segunda-feira, 28 de março de 2016

Após acordo com Renan, PMDB deve aprovar saída por aclamação


Após encontro do vice-presidente Michel Temer com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), na tarde desta segunda-feira, interlocutores de Temer afirmaram que o PMDB deve aprovar o desembarque do governo por aclamação na reunião do Diretório Nacional desta terça-feira. Renan representava a ala do partido mais governista e que resistia a apoiar a saída do partido da base aliada do governo Dilma Rousseff. Até esse domingo, interlocutores do presidente do Senado consideravam "muito difícil" um acerto entre ele e Temer em relação ao rompimento. Segundo os interlocutores do vice-presidente, Temer e Renan entraram em acordo na reunião dessa segunda-feira. No encontro, eles definiram que os ministros do PMDB não devem participar da reunião do diretório e terão até 12 de abril para deixar os cargos. O próprio Temer, que é presidente da legenda, também não deve participar da reunião. A ideia é não passar a imagem de que ele comandou o processo de rompimento. Caberá ao senador Romero Jucá (RO), primeiro vice-presidente do PMDB, comandar o encontro. Até então, havia a expectativa de que Temer comandasse a reunião, caso tivesse certeza de que o desembarque seria aprovado por consenso. Para o vice, alcançar a unanimidade na reunião é importante como um sinal de que a sigla está unida em torno dele e de seu eventual governo. Temer esteve reunido com membros do PMDB durante toda esta segunda-feira para tentar eliminar os focos de resistência ao desembarque. Pela manhã, se reuniu com o ministro Eduardo Braga (Minas e Energia), um dos principais defensores da permanência do partido no governo. O Broadcast Político, serviço em tempo real da Agência Estado, tentou contato com aliados do presidente do Senado, Renan Calheiros. Mas não obteve resposta. O encontro entre Temer e Renan aconteceu nesta tarde, na residência oficial do presidente do Senado, em Brasília. O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), também participou da reunião.

segunda-feira, 21 de março de 2016

PMDB e PSDB discutem fim da reeleição


As cúpulas do PMDB e do PSDB começam a articular um acordo que passa pelo apoio dos tucanos a um eventual governo do vice­-presidente da República Michel Temer, presidente nacional do PMDB, caso a presidente Dilma Rousseff sofra o impeachment no Congresso Nacional. A negociação passa pela aprovação de uma emenda constitucional que impõe o fim da reeleição que poderá ser aprovado em breve pelo Congresso. A avaliação é de que a medida poderia permitir o apoio dos tucanos a um eventual governo Temer até 2018 sem que ele pudesse se reeleger, o que “zeraria” o jogo da sucessão presidencial. Para o PMDB do Senado, isso seria positivo para conseguir agregar o apoio do PSDB no governo Temer, uma vez que os tucanos detém umas das maiores bancadas no CongressoNacional e serão importantes numa eventual transição política. Também impediria que o hoje vice se mantivesse no poder por um período prolongado. No ano passado, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB­-AL), o líder do partido na Casa, Eunício Oliveira (CE), e o senador Romero Jucá (PMDB-­RR) já se posicionaram publicamente a favor da iniciativa. O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), também declarou apoio ao fim da reeleição. Por já ter passado pela Câmara, se a matéria avançar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e depois no plenário do Senado entrará em vigor para as próximas eleições presidenciais. Especialistas em direito constitucional ouvidos pela reportagem consideram que, se houver um impeachment da presidente Dilma Rousseff e o vice Michel Temer assumir o governo, ele poderia concorrer nas próximas eleições gerais. A aprovação de uma PEC até lá impediria que Temer concorresse novamente. O senador Antonio Carlos Rodrigues (PSB­SE), relator da PEC que trata da reforma política na CCJ do Senado, disse ao Estado que vai propor em breve o fim da reeleição em seu parecer. Quando uma primeira etapa da reforma política foi aprovada pelo Congresso no fim de 2015, o debate sobre o fim da reeleição foi travado por líderes tucanos e peemedebistas. Estava esquecido diante da resistência de alguns, mas deverá voltar à baila com o parecer parlamentar do PSB. O senador peemedebista Raimundo Lira (PB), que foi relator da “janela partidária” no Senado, admitiu que as conversas entre PMDB e PSDB para eventualmente afastar a presidente tem como pressuposto Temer não concorrer em 2018. “O papel de Temer seria o de fazer a transição do País”, disse Lira, numa solução semelhante a de José Sarney após a morte de Tancredo Neves e Itamar Franco com o impeachment de Fernando Collor. A reeleição para cargos do Executivo foi adotada a partir da eleição de 1998 após a aprovação pelo Congresso de uma emenda constitucional.'Inoportuna'. Um dos principais senadores do PSDB contrários ao fim do instituto da reeleição, Aloysio Nunes Ferreira (SP) afirmou que essa discussão, no momento, é “inteiramente inoportuna”. “O problema político imediato é o fim do governo”, disse. “É uma mesquinharia que não ajuda na busca da unidade que precisamos para enfrentar o impasse”, completou. Doutor em Direito Constitucional pela PUC de São Paulo, Erick Wilson Pereira disse que, somente com a aprovação da PEC, é que Temer não poderia concorrer em 2018. Ele destacou o fato de que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tem entendimento formado que um vice quando assume durante o mandato do titular pode concorrer a uma eleição.

quarta-feira, 9 de março de 2016

Se me deixarem solto, viro presidente', diz Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem feito um diagnóstico positivo sobre o impacto da ação da Operação Lava Jato que o levou para prestar depoimento de forma coercitiva. A pessoas de sua confiança, ele tem dito que o PT e o governo mais ganharam do que perderam com o episódio. "A partir de agora, se me prenderem, eu viro herói. Se me matarem, viro mártir. E, se me deixarem solto, viro presidente de novo", disse Lula a mais de um interlocutor. Conforme o jornal "O Estado de S. Paulo" apurou, o ex-presidente mostrou-se confiante em resgatar a imagem do partido. Lula chegou na terça-feira (08/03) à tarde a Brasília para reunir-se com a presidente Dilma Rousseff pela segunda vez em quatro dias. Na quarta o ex-presidente encontrou-se com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que tem sido pressionado por alguns colegas a aderir ao impeachment. No Congresso, a avaliação é que a ação da Lava Jato causou um efeito positivo para Lula em vários aspectos. "O episódio unificou o PT e tirou o partido da paralisia. Atualmente, não há clima mais para falar em disputa entre correntes internas", disse o deputado Paulo Teixeira (PT-SP). Para ele, a forma como ocorreu a condução coercitiva de Lula também sensibilizou os movimentos sociais. "Até para quem não vota no Lula de jeito nenhum foi transmitida uma sensação de que houve abuso por parte da Lava Jato." Os advogados do ex-presidente recorreram da decisão da ministra do Supremo Tribunal Federal Rosa Weber, que negou pedido de liminar para que a Corte suspendesse a 24ª fase da Operação Lava Jato e decidisse qual órgão deve ser responsável pelas investigações contra o petista. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".

domingo, 6 de março de 2016

Alvaro Dias será candidato à presidência pelo Partido Verde

 
Com o senador Alvaro Dias na festiva do Partido Verde, na Sociedade Garibaldi, em Curitiba.



Com o prefeito de Londrina Alexandre Lopes Kireeff e correligionários

Estive presente ontem prestigiando meu amigo, senador Alvaro Dias, no primeiro encontro estadual do Partido Verde depois da filiação dele. A agremiação anunciou na manhã do sábado (05/03), no Palácio Garibaldi, Centro Histórico de Curitiba, a continuidade na coligação que elegeu o prefeito Gustavo Fruet (PDT) e a pré-candidatura de Dias à Presidência da República, apesar de a convenção ainda não estar oficializada. O apoio do PV a Fruet ainda não considera a participação do senador. O encontro contou com a presença do presidente nacional da sigla, José Luiz Penna, do prefeito de Curitiba Gustavo Fruet, do prefeito de Londrina Alexandre Lopes Kireeff (que também confirmou a mim que está de malas prontas para o PV), deputados, vereadores, lideranças políticas e empresariais. “A vinda do Alvaro Dias significou coincidência de interesses e um reforço às nossas posições”, disse Penna. Os correligionários já tratam Álvaro Dias como candidato certo à presidência. “Não temos o direito de recusar convocações e assumir determinadas missões. Se essa for uma missão imposta pelo partido, evidentemente eu não tenho o direito de me acovardar e fugir da responsabilidade”, disse o senador. Embora o encontro tenha sido focado na recente filiação de Dias, as alianças políticas para as eleições municipais deste ano também tomaram conta do debate. Há expectativa de novas filiações de vereadores, como os curitibanos Felipe Braga Cortes e Serginho do Posto, que têm se afastado do PSDB e devem migrar para o PV, durante a janela da infidelidade. O período possibilita a mudança de partido por 30 dias, desde o dia 18 de fevereiro, sem nenhuma punição por meio da Justiça Eleitoral, conforme aprovado em emenda constitucional na Câmara Federal, em junho do ano passado. O jurista e professor René Dotti (secretário de Estado na gestão de Alvaro Dias no governo do Paraná) também compareceu ao encontro e discursou inflamadamente para a euforia dos presentes. Evento político muito prestigiado.

sábado, 5 de março de 2016

Moro diz que condução coercitiva de Lula não é 'antecipação de culpa'

O juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelas ações da Operação Lava Jato na primeira instância, divulgou nota ontem, sábado (05/03), na qual afirma que as medidas de busca e apreensão e condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva "não significam antecipação de culpa". Moro também manifestou repúdio a atos de violência. A Polícia Federal deflagrou, na sexta-feira (04/03), nova etapa da Operação Lava Jato, cujo foco era o ex-presidente. Além de levar Lula para depor, em um posto da PF no aeroporto de Congonhas, os policiais federais cumpriram mandados de busca e apreensão na casa do ex-presidente, em São Bernardo do Campo (SP), na sede do Instituto Lula, na capital paulista, e no sítio que era usado por ele em Atibaia (SP). Na nota, Moro disse que as "medidas investigatórias visam apenas o esclarecimento da verdade e não significam antecipação de culpa do ex-presidente". Moro afirmou, ainda, que foram tomados cuidados para preservar a imagem de Lula. "Lamenta-se que as diligências tenham levado a pontuais confrontos em manifestação políticas inflamadas, com agressões a inocentes, exatamente o que se pretendia evitar", escreveu. O juiz federal declarou, ainda, repúdio a "atos de violência de qualquer natureza, origem e direcionamento, bem como a incitação à prática de violência, ofensas ou ameaças a quem quer que seja, a investigados, a partidos políticos, a instituições constituídas ou a qualquer pessoa". Neste sábado, cerca de 250 militantes petistas e simpatizantes se reuniram na frente do prédio onde mora Luiz Inácio Lula da Silva, em São Bernardo do Campo, no ABC. Eles estão em vigília para demonstrar apoio ao ex-presidente, que é investigado pela Justiça Federal por suspeita de ter sido beneficiado pelo esquema de desvios de dinheiro na Petrobras.

quarta-feira, 2 de março de 2016

Lula e filhos lançam site para divulgar ações contra jornalistas

Entrou no ar nesta quarta-feira (02/03) uma página na internet em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus filhos, Luis Cláudio e Fábio Luis, apresentam seus argumentos às acusações das quais são alvo e revelam o inteiro teor das ações que eles movem contra jornalistas, políticos e um procurador de Justiça. Na página ‘A Bem da Verdade’ , ao todo são divulgadas 45 medidas legais tomadas pelos três, isolada ou conjuntamente. Entre elas há nove ações indenizatórias ou de reparação de danos morais e cinco interpelações criminais interpostas contra jornalistas dos mais importantes meios de comunicação. Repórteres do jornal O Estado de S.Paulo são alvos de uma interpelação criminal motivada pela publicação de reportagem sobre a Operação Zelotes. Outros tópicos do site, como “Publicações” e “Feed” divulgam notas à imprensa e notícias que apresentam os pontos de vista da defesa da família de Lula. O site apresenta ainda o currículo de Lula, Fábio Luis e Luís Cláudio. O domínio da página www.abemdaverdade.com.br está em nome da G4 Entretenimento e Tecnologia Digital Ltda, cujos sócios são Fábio Luis, e os irmãos Kalil e Fernando Bittar. A G4 funciona no bairro dos Jardins, em São Paulo, no mesmo endereço que uma empresa de Luis Cláudio, a LFT Marketing Esportivo, que foi alvo de mandados de busca e apreensão da Polícia Federal no âmbito da Operação Zelotes. Consultado, o Instituto Lula afirmou que não é o responsável pelo conteúdo do site. A reportagem entrou em contato com a G4 Entretenimento e Tecnologia por meio do telefone que consta em seu cadastro, mas ninguém atendeu. A assessoria da defesa de Lula e seus filhos também foi contatada mas limitou-se a informar que “o site é autoexplicativo”.