Menos de uma semana depois de escrever uma carta aberta criticando o marido por flertar com as mulheres mais jovens, a esposa do primeiro-ministro Silvio Berlusconi disse querer o divórcio. "Eu gostaria de fechar a cortina sobre a nossa vida matrimonial", disse a esposa do Sr. Berlusconi, Veronica Lario, 52, ao jornal diário de centro-esquerda La Repubblica, em um artigo publicado domingo. "Fui forçada a tomar esta medida", disse ao jornal La Stampa de Turim. "Eu não quero acrescentar mais nada." No domingo, um assistente da "primeira dama", Paola Giponi, confirmou a imprensa, ao passo que o Sr. Berlusconi divulgou uma breve declaração à agência de notícias ANSA. "É uma questão pessoal, que entristece-me", disse o primeiro-ministro. "É um assunto privado que é melhor não discutir." No entanto, esta questão tem se desdobrado quase que totalmente através da mídia, com a Sra. Lario levando queixas à imprensa e pelo Sr. Berlusconi, também. Não está claro se o Sr. Berlusconi, 72, será afectado politicamente com o suposto divórico. Apesar de coloridas gaffes que afundam o político noutras regiões, Berlusconi detém mais poder e popularidade do que nunca, graças à desordem de sua oposição de esquerda e sua brilhante leitura das sensibilidades italianas. De fato, parte do sucesso de Berlusconi reside na sua capacidade de se apresentar de uma só vez como um homem dedicado à família e como um contumaz cortejador de mulhere, uma contradição consubstanciada no seu casamento com a Sra. Lario. Os dois conheceram-se em Milão, em 1980, quando ela era uma atriz em uma peça chamada "The Magnificent Cuckold" e ele era um esperançoso magnata imobiliário, já casado. Sr. Berlusconi abandonou sua primeira mulher para ficar com a Sra. Lario. Eles tiveram três filhos antes de se casar em uma cerimônia civil em 1990. A notícia da iminente ruptura ocorreu após dias de drama. Na terça-feira, Ms. Lario escreveu uma carta aberta à agência de notícias ANSA para se queixar do olho "itinerante" do marido, sua segunda declaração deste tipo nos ultimos anos. Ms. Lario criticou que Berlusconi estaria planejando nomear um ardósia de mulheres jovens atraentes para o Parlamento Europeu, através da coalizão de centro-direita incluindo uma estrela de televisão. Escolher candidatos ou candidatas com base na aparência e não pela experiência política é "vergonhosamente desprezível", disse a Sra. Lario. Ela também ficou muito chateada através de notas veiculadas pela imprensa onde se dizia que Berlusconi havia frequentado o 18 º aniversário da jovem Noemi Letizia, em Nápoles, que afirmou em diversas entrevistas recentes que ela o chamou de "papai" e que ele lhe deu um colar de ouro e diamante. "Isso me surpreendeu", disse a Sra. Lario à agência ANSA. "Ele nunca frequentou o 18 º aniversário de seus próprios filhos, mesmo sendo sempre foi convidado." Já Berlusconi contrapôs a esposa dizendo que foi sujeito a "manipulação" da imprensa de esquerda. Nos dias subsequentes, jornais italianos e sites especulavam sobre a natureza da relação entre ela e o primeiro-ministro. Berlusconi disse à imprensa italiana que a Sra. Letizia foi a "filha" de um negócio e que parou por aí, pelo encontro na grande festa "para levantar um brinde". No domingo, La Repubblica disse que a Sra. Lario já vinha pensando em divórico há alguns anos. Sobre contratar um advogado e abrir processos disse: "Eu gostaria de evitar conflitos". Mas qualquer divórcio, inevitavelmente vai causar batalhas pelo patrimônio, um vasto império imobiliário e de meios de comunicação, avaliado em milhares de milhões de dólares, entre o Sr. Berlusconi, os dois filhos de seu primeiro casamento e os três de seu casamento com a Sra. Lario . Berlusconi e a Sra. Lario raramente são vistos em público juntos, e já tem havido intrigas durante alguns anos. Em 2007, La Repubblica publicou uma carta da Sra. Lario em que ela exigiu um pedido de desculpas de Berlusconi após elogios a beleza de uma showgirl, dizendo: "Se eu não fosse já casado, eu iria me casar com você agora mesmo. " Ms. Lario, na época, escreveu: "Essas são afirmações que considero prejudicial para a minha dignidade." No mesmo dia, Berlusconi, que estava competindo para um terceiro mandato como primeiro-ministro, rapidamente emitiu uma desculpa pública, o que analistas políticos especularam, na época, visava conquistar eleitores do sexo feminino. "Sua dignidade não deve ser um problema: eu vou guardá-la como uma preciosa lembrança em meu coração mesmo quando piadas impensáveis saem pela minha boca" ", escreveu, em seguida, Berlusconi. Ele acrescentou: "Perdoa-me, no entanto, eu te imploro, e tenha esta declaração pública de orgulho particular que tem a sua raiva como um ato de amor. Um entre muitos. Um grande beijo. Silvio. "
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