terça-feira, 28 de maio de 2019

Uso de carvão ou lenha para cozinhar cresce 27% e atinge 14 milhões de lares

O uso de carvão (ou lenha) e da eletricidade para cozinhar alimentos cresceu fortemente nos lares do país entre 2016 e 2018, mesmo período em dispararam o desemprego e o preço do gás de cozinha, segundo a pesquisa domiciliar do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número de domicílios que usava carvão ou lenha para cozinhar cresceu 27% em dois anos, para 14 milhões de lares. São 3 milhões a mais em apenas dois anos. Do total de domicílios do país, 21,8% usavam esse tipo de energia – ou seja, um em cada cinco domicílios do país. Já o total de domicílios que usam energia elétrica para preparação de alimentos chegou a 37,9 milhões, crescimento de 72% de 2016 a 2018. O uso de bens como micro-ondas, fogão e fritadeiras elétricas era uma opção, pela primeira vez, em mais da metade (53,5%) dos lares do país. Parte do movimento está ligada à busca de fonte mais barata de energia na cozinha. Mas uma parcela significativa do movimento também tem ver com a maior compreensão das famílias, a cada ano, de que a eletricidade é um insumo quando, por exemplo, usam micro-ondas – e passam a informar isso aos agentes do IBGE. A pesquisa não detalha, porém, a renda das famílias que passaram a informar usar carvão como fonte de energia para cozinhar. O levantamento mostra, porém, que crescimento do uso foi maior em unidades da federação mais ricas como Distrito Federal (136%) e São Paulo (152%) do que em pobres como Alagoas (13%) e Maranhão (18%). Segundo o IBGE, o gás de botijão ficou 24% mais caro de 2016 a 2018. O gás encanado, por sua vez, avançou 27% no período. Os números referem-se ao IPCA, que mede a inflação das famílias com renda de um a 40 salários mínimos. Os reajustes foram mais intensos em 2017. Em 2019, as variações têm sido moderadas. Foi em junho de 2017 que a Petrobras aprovou uma nova política de reajuste de preços para a comercialização às distribuidoras do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) comercializado em botijões de até 13 kg. O objetivo era pôr fim a anos de subsídio. Além dessa nova política, os últimos anos foram marcados pela perda de empregos e lenta recuperação do mercado de trabalho. No fim do ano passado, o país tinha 12,1 milhões de pessoas procurando emprego no país, dos quais 3,6 milhões na região Nordeste, a mais pobre. Apesar dos reajustes, o gás de botijão e encanado segue como a principal fonte de energia para a preparação de alimentos no país, presente em 98,2% dos domicílios. Esse uso era superior a 95% em todos os Estados do país.

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