terça-feira, 10 de março de 2009

Crise financeira pode ajudar a máfia italiana a se fortalecer


A desaceleração da economia global está dando uma oportunidade à máfia italiana de comprar empresas em dificuldades e aumentar sua participação na economia, de acordo com relatório dos serviços de inteligência do país divulgado neste terça-feira. Os criminosos estão procurando usar o dinheiro do tráfico de drogas e de outras atividades ilegais para comprar participações nos setores de varejo, turismo e imobiliário da Itália, disse o relatório ao Parlamento. "O desemprego e a redução do crédito têm sido, e devem continuar a representar, condições favoráveis para a exploração pelo sistema criminoso", disse o documento. Empresas com problemas de caixa se tornaram vulneráveis a agiotas e mafiosos, acrescentou. O crime organizado também poderia encontrar novos recrutas entre o crescente número de desempregados. Acredita-se que as quatro maiores organizações mafiosas da Itália --'Ndrangheta, da Calábria; Cosa Nostra, da Sicília; Camorra, de Nápoles; e Sacra Corona Unita, de Apúlia-- sejam responsáveis por uma grande parte da produção econômica do país. O ministro do Interior, Roberto Maroni, estimou que somente a 'Ndrangheta tenha rendimento de 57,1 bilhões de dólares por ano, grande parte graças ao tráfico de drogas na Europa. O relatório de inteligência não ofereceu números, mas advertiu que a 'Ndrangheta era a "mais traiçoeira e difundida expressão da criminalidade" na Itália. O documento indicou também preocupação sobre a infiltração do grupo em obras públicas. O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, promete um amplo programa de obras públicas para impulsionar a economia que, de acordo com a maioria dos analistas, terá contração de cerca de 3 por cento este ano.

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