quinta-feira, 8 de novembro de 2012

China troca líder e respira com reeleição de Obama

Do jornal "O Globo": No dia seguinte aos Estados Unidos confiarem a Barack Obama um novo mandato, chega a vez de o 18º Congresso do Partido Comunista Chinês iniciar seu encontro nesta quinta-feira. Ao contrário de Washington, em Pequim é tempo de mudança - mesmo que cuidadosamente orquestrada. Nas sessões que começam hoje e se estendem até quarta-feira, o presidente Hu Jintao apresentará sua renúncia, e o partido empossará Xi Jinping como seu novo chefe. Mais imprevisível será a relação do novo mandatário com a Casa Branca, após meses de campanha em que republicanos principalmente, mas também democratas, transformaram Pequim em bode expiatório. De acordo com a agência estatal Xinhua, Hu congratulou Obama, afirmando que as relações sino-americanas fizeram “progressos positivos nos últimos quatro anos”, um resultado dos esforços conjuntos. Como quase todo o planeta, a China torcia pela reeleição de Obama. Menos pelos méritos do democrata do que pelas ameaças de seu oponente, Mitt Romney, de proclamar uma guerra cambial contra Pequim. A China está feliz com a vitória de Obama - avaliou o cientista político Frank Ching à emissora CNN. - É melhor ter o diabo que você já conhece do que aquele que você não sabe quem é. Obama contribuiu para estremecer as relações com o parceiro asiático. Impôs tarifas sobre painéis solares e pneus importados da China e apresentou uma nova queixa na Organização Mundial do Comércio contra Pequim por subsídios ao setor automotivo. Estas medidas, anunciadas durante a campanha, não seriam apenas para angariar votos de conservadores. São interpretadas, também, como um endurecimento nas relações com a China. A potência asiática é um dos principais parceiros econômicos dos EUA. Pequim possui mais de US$ 1 trilhão em títulos da dívida dos EUA, e as exportações americanas para a China não param de crescer.

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