domingo, 23 de março de 2008

Crise nos EUA pode afetar commodities e atrapalhar crescimento brasileiro

Enquanto os investidores de Wall Street buscam informações sobre a saúde dos bancos americanos para decidir seus próximos passos, os analistas brasileiros acompanham atentamente o comportamento das commodities no mercado mundial. Para eles, esse é o principal escudo do país neste momento de turbulência internacional. Na avaliação de todos, é claro que o Brasil não escapará ileso de uma crise que envolve os Estados Unidos, a maior economia do planeta. Mas os efeitos sobre o nosso mercado só será arrasador se uma eventual recessão americana arrastar para baixo também os preços das commodities. Principal produto de exportação do Brasil, as commodities metálicas e agrícolas estão por trás dos recordes da balança comercial nos últimos anos. Impulsionadas pela crescente demanda mundial, cujo vértice é a China, as matérias-primas viram seus preços saltarem e compensarem parte da desvalorização do dólar frente ao real. Neste ano, por exemplo, a Vale do Rio Doce, maior produtora de minério de ferro do mundo, já anunciou reajustes de até 70%. A recessão americana seria o primeiro passo para uma reversão do mercado de commodities. Em crise, os Estados Unidos reduziriam o consumo e, por tabela, as importações tanto de matérias-primas quanto de produtos acabados. Os países que mantêm transações comerciais com os americanos sentiriam o impacto e também reduziriam o nível de atividade. A grande preocupação é com o possível efeito de uma recessão americana sobre a China, o maior importador de commodities do mundo. E nesta terça-feira o primeiro-ministro da China, Wen Jiabao, disse que está “profundamente” preocupado com a crise americana, alta do petróleo e a inflação.

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