segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Instituto sueco diz estar perto de vacina contra a Aids

Cientistas do Instituto Karolinska da Suécia, uma das mais respeitadas instituições de pesquisa do mundo, anunciaram na TV sueca que esperam obter uma vacina eficaz contra o vírus da Aids dentro de dois a três anos. Os testes clínicos da vacina - fruto de um estudo iniciado há sete anos - mostraram que 97% dos 40 voluntários inoculados desenvolveram resposta imunológica contra o vírus HIV. A vacina agora está sendo testada em 60 voluntários na Tanzânia, e os primeiros testes indicam a possibilidade de obter resultados semelhantes aos alcançados na Suécia. Durante os últimos 20 anos, cerca de 200 vacinas foram desenvolvidas em diferentes países, mas nenhuma conseguiu, até agora, obter resultados eficazes nos testes com humanos em larga escala. Em setembro passado, foram suspensos os testes de uma vacina experimental que era considerada uma das mais avançadas, após falhas registradas nos resultados preliminares. O estudo, conduzido pelo laboratório Merck em nove países, incluindo o Brasil, mostrou depois de 13 meses de testes que a vacina não conseguiu impedir a contaminação de voluntários com o vírus HIV. A vacina desenvolvida pelo Instituto Karolinska, em cooperação com o Instituto Sueco para Controle de Doenças Infecciosas (SMI), combina, portanto, dois tipos de vacinação. Primeiro, o paciente recebe várias doses de uma vacina elaborada a partir de genes de diversas variantes do vírus HIV em circulação no mundo. Em seguida, é aplicada uma segunda vacina, destinada a ampliar a resposta munológica. Esta segunda vacina contém um vírus vaccinia - usado para erradicar a varíola - modificado e outros genes do vírus HIV. A segunda vacina foi produzida pelo Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, e doada para utilização no estudo sueco. No próximo ano, o estudo sueco entrará na chamada Fase 2-B, com os testes clínicos em larga escala. Será uma fase crucial, com duração prevista de dois anos. A etapa final será a Fase 3, que vai determinar o grau de proteção da vacina. Torçamos para que a humanidade tenha esta resposta a um dos maiores desafios da medicina nestes últimos anos.

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