quarta-feira, 25 de maio de 2016

Soja dispara em Chicago e vai a R$ 91,50 no porto de Paranaguá


Nesta quarta-feira (25/05), os preços da soja dispararam na Bolsa de Chicago e fecharam com altas de 26,50 a 31,75 pontos entre os principais vencimentos. Com esse avanço, a posição mais negociada desse momento - julho/16 - foi a US$ 10,86 por bushel no encerramento do pregão. No Brasil, as cotações da olegionsa acompanharam o avanço e o produto disponível no porto de Paranaguá superou os R$ 90,00 por saca. No encerramento do dia, a soja registrou R$ 91,50 no terminal paranaense, com alta de 2,91%. Ao longo do dia, porém, os prazos mais alongados levaram as indicações a baterem nos R$ 92,00. Em Rio Grande, o valor fechou os negócios com R$ 88,00 por saca e ganho de 1,15%. Para a safra 2016/17, a referência ficou em R$ 88,00 no porto de Paranaguá, enquanto no terminal gaúcho foi a R$ 90,00, subindo 2,27%. O dia no mercado brasileiro, portanto, foi agitado e de grandes oportunidades. "Tivemos a combinação perfeita de alta forte na CBOT, alta no câmbio e mais o apetite voraz dos compradores. De maneira geral, o mercado se apresentou entre R$ 2,00 e R$ 3,00 acima da jornada anterior", explica Camilo Motter, economista e analista de mercado da Granoeste Corretora de Cereais. O especialista frisa ainda que o produtor brasileiro segue muito atento ao comportamento de todos essses fatores que vêm direcionando a formação dos preços no Brasil, porém, ainda se mostra inseguro em relação a alguns outros fatos externos, além dos fundamentos. "De maneira geral, o produtor está antenado, percebendo que há muitas incertezas no ar. Incertezas sobre a safra norte-americnaa e, na sequência, sobre a safra brasileira. Incertezas grandes também em relação à economia e seus reflexos na formação do câmbio", explica Motter. Na Bolsa de Chicago, uma conjunção de fatores promoveu a elevação das cotações nesta quarta-feira, segundo explicam os analistas de mercado. Entre eles estiveram fundamentos importantes e alguma influência do dólar no exterior, que caiu nesta sessão, apesar da alta frente ao real. Parte dessa alta, porém, foi motivada por uma correção técnica do mercado após as últimas baixas registradas nos pregões anteriores. Os fundos investidores voltaram à ponta compradora apostando em novas altas depois de terem testado, ao longo desta semana, o patamar de suporte de US$ 10,50, trabalhando até mesmo abaixo disso no pregão anterior. Os fundamentos e fatores externos, como explicam os analistas, entretanto, já são conhecidos e vêm sendo precificados. Assim, são esperadas novidades, principalmente, vindas da nova safra dos Estados Unidos em relação ao clima e à área de plantio da soja no país que possam fortalecer ainda mais os novos ganhos e consolidá-los nestes patamares mais elevados. Ao mesmo tempo, as altas registradas no mercado futuro do farelo de soja em Chicago também foram combustível para os ganhos do grão nesta quarta-feira. Os principais contratos do derivado subiram entre 2,47% e 4,71%, o que fez, inclusive, com que o julho/16 superasse os US$ 407,00 por tonelada curta na CBOT. Analistas atribuem essas altas ao buraco na oferta global que deverá ser causado pelos problemas enfrentados na Argentina. O excesso de chuvas nesta temporada não só reduziu o tamanho da oferta argentina, como comprometeu severamente a qualidade dos grãos, o que poderá reduzir a produção de farelo no país que é o maior exportador mundial do produto diante de um período de demanda extremamente aquecida, como apontam informações apuradas pela Labhoro Corretora. "E esse decréscimo na performance dos argentinos será absorvido pela indústria norte-americana", completa a analista de mercado da Labhoro, Andrea Cordeiro. Complementando o quadro positivo para os futuros dos grãos em Chicago há ainda a projeção de condições climáticas mais desfavoráveis para o desenvolvimento da nova safra dos Estados Unidos. Segundo a Labhoro Corretora, as previsões climáticas indicam que, no período de 28 de maio e 5 de junho o volume acumulado de chuvas deve aumentar de forma considerável, podendo variar entre 50 e 125 mm em importantes estados rodutores. "Essas condições poderão atrapalhar um pouco as atividades de plantio", informou a corretora, que completa informando que, no mesmo intervalo, as temperaturas para o Corn Belt podem começar a aumentar e deverão variar entre normais e ligeiramente acima do normal.

Nenhum comentário: