terça-feira, 28 de março de 2023

Grupo Petrópolis, controlador da Cervejaria Itaipava, Crystal e Petra, pede recuperação judicial

O grupo Petrópolis, dono das marcas Itaipava, Crystal e Petra, entre outras, entrou com pedido de recuperação judicial, na segunda-feira, 27, na Justiça do Rio de Janeiro. As dívidas da companhia somam R$ 4,2 bilhões, segundo sua defesa. Desse total, 48% são financeiras e 52% com fornecedores e terceiros. Nesta terça-feira, 28, a Justiça concedeu ao grupo uma tutela cautelar de urgência que determinou a liberação dos recursos da companhia pelo Banco Santander, Fundo Siena, Daycoval, BMG e Sofisa. A empresa afirmava que a tutela era urgente para evitar s “iminente estrangulamento do fluxo de caixa”. De acordo com a petição em que pediu recuperação, o grupo enfrenta uma crise de liquidez há 18 meses decorrente da redução de receita. No ano passado, a empresa vendeu 24,1 milhões de hectolitros de bebidas, o que representa uma queda de 23% na comparação com 2020. Essa redução significou um recuo de 17% na receita bruta do período. Ao mesmo tempo, os custos do setor subiram e, ainda segundo a defesa da Petrópolis, não foram repassados ao consumidor. Também agravou a situação do grupo o aumento da taxa básica de juros, a Selic, que pressionou o nível de endividamento. Essa elevação no juro tem gerado um impacto de R$ 395 milhões por ano no fluxo de caixa da companhia. Na petição, a Petrópolis, representada pelos escritórios Salomão Sociedade de Advogados e Galdino & Coelho, afirmam que, até o fim de março, haverá uma necessidade de capital de giro acumulada R$ 360 milhões superior ao projetado para o período e que, até 10 de abril, será R$ 580 milhões superior.“A combinação desses fatores, exógenos e alheios ao controle das requerentes, gerou uma crise de liquidez sem precedentes no Grupo Petrópolis, que comprometeu seu fluxo de caixa a ponto de obrigá-lo a buscar a proteção legal com o ajuizamento deste pedido de recuperação judicial”, diz o documento. Procurado, o grupo Petrópolis não se manifestou até a publicação da matéria.

segunda-feira, 27 de março de 2023

Tacla Duran diz que pagou US$ 613 mil a advogados ligados à mulher de Sergio Moro

O advogado Rodrigo Tacla Duran, que trabalhou para a empreiteira Odebrecht, entregou à Justiça fotos e gravações que comprometeriam o ex-juiz da Operação Lava Jato e senador Sergio Moro (União Brasil). O juiz Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal de Curitiba, determinou que o advogado seja incluído em um programa de proteção a testemunhas do governo federal. Procuradores pediram que os documentos entregues fossem preservados sob sigilo nível quatro, um dos mais restritivos. O magistrado, no entanto, divergiu e não decretou sigilo. Tacla Duran afirma ter provas de que pagou US$ 613 mil a advogados ligados à advogada e hoje deputada federal Rosângela Moro (União Brasil-SP), mulher do hoje senador Sergio Moro. As acusações de Tacla Duran foram reveladas em 2017. Na época, ele afirmou, no rascunho de um livro, que o advogado Carlos Zucolotto Junior, sócio de Rosângela e amigo próximo de Moro, prometeu a ele facilidades na Operação Lava Jato em troca de dinheiro. Em nota enviada, o senador Sergio Moro diz que não teme eventuais investigações oriundas de fotos e gravações entregues à Justiça e que Tacla Duran é um “criminoso confesso”. “Trata-se de uma pessoa que, após inicialmente negar, confessou depois lavar profissionalmente dinheiro para a Odebrecht e teve a prisão preventiva decretada na Lava Jato. Desde 2017 faz acusações falsas, sem qualquer prova, salvo as que ele mesmo fabricou”, afirma o parlamentar. Tacla Duran trabalhou de 2011 a 2016 para a Odebrecht e tem sido apontado pelo Ministério Público Federal como o operador financeiro de esquemas da empresa. Desde então, ele vem fazendo uma série de acusações. Segundo Tacla Duran, as conversas entre ele e Zucolotto envolveriam abrandamento de pena e diminuição da multa que deveria ser paga em um acordo de delação premiada. O dinheiro do caixa dois, ainda segundo Duran, serviria para Zucolotto “cuidar” das pessoas que o ajudariam na negociação, que seria feita com a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. Embora não fosse acusado de nada, nem citado na denúncia, Sergio Moro tomou a frente da defesa de Zucolotto e reagiu de forma enfática. Por meio de nota, o então juiz afirmou: “O advogado Carlos Zucolotto Jr. é meu amigo pessoal e lamento que o seu nome seja utilizado por um acusado foragido e em uma matéria jornalística irresponsável para denegrir-me”. Na época, a força-tarefa de Curitiba também divulgou uma nota com onze parágrafos em que dizia “repudiar” as acusações de Tacla Duran contra o amigo de Moro. No dia 16 deste mês, o juiz Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal de Curitiba, decidiu revogar a prisão preventiva do advogado Rodrigo Tacla Duran. A determinação se deu na esteira de uma decisão proferida nesta semana pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski, que suspendeu cinco processos da Operação Lava Jato que usaram provas apresentadas por delatores da Odebrecht. As provas já haviam sido declaradas inválidas pela Segunda Turma do Supremo em 2021, em ação apresentada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ao julgar o caso de Tacla Duran, o juiz Eduardo Appio citou a decisão da corte superior e afirmou que a prisão preventiva é uma medida excepcional dentro do ordenamento jurídico brasileiro. “A presunção constitucional é de inocência e não o inverso”, pontuou o magistrado. “O cidadão Tacla Duran, como qualquer outra pessoa, merece e tem o direito constitucional de receber do Estado brasileiro uma jurisdição serena, apolítica e republicana”, apontou.

sábado, 25 de março de 2023

Preço da soja despenca ao longo da semana

 Os preços da soja seguem renovando suas mínimas na Bolsa de Chicago e dão sequência às perdas registradas nos últimos dias, em especial na sessão anterior, quando caiu quase 30 pontos. Assim, na manhã da sexta-feira (24/03), os principais contratos da oleaginosa cediam de 6,50  a 8,75 pontos, com o maio sendo cotado a US$ 14,10 e todos os demais abaixo dos US$ 14,00, com o julho valendo US$ 13,89 por bushel. As cotações testam suas mínimas em cinco meses na CBOT, segundo analistas internacionais, e refletem, principalmente, a pressão exercida pela safra recorde de soja do Brasil, que vai registrando também um melhor ritmo da colheita."As informações de uma grande safra do Brasil, que vai ajudar a compensar as perdas da Argentina, mais os rumores de que poderia haver, inclusive, soja do Brasil sendo importada pelos EUA, ajudou a aumentar o tom baixista do mercado", traz a nota da consultoria internacional, Hightower.  As perdas da soja nesta semana já passam de 4%, as quais tiveram influência também do trigo, que cede mais de 6% no acumulado semanal. E parte da pressão se deu também pela situação ainda incerta e nebulosa no mercado financeiro, que continua a sentir os desdobramentos do colapso dos bancos nos EUA e na Europa.

domingo, 12 de março de 2023

ICMS sobe para medicamentos, alimentos, bebidas e eletrônicos

A alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias ou Serviços) para itens considerados não essenciais sobe um ponto porcentual no Paraná a partir da segunda-feira (13/03). A taxa passa de 18% para 19%. A mudança afeta eletroeletrônicos, itens de vestuário e bebidas, alcoólicas ou não. Também entram na lista medicamentos e alimentos que não compõem a cesta básica. O aumento da alíquota modal do ICMS foi apresentado pelo Governo do Paraná e aprovado pela Assembleia Legislativa no final do ano passado. Segundo a administração pública, a medida tem como objetivo compensar as perdas de arrecadação acumuladas nos últimos anos. O Imposto sobre Circulação de Mercadorias ou Serviços é a principal fonte de arrecadação estadual. Segundo a Secretaria da Fazenda, cortes promovidos pelo governo federal no ano passado causaram um rombo de R$ 3 bilhões nos últimos cinco meses de 2022. Entre agosto e dezembro, em uma tentativa de frear a inflação e baixar artificialmente o preço da gasolina, o Planalto reduziu as alíquotas que incidiam sobre combustíveis, energia elétrica e comunicações. Com o aumento do ICMS de 18% para 19%, o Governo do Paraná espera aumentar a arrecadação anual em R$ 800 milhões. O valor ainda não seria o suficiente para recuperar as perdas, mas ajudaria a manter os investimentos previstos.