Se o verdadeiro luxo está na localização, o renascido Hotel Nacional é nababesco. Colado ao morro Dois Irmãos, com vista desimpedida para a Pedra da Gávea, está a passos da praia de São Conrado, no Rio. Para quem está no topo do cilindro de 33 andares, inaugurado em 1972, até o Cristo Redentor comparece. Já o arquiteto Oscar Niemeyer e o empresário José Tjurs viam espaço como privilégio para o então mais alto hotel do país, em um terreno de 15 mil m². O saguão, sem colunas, com vista para o mar, tem 3.000 m². Os jardins de Burle Marx, 2.500 m². "Ninguém mais constrói algo tão amplo e generoso", diz Rui Manuel Oliveira, vicepresidente da rede Meliá no Brasil, que vai operar o recémreaberto cinco estrelas. Os últimos hóspedes tinham feito seu checkout em 1995. À época, o hotel pertencia ao banqueiro Artur Falk, da corretora Interunion, acusado de fraudes com os títulos de capitalização PapaTudo. O hotel faliu e o negócio sofreu intervenção federal. Por quase 20 anos, virou uma carcaça imponente. Obras de arte foram furtadas, o mobiliário modernista foi leiloado e virou um mico imobiliário. Em 2009, um grupo capitaneado pelo empresário goiano Marcelo Limirio Gonçalves, exdono do laboratório Neoquímica e sócio da Hypermarcas, arrematou a torre por R$ 85 milhões. Depois vieram a associação com a rede espanhola Meliá e um longo processo com o órgão de preservação do patrimônio histórico do Rio, o IRPH, que permitiu pouquíssimas alterações ao projeto original. Encontrar fornecedores para repor as peças que já não existem mais no mercado também desacelerou a recuperação da obra, que estava prevista para a Olimpíada. A conta total ficou em R$ 420 milhões. A Folha visitou o hotel em seu primeiro dia de funcionamento, na quinta (15/12), dia do aniversário de Niemeyer, ainda em regime de soft opening –um ensaio que durará um mês, com 60 quartos já prontos. Em 15 de janeiro, esperase que os 413 quartos estejam operando. Um restaurante, um bar e um spa devem ser abertos até fevereiro. O centro de convenções, meses depois. O espaço da antiga boate Mykonos, no subsolo, será transformado em adega para degustações de vinhos. O antigo teatro, com pé direito baixo e acústica complicada, será incorporado ao centro de convenções. Ambos foram considerados inseguros sob a legislação atual – e Niemeyer não deixava que detalhes de funcionalidade prejudicassem o efeito de suas obras.
sábado, 17 de dezembro de 2016
Após 21 anos, Hotel Nacional Rio está de volta
Se o verdadeiro luxo está na localização, o renascido Hotel Nacional é nababesco. Colado ao morro Dois Irmãos, com vista desimpedida para a Pedra da Gávea, está a passos da praia de São Conrado, no Rio. Para quem está no topo do cilindro de 33 andares, inaugurado em 1972, até o Cristo Redentor comparece. Já o arquiteto Oscar Niemeyer e o empresário José Tjurs viam espaço como privilégio para o então mais alto hotel do país, em um terreno de 15 mil m². O saguão, sem colunas, com vista para o mar, tem 3.000 m². Os jardins de Burle Marx, 2.500 m². "Ninguém mais constrói algo tão amplo e generoso", diz Rui Manuel Oliveira, vicepresidente da rede Meliá no Brasil, que vai operar o recémreaberto cinco estrelas. Os últimos hóspedes tinham feito seu checkout em 1995. À época, o hotel pertencia ao banqueiro Artur Falk, da corretora Interunion, acusado de fraudes com os títulos de capitalização PapaTudo. O hotel faliu e o negócio sofreu intervenção federal. Por quase 20 anos, virou uma carcaça imponente. Obras de arte foram furtadas, o mobiliário modernista foi leiloado e virou um mico imobiliário. Em 2009, um grupo capitaneado pelo empresário goiano Marcelo Limirio Gonçalves, exdono do laboratório Neoquímica e sócio da Hypermarcas, arrematou a torre por R$ 85 milhões. Depois vieram a associação com a rede espanhola Meliá e um longo processo com o órgão de preservação do patrimônio histórico do Rio, o IRPH, que permitiu pouquíssimas alterações ao projeto original. Encontrar fornecedores para repor as peças que já não existem mais no mercado também desacelerou a recuperação da obra, que estava prevista para a Olimpíada. A conta total ficou em R$ 420 milhões. A Folha visitou o hotel em seu primeiro dia de funcionamento, na quinta (15/12), dia do aniversário de Niemeyer, ainda em regime de soft opening –um ensaio que durará um mês, com 60 quartos já prontos. Em 15 de janeiro, esperase que os 413 quartos estejam operando. Um restaurante, um bar e um spa devem ser abertos até fevereiro. O centro de convenções, meses depois. O espaço da antiga boate Mykonos, no subsolo, será transformado em adega para degustações de vinhos. O antigo teatro, com pé direito baixo e acústica complicada, será incorporado ao centro de convenções. Ambos foram considerados inseguros sob a legislação atual – e Niemeyer não deixava que detalhes de funcionalidade prejudicassem o efeito de suas obras.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário