sábado, 18 de junho de 2022

Corretoras suspendem saques de clientes após fortes quedas do bitcoin

 A corretora Babel Finance, de Hong Kong, suspendeu novos saques por encontrar dificuldades para pagar o que deve a seus clientes depois das fortes quedas das criptomoedas nas última semanas. O bitcoin, por exemplo, perdeu 30% de valor em apenas uma semana e já acumula baixa de 70% em relação às suas máximas históricas de novembro de 2021. “O mercado de criptomoedas passou por grandes flutuações e algumas instituições do setor experimentaram eventos de risco condutivos. Devido à situação atual, a Babel Finance está enfrentando pressões de liquidez incomuns”, disse a empresa. Não há previsão para normalização do sistema. A gigante Binance também suspendeu saques e depósitos em reais, mas alega que o problema foi com o Banco Central. “Nosso canal de depósitos e saques de reais via Pix e Ted está com uma instabilidade devido à atualização de políticas instauradas pelo Banco Central do Brasil. Os depósitos e os saques por este meio estão bloqueados, mas não se preocupe ainda pode usar outros métodos para sacar e depositar”, diz a mensagem da corretora, que sugere as operações pelo sistema P2P, que implica na negociação com outra pessoa. Importante ressaltar que a empresa decidiu encerrar uma parceria com a Capitual, fintech que operava os depósitos e saques em reais via Pix dos clientes da empresa, justamente pelas mudanças impostas pelo Banco Central. Nesse caso, o prazo para normalização do sistema é de 72 horas.

quinta-feira, 9 de junho de 2022

Francischini e Bolsonaro: uma "nova" velha parceria

O presidente Jair Bolsonaro já tem planos para o ex-deputado estadual Fernando Francischini (União Brasil-PR), que teve a cassação do mandato confirmada pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal na terça-feira (07/06). Francischini foi cassado em outubro passado por espalhar fake news contra as urnas eletrônicas. De acordo com interlocutores do deputado ouvidos reservadamente pelo jornal "O Globo". do Rio de Janeiro, Bolsonaro pediu para que ele se engaje na campanha à reeleição como cabo eleitoral. O presidente da República quer que o deputado cassado viaje pelo país ao seu lado, para reforçar o discurso beligerante contra o TSE e as urnas. A ideia é usar o resultado do julgamento para acusar o TSE de agir politicamente contra Bolsonaro, uma vez que o presidente não consegue comprovar as acusações de fraudes nas urnas eletrônicas. A linha argumentativa bolsonarista é a de que o tribunal cala a boca e cassa o mandato de quem o critica. Na terça-feira (07/06), em evento no Planalto, Bolsonaro já colocou em ação essa estratégia, ao afirmar que Francischini “não espalhou fake news” contra as urnas. Também disse que não viverá como um rato e que ele próprio, Bolsonaro, já fez as mesmas acusações que levaram à cassação do mandato do aliado. Campeão de votos na campanha de 2018, o delegado paranaense foi o primeiro político a ser cassado na história do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por ter espalhado desinformação contra o sistema eletrônico de votação em uma live transmitida no dia do primeiro turno. O julgamento na Segunda Turma foi marcado por uma intensa articulação nos bastidores, que envolveu seis integrantes do STF. Bolsonarista de primeira hora, Francischini é aliado de Bolsonaro há anos – e foram vizinhos de gabinete quando ambos eram deputados federais. Durante a campanha de 2018, no entanto, a relação estremeceu: Bolsonaro ficou particularmente incomodado com a postura de Francischini de usar o seu nome para fazer promessas e angariar recursos para a campanha de deputado estadual. A cassação – por 6 votos a 1 – no plenário do TSE, os reaproximou. “Bolsonaro só entrou nisso quando percebeu que poderia ganhar alguma coisa nesse caso. Ele viu vantagem eleitoral”, admite um interlocutor de Francischini.


domingo, 5 de junho de 2022

STF deve decidir sobre cassação de Francischini na terça (07/06)

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, acatou um pedido da ministra Cármen Lúcia e agendou para a terça-feira (07/06) uma sessão extraordinária do plenário virtual para analisar a decisão de Kassio Nunes Marques que suspendeu a cassação do deputado bolsonarista Fernando Francischini (União Brasil-PR). Kassio suspendeu na quinta (02/06) a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que cassou Francischini. O parlamentar aliado de Bolsonaro perdeu mandato devido à publicação de vídeo, no dia das eleições de 2018, no qual afirmou que as urnas eletrônicas haviam sido fraudadas para impedir a votação no então candidato a presidente da República. O pedido de Cármen foi dentro de um mandado de segurança protocolado pela defesa de um dos suplentes de Francischini que assumiu a vaga na Assembleia Legislativa do Paraná. O parlamentar pede que a decisão seja revertida e que Kassio Nunes seja declarado incompetente para conduzir o caso. A ministra solicitou a sessão extraordinária sob o argumento de que há urgência. Como mostrou o jornal Folha de São Paulo, a decisão de Kassio de anular a cassação de Francishini havia aumentado o desgaste de Fux entre os demais ministros da corte. Integrantes do tribunal ouvidos reservadamente responsabilizaram o presidente da corte pelo que consideraram uma manobra de Kassio. Segundo eles, o resultado foi a derrubada de um entendimento que era visto como um marco na estratégia do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de conter ataques de bolsonaristas contra o Judiciário e a contagem de votos. Na quinta, Kassio suspendeu as cassações de Francischini e do deputado federal José Valdevan de Jesus, o Valdevan Noventa (PL-SE). Kassio é o relator de uma ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) que abordava se os votos de um deputado da Bahia cassado também deveriam ser anulados. A estratégia de Francischini foi recorrer ao Supremo e fazer um pedido dentro dessa ADPF, sob o argumento de que eram temas correlatos. Com isso, o parlamentar esperava ter o caso analisado por Kassio, o primeiro ministro indicado ao STF pelo presidente Jair Bolsonaro. Kassio inicialmente disse que os dois casos não poderiam tramitar no mesmo processo e que deveriam correr em separado, mas sob sua própria relatoria, num movimento contestado por uma ala no STF, uma vez que manteve em suas mãos o caso Francischini. Ministros ouvidos pela Folha de São Paulo disseram que o processo do deputado bolsonarista deveria então ter sido sorteado entre os integrantes do tribunal. Mas Fux validou a manutenção da relatoria do caso com Kassio, o que intensificou as reclamações contra o presidente do STF. Questionado, Fux rebateu as críticas de que haveria uma manobra na escolha do relator do processo.