quarta-feira, 4 de março de 2009

Japão vai distribuir dinheiro vivo à população para estimular consumo



Uma polêmica proposta de estímulo à economia que prevê o pagamento de distribuição de dinheiro à população foi aprovada nesta quarta-feira pelo Parlamento do Japão após semanas de debates. A partir desta quinta-feira, algumas cidades do interior do Japão começam a pagar cerca de US$ 120 a cada morador. Pessoas com mais de 65 anos e menos de 18 terão um acréscimo de US$ 78. Todos os municípios japoneses terão seis meses para efetuar o pagamento em parcela única. A ideia do governo é que a população use o dinheiro para fazer compras e, assim, estimular a economia e combater a recessão que afeta o país. "Eu vou pegar o bônus", disse o primeiro-ministro Taro Aso a repórteres. "E vou usá-lo imediatamente para estimular o consumo", emendou. No entanto, segundo pesquisas de opinião, a população japonesa não aprova a medida, que custará aos cofres do governo perto de US$ 22 bilhões. A quantia é suficiente para que uma família de quatro pessoas pague um mês de aluguel em um apartamento simples no interior do Japão e comprar cerca de 30 quilos de arroz. Impopularidade Um levantamento feito pelo jornal Asahi, o maior do país, mostrou que 75% dos entrevistados são contra a distribuição de dinheiro à população. Uma pesquisa semelhante mostrou que 80% dos ouvidos torciam para que o pacote não fosse aprovado. Oposicionistas afirmam que a iniciativa será um desperdício de recursos, que poderiam ser aproveitados em outras áreas. O temor deles é que, ao invés de gastar, a população acabe poupando o dinheiro. A forte oposição aos planos do governo é um dos reflexos da baixa popularidade do premiê, que amarga a menor aceitação de um chefe de governo japonês desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Analistas políticos dizem que o alto índice de rejeição a Taro Aso é causado pela aparente falta de controle do governo diante da crise. Apesar das críticas, o vice-secretário de relações públicas do Gabinete, Osamu Sakashita, disse que o governo acredita que a população vai aceitar o dinheiro.

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