segunda-feira, 7 de julho de 2008

Voar à moda antiga


Para a imensa maioria das pessoas, uma viagem de avião deve ser não mais que insípida, inodora e, de preferência, indolor. Quanto mais moderna a aeronave, melhor. Mas há quem sinta saudade dos tempos em que os passageiros eram ensurdecidos pelo barulho das hélices, voavam sob enervante trepidação e podiam colocar a cabeça para fora das janelas. Para esses amantes dos velhos tempos, surgiu uma excelente notícia. Trata-se de um Lockheed Constellation L-1649A, mais conhecido como Starliner. Construído na década de 50, o modelo entrou para a história da aviação mundial ao ser o primeiro avião a fazer uma viagem de 23 horas sem escalas. Embora potente para a época, o Starliner freqüentemente retornava ao aeroporto logo após decolar por dificuldades mecânicas. Quadrimotor com hélices, o avião se aquecia muito no chão e sua violenta vibração partia os fios elétricos. Uma informação suficiente para dar calafrios nos mais sensíveis. O primeiro vôo do Starliner recauchutado, cujo trajeto ainda não foi definido, está marcado para o início de 2010.Para impressionar os futuros passageiros, a Lufthansa optou por restaurar a versão mais glamourosa do Starliner. Enquanto o modelo tradicional tem 86 assentos, o mais luxuoso tem apenas 36. Isso significa mais espaço e conforto, com poltronas originais que, além de se transformar em camas, poderão ficar atrás de cortinas para maior privacidade. A aeronave terá ainda som ambiente e uma cozinha de primeira linha. Nada de barrinhas de cereal ou sanduíches quase congelados, portanto. As janelas originais, grandes e redondas, também serão mantidas e ganharão cortinas de tecido. Até o uniforme da tripulação e o serviço prestado serão como na década de 50. Mas somente o visual da aeronave remeterá ao passado. A cabine do piloto será equipada com o mesmo sistema de radionavegação utilizado nos aviões modernos, a fim de evitar os problemas técnicos do passado. Por motivos de segurança, serão incluídos consoles e mostradores similares aos do Boeing 747. O desafio de fazer o Starliner voar novamente atraiu dezenas de engenheiros e técnicos, que se ofereceram como voluntários para ressuscitar a aeronave. Inicialmente, foram escolhidos dez profissionais aposentados da Lufthansa, com décadas de experiência em mecânica de aviões. É esperar para ver...

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