% o do gás natural para a indústria e a geração elétrica. Partidários do acordo climático dizem que o baixo valor do petróleo pode ter efeitos díspares sobre o avanço das energias renováveis. “É uma faca de dois gumes”, disse Amy Myers Jaffe, especialista em energia da Universidade da Califórnia, em Davis. Ela observou que o barateamento do petróleo está levando a uma redução dos investimentos em prospecção, o que significa menos emissões de metano nos locais dos poços. No entanto, ao mesmo tempo, Jaffe observou que a gasolina barata estimula o uso do automóvel e também de veículos maiores. “É paralisante para os carros elétricos”, disse, “porque a única coisa que fazia as pessoas pensarem em comprar um carro elétrico era que era muito caro encher o tanque com gasolina”.

sábado, 6 de fevereiro de 2016

Investidor americano diz que Petrobras deveria pedir recuperação judicial


Do jornal Gazeta do Povo: A Petrobras terá de recorrer à recuperação judicial para fazer frente à suas dívidas, disse Mark Mobius, presidente executivo da gestora Franklin Templeton Emerging Markets, considerado o guru dos mercados emergentes. Ele considera que os aspectos legais são muito complicados, porque é uma empresa estatal, e também por conta das garantias. “Mas esta é a única solução, pois, com a recuperação judicial, é possível reduzir a dívida – e acredito que reduzir a dívida é parte da solução para a Petrobras. Muitos bancos já fizeram baixa contábil em sua exposição nela”, disse na sexta-feira, em conversa com jornalistas. Para Mobius a dívida da estatal não é administrável.Ele acredita que um eventual processo de recuperação judicial da Petrobras deve acontecer no Brasil e também no exterior. Mobius disse ainda que o governo terá de colocar recursos na companhia, pois, para a empresa ser lucrativa e viável, o preço do petróleo deveria estar em torno de US$ 80 o barril. Os investidores devem ficar assustados com isso, disse Mobius. “Eles na verdade já estão assustados”, completou. Mas acrescentou que muitos desses investidores já se protegeram dessa possibilidade, por meio de compra de posição em credit default swap (CDS), contratos de proteção contra calote. “Os investidores já venderam suas posições para os fundos de hedge”, destacou. A gestora Templeton Emerging Markets zerou posição há seis meses na Petrobras, por conta de preocupações com os desdobramentos das investigações da Operação Lava Jato. Mobius destacou que o “escândalo” envolvendo a companhia foi o motivo das vendas. “Percebemos que o escândalo poderia ser um grande problema para a companhia e que haveria grande pressão dos investidores. Vendemos com grande perda, assim como está acontecendo em todas as nossas posições em Brasil. Mas isso faz parte do jogo e trata-se de uma questão de curto prazo.” obius explicou que, de modo geral, a exposição em Brasil está menor este ano, refletindo os resgates feitos por investidores. Ele justificou ainda que alguns fundos acompanham índices, e que isso remete à redução de exposição no país. Entre as companhias que estão na carteira dos fundos Templeton, Mobius citou Itaú Unibanco, Bradesco, Ambev, Localiza e BM&FBovespa. Ele considera que Itaú e Bradesco estão baratos na Bolsa. Mobius disse ainda que normalmente seus fundos movem muito pouco suas posições. As alocações em Brasil pelos fundos da Franklin Templeton estão abaixo de US$ 1 bilhão, menos que o registrado no fim do ano passado, quando estavam um pouco acima de US$ 1 bilhão. Os saques entre os fundos da Franklin Templeton não têm ocorrido somente em Brasil. De acordo com reportagem publicada na terça-feira pela agência de notícias Dow Jones, a Franklin Resources, que opera os fundos Franklin Templeton, informou queda de 13% nos ativos sob administração, globalmente, no quarto trimestre em relação ao ano anterior. Para Mobius, a queda na confiança do consumidor é o maior risco ao Brasil nesse momento. “Quando os consumidores estão inseguros quanto à inflação, aos salários e quanto à manutenção de seus empregos, quando perdem a confiança, as lojas fecham e as empresas começam a demitir”, disse. Mobius indicou também que, do ponto de vista do investidor estrangeiro, existe pessimismo nesse momento, e ainda não há clara sinalização se os ativos já refletem seu preço real. “O Brasil é um grande mercado e tem muito potencial.” Mobius disse não estar desapontado com o desempenho do Brasil, embora estivesse mais otimista em relação ao país no segundo semestre do ano passado, quando esteve aqui. Ele lembrou que visita o país desde a década de 1980, quando a inflação rondava os 2.000% ao mês. “Colocando em perspectiva, a trajetória do país não é ruim”, avaliou.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Fisco vai monitorar transações mensais acima de R$ 2 mil


As garras do Leão estão mais afiadas. A partir deste ano, os bancos terão de informar à Receita Federal qualquer movimentação financeira mensal acima de R$ 2 mil feita por pessoas físicas. No caso das empresas, o valor será de R$ 6 mil. Com esses dados, o Fisco vai cruzar informações, para verificar se há compatibilidade com os dados apresentados na declaração do Imposto de Renda ou com a movimentação do cartão de crédito. A determinação consta da instrução normativa (IN) 1.571 e já é alvo de polêmica. A IN tem amparo na lei complementar (LC) 105/2001, que está sendo questionada no Supremo Tribunal Federal (STF). Ações diretas de inconstitucionalidade (Adins) argumentam que a lei infringe o direito ao sigilo de dados, garantido pela Constituição. Para tributaristas ouvidos pelo GLOBO, seria coerente que o STF decidisse a favor dos contribuintes. Fernando Zilveti, tributarista e professor da Fundação Getulio Vargas de São Paulo, concorda que o envio à Receita de informações sobre movimentação financeira configura quebra de sigilo bancário sem decisão da Justiça. De acordo com informações constantes do site do STF, há três Adins referentes à LC 105. Elas são de autoria da Confederação Nacional do Comércio (CNC), do Partido Social Liberal (PSL) e da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O gerente-executivo jurídico da CNI, Cassio Borges, explica que a ação junto ao STF questiona a autorização que a LC 105 dá à administração pública de ter acesso irrestrito a dados financeiros das indústrias, independentemente de qualquer suspeita de práticas ilícitas: "A Constituição garante em seu artigo 5º, entre outros direitos, o sigilo de dados" disse Borges, lembrando que a Adin está nas mãos do STF há mais de 15 anos. Caso o STF decida pela inconstitucionalidade da lei, a instrução normativa também cai por terra. Ele disse que a CNI vai enviar uma petição ao atual relator, ministro Dias Toffoli, informando sobre a IN 1.571, para que o STF dê andamento ao processo. Os técnicos da Receita, no entanto, negam que a nova regra represente uma invasão de privacidade. Isso porque o Fisco não pode ter acesso nem à origem e nem ao destino dos recursos. De acordo com o artigo 5º, parágrafo 11, da IN, “é vedada a inserção de qualquer elemento que permita identificar a origem ou o destino dos recursos utilizados nas operações financeiras”. A IN 1.571 foi publicada em julho de 2015, mas só entra em vigor agora. A primeira prestação de contas, relativa a dezembro de 2015, será enviada ao Fisco em maio. Depois disso, a entrega será semestral. Em agosto, serão encaminhados os dados dos primeiros seis meses de 2016. Em fevereiro de 2017, será a vez do segundo semestre deste ano. Os técnicos do Fisco ressaltam que o repasse desses dados não é novidade. A CPMF, enquanto esteve em vigor, permitia esse acompanhamento. Ao ser extinta, em dezembro de 2007, foi criada a Declaração de Informações sobre Movimentação Financeira (Dimof), que obrigava os bancos a informarem operações de R$ 5 mil por semestre para pessoas físicas e de R$ 10 mil para as jurídicas. A IN 1.571 institui a e-Financeira, que substituirá a Dimof. E a entrega de dados não ficará restrita aos bancos: seguradoras, corretoras de valores, distribuidores de títulos e valores mobiliários, administradores de consórcios e entidades de previdência complementar terão de fazê-lo. Do jornal "O Globo", do Rio de Janeiro.