segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Sadia terá de buscar opções para crescer

De Tokyo, Japão: Na disputa que se acirrou desde o ano passado, a Sadia foi golpeada pela Perdigão - que na quinta-feira anunciou que negocia fusão com a Eleva - e terá de procurar alternativas para continuar a crescer, dizem analistas. Mas a tarefa não deve ser fácil, afirmam. A razão é que há poucos ativos atraentes hoje no país no segmento em que a empresa atua. Um dos mais atraentes - pela diversificação das operações e pelo tamanho - era a gaúcha Eleva, antiga Avipal. Mas mesmo com a escassez de oferta, a expectativa é de que a Sadia "vá para cima de outras empresas". Após ser ter sei ntimidado, a Sadia já começa a reagir ao movimento capitaneado por Nildemar Secches, presidente da Perdigão. Mas o fato, acrescenta, é que a companhia foi pega de surpresa pela nova tacada da concorrente e "ainda está um pouco zonza" com o golpe.
Não é à toa. A Sadia, que tentou adquirir a Perdigão com uma oferta hostil em julho de 2006, viu nos últimos meses o "adversário" crescer e ficar encorpado, continua o especialista. Os movimentos defensivos da Perdigão ganharam intensidade após a oferta hostil da Sadia, mas a estratégia de diversificação e crescimento via aquisições aqui e no exterior já estava no plano anterior da empresa. Desde que captou R$ 800 milhões no mercado em novembro passado na bolsa, a Perdigão adquiriu a Plusfood na Europa, um frigorífico de carne bovina em Mirassol D'Oeste (MT), fez acordo com a Unilever em margarinas e anunciou investimento de R$ 280 milhões em complexo industrial em Pernambuco para embutidos e lácteos. Antes, a empresa já tinha aquirido o controle da Batávia e estreado em lácteos. Segmento, aliás, que foi um dos grandes atrativos da Eleva - a gaúcha atua em laticínios com a marca Elegê e em carnes com a marca Avipal. Diversificação e aquisições já faziam parte da estratégia da Perdigão, mas para alguns analistas a atual jogada da empresa é uma forma de se blindar contra outra eventual oferta hostil que gerou a reação.
Concretizar a fusão Perdigão- Eleva teria um gosto de desforra para Secches. Passar à frente da Sadia em receita e valor de mercado também seria como fechar sua gestão com chave de ouro: o executivo deve deixar a presidência da empresa no primeiro semestre de 2008 e vai seguir como presidente do conselho de administração.

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