sábado, 12 de dezembro de 2009

Falta de investimento pode paralisar país, diz Alvaro

Senadores do PSDB afirmam que os investimentos realizados pelo governo Lula nos últimos sete anos não serão suficientes para eliminar os gargalos na infraestrutura de transporte, energia e logística que ameçam paralisar o país e afetar o seu crescimento na próxima década. "O Brasil precisa investir quase seis vezes mais do que tem feito para evitar um apagão logístico", afirmou Alvaro Dias (PSDB). O senador lembrou que os recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) alocados no orçamento da União em 2009 são de R$ 27,9 bilhões. No entanto, disse ele, até o começo deste mês foram pagos 20% do prometido pelo governo em infraestrutura, aproximadamente R$ 5,6 bilhões, conforme dados do Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal). Estudo da Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib) revela, porém, que o Brasil precisaria investir muito mais. A Abdib sugere investimentos na ordem de R$ 160,9 bilhões por ano em infraestrutura, R$ 24,1 bilhões apenas em transporte e logística. "Isso quer dizer 5,8 o valor investido este ano, supondo que todo ele seja aplicado o que, pelo ritmo dos desembolsos, não será feito", prevê Álvaro Dias. Segundo recente estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a diferença entre o que o governo pretende investir na modernização dos terminais portuários do país e o que efetivamente seria necessário para isso é de mais de R$ 38,9 bilhões. É que o PAC para o setor prevê investimentos de R$ 3,1 bilhões quando, de acordo com o IPEA, são necessários R$ 42 bilhões. No Brasil o custo logístico equivale a 12,8% do PIB. Nos Estados Unidos, obedecidos os mesmos padrões, este custo é de 8,1% do PIB. "É evidente que estamos nos aproximando de um gargalo que se tornará irremediável", ressalta o senador Alvaro Dias. Além de insuficientes, os investimentos em infraestrutura são precários, como indica auditoria feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em contratos para restauração e manutenção rodoviária celebrados pelo Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). Segundo revelou a auditoria, o programa de recuperação de rodovias do governo federal apresenta deficiências de planejamento e de projetos que diminuem a vida útil dos reparos feitos.

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