segunda-feira, 11 de julho de 2011

Gol não manterá marca Webjet


Um logo e um nome a menos na aviação brasileira. A Gol não manterá a marca Webjet, após a aquisição da companhia, a quarta maior aérea do país, anunciada na última sexta-feira (08/07). O processo de integração das bandeiras, no entanto, deverá ser gradual e colocado em prática apenas após a aprovação do negócio pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A mudança de marca não será a única. A Gol pretende também renovar toda a frota da Webjet num período entre 18 e 24 meses, após a aprovação do Cade. A Webjet trabalha com aeronaves Boeing 737-300, um modelo mais antigo do que o da Gol, que voa com aviões Boeing 737-700 e 737-800. Por se tratar de aeronaves da mesma fabricante, a expectativa é que o custo de integração da frota seja reduzido, sem a necessidade de haver grandes investimentos. Para a troca das aeronaves, a Gol trabalha com três possibilidades: renovar contratos de leasing que estão vencendo, contratar novos leasings ou comprar mais aviões da Boeing. Atualmente, a Webjet mantém uma dívida de R$ 120 milhões em contratos de leasing, com vencimento nos próximos dois ou três anos. Segunda maior companhia aérea do país, a Gol pretende ampliar a sua atuação na aviação doméstica com a compra da Webjet. “O objetivo do negócio é aumentar o número de destinos e de freqüências partindo dos grandes centros brasileiros. A tendência à consolidação no setor aéreo é mundial. Ela é importante para tornar as companhias menos suscetíveis a variações de preço do combustível e ao dólar”, disse Constantino de Oliveira Júnior, presidente da Gol, em teleconferência com jornalistas na manhã desta segunda-feira (11/07). As sinergias com a operação estão estimadas em R$ 100 milhões ao longo dos dois primeiros anos da união. “As duas empresas atuam nos segmentos de baixo custo e baixa tarifa. Com a união, teremos mais freqüências e uma frota mais jovem”. E uma fatia de 40% do mercado doméstico, segundo os últimos dados divulgados pela Anac. Juntas, Gol e TAM, hoje a companhia líder em participação de mercado, passam a deter 85% do setor. Constantino, no entanto, negou que o preço das passagens deva subir com a compra da Webjet. “Não haverá aumento de custos. Devemos manter tarifas extremamente competitivas”. Enquanto a aprovação do negócio não passa pelo crivo do Cade e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a Gol pedirá autorização à Anac para operar acordos de codeshare com a Webjet. Dos quase R$ 311 milhões pagos pela companhia aérea, cerca de R$ 215 milhões são em dívidas financeiras assumidas pela Gol, a maior parte vinda de débitos com os bancos Safra, Bradesco e Citibank, com vencimento entre 2011 e 2015. Em 2010, a Webjet registrou um faturamento de R$ 750 milhões. Para 2011, a previsão é alcançar R$ 800 milhões. Pelo menos no discurso, a Gol sustenta não se preocupar com as dívidas. “A situação da Webjet é mais saudável do que a da Varig quando a compramos. Até porque ela não passou por um processo traumático de recuperação judicial”, diz Constantino. “Temos um relacionamento muito próximo com os credores. Não creio que haverá problemas”, afirma o diretor financeiro da Gol, Leonardo Pereira. O executivo, no entanto, diz que uma futura capitação no mercado, após a aprovação do negócio, está sendo estudada para fortalecer a empresa.

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