quinta-feira, 14 de maio de 2009

Senado adia instalação de CPI da Petrobras; PSDB protesta

Após a divulgação nesta quinta-feira de que um acordo de líderes dos partidos no Senado adiou a instalação da CPI da Petrobras, o PSDB exigiu em plenário a leitura do requerimento, procedimento que daria início à criação da comissão. A CPI foi proposta para investigar supostos procedimentos irregulares da empresa com o pagamento de tributos e fraudes em licitações.
O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), afirmou no plenário que o partido não estava presente à reunião e que o líder do DEM, senador José Agripino Maia (RN), não fala pelos tucanos. "A decisão final do meu partido é exigir a leitura da CPI", disse o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM). A sessão, no entanto, foi suspensa sem a realização da leitura.
Na reunião, os líderes concordaram em convocar o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, a prestar esclarecimentos com o objetivo de adiar a instalação da CPI. Gabrielli terá de explicar ao Senado, ainda sem data marcada, se a estatal praticou manobras contábeis para economizar 4 bilhões de reais no pagamento de impostos, como foi denunciado pela imprensa. "Conversei com os líderes da oposição e todos concordaram em esperar a presença e as explicações do presidente da Petrobras. Até lá, a leitura do requerimento (da CPI) fica suspensa", disse a jornalistas Gim Argello (PTB-DF), vice-líder do governo, antes da sessão do plenário. O Democratas concordou com a sugestão. "Não há nenhum compromisso de não instalar a CPI. Não vamos envenenar o assunto, o assunto exige cautela, queremos esclarecê-lo", disse o líder do DEM, senador José Agripino Maia (RN). A Presidência da República considera inoportuna uma investigação política por considerar que ela contamina a atividade parlamentar e a votação de projetos de interesse do Executivo, além de transmitir sinais negativos para o mercado financeiro em relação à Petrobras. "Temos que defender nossas empresas diante da crise internacional", afirmou o senador Aloizio Mercadante (SP), líder do PT. Os partidos aliados esperam que a presença do presidente da Petrobras no Senado, ainda sem data, esgote o interesse da oposição em uma CPI. Quatro senadores do PMDB, maior aliado do governo, assinaram o requerimento para a instalação da CPI. "Isso contaminará a economia", afirmou o líder do partido, Renan Calheiros (AL). Gabrielli, que esteve no Senado nesta tarde para visita de cortesia, seria recebido em uma audiência pública conjunta das comissões de Assuntos Econômicos, de Constituição e Justiça e de Infraestrutura. O encontro seria a princípio realizado no plenário do Senado. O requerimento de CPI foi protocolado na quarta-feira com assinaturas de senadores de cinco partidos, inclusive da base governista.

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