sábado, 4 de setembro de 2021

Suspeita de 'Vaca Louca' em Belo Horizonte para frigoríficos em todo o Brasil

 O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirmou, na manhã do sábado (04/09), a ocorrência de um caso do mal da vaca louca em frigoríficos de Belo Horizonte e de Nova Canaã do Norte (MT). De acordo com a pasta, após a confirmação, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) foi notificada oficialmente. No caso da China, em cumprimento ao protocolo sanitário firmado entre o país e o Brasil, ficam suspensas temporariamente as exportações de carne bovina. “A medida, que passa a valer a partir do sábado (04/09), se dará até que as autoridades chinesas concluam a avaliação das informações já repassadas sobre os casos”, afirmou em nota. De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), a China segue como principal destino da carne brasileira. No mês de julho, o volume total de exportação foi de 91.144 toneladas, com crescimento de 11,2%. “As receitas tiveram alta de 19,1% somaram US$ 525,5 milhões. Quando se observa o período de janeiro a julho de 2021, os embarques para a China já somam 490 mil toneladas e receitas de US$ 2,493 bilhões, crescimento de 8,6% e 13,8%, respectivamente, no comparativo com o mesmo período de 2020”, disse a Abiec. Os dois casos confirmados neste sábado foram detectados em vacas de descarte que apresentavam idade avançada.  “Estes são o quarto e quinto casos de EEB [Encefalopatia Espongiforme Bovina] atípica registrados em mais de 23 anos de vigilância para a doença. O Brasil nunca registrou a ocorrência de caso de EEB clássica” informou o ministério. Segundo o Mapa, a EEB atípica ocorre de maneira espontânea e esporádica e não está relacionada à ingestão de alimentos contaminados. “Todas as ações sanitárias de mitigação de risco foram concluídas antes mesmo da emissão do resultado final pelo laboratório de referência da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), em Alberta, no Canadá. Portanto, não há risco para a saúde humana e animal”, disse. O Mapa ainda informou que a confirmação não altera o status do país como de “risco insignificante para doença”. “A OIE exclui a ocorrência de casos de EEB atípica para efeitos do reconhecimento do status oficial de risco do país. Desta forma, o Brasil mantém sua classificação como país de risco insignificante para a doença, não justificando qualquer impacto no comércio de animais e seus produtos e subprodutos”, disse. O caso registrado em Belo Horizonte acentuou a queda da atividade dos frigoríficos brasileiros, de acordo com a associação que representa o setor. “A notícia da vaca louca veio neste momento em que a ociosidade nos frigoríficos que trabalham somente com o mercado interno é bastante elevada e serviu para diminuir ainda mais o negócio de aquisição de bois diariamente”, disse a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) em nota enviada na sexta-feira (03/09). Frigoríficos de todo o país vão suspender o abate de bois por conta da identificação de possível caso da doença conhecida como vaca louca. Segundo a Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos), a produção ficará reduzida da sexta-feira (03/09), com previsão de volta somente na quarta-feira (08/09). A associação informou que a paralisação não ocorre exclusivamente pela suspeita do caso da doença em Minas, mas também por causa do feriado de 7 de setembro. A decisão foi tomada pelos próprios frigoríficos, conforme a associação. A entidade espera que até lá o resultado do exame que vai confirmar ou não o caso de vaca louca já tenha sido divulgado pelo Ministério da Agricultura.

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