quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Dólar sobe e preocupa mercado.



O dólar ontem voltou a disparar diante das preocupações com a crise internacional. A cotação da moeda subiu 4,25% e atingiu R$ 1,865. Foi a maior alta em um dia desde outubro de 2008. Em Washington, para participar do encontro anual do Fundo Monetário Internacional, o ministro Guido Mantega (Fazenda) reafirmou que o câmbio é flutuante. Além disso, destacou o efeito benéfico da desvalorização do real para as exportações do Brasil. "Somente agora estamos menos valorizados, o que certamente traz benefício à produção industrial brasileira, os exportadores", afirmou. O ministro da Fazenda disse que não vê risco inflacionário iminente por conta da recente disparada do dólar. Em sua avaliação, eventuais pressões sobre os preços no Brasil poderiam ser compensadas com a queda das cotações de produtos básicos no mercado internacional, como reflexo da crise global. "Claro que se houver uma grande desvalorização [do real], isso pode preocupar. Mas seria preciso uma grande piora da crise", afirmou. Mantega acredita que uma deterioração relativa do cenário seria perfeitamente assimilada pela economia. Além do ambiente internacional conturbado, que faz investidores buscarem refúgio no dólar, analistas dizem que mudou o sentido da especulação cambial no país. Até julho e meados de agosto, grandes bancos achavam que o dólar continuaria fraco, e apostavam na alta do real no mercado futuro. Esse movimento provocou forte queda do dólar na época. Nas últimas semanas, após o corte na taxa básica de juros para 12% ao ano, a aposta se inverteu. Especialistas não descartam que a taxa de câmbio ainda poderá oscilar de R$ 1,90 a R$ 2 nos próximos meses, por conta de tensões globais. Mas muitos acham que a tendência de longo prazo é de valorização do real. "Está todo mundo gritando fogo agora, mas em algum momento esse dólar vai ter voltar a refletir os fundamentos [da economia]", diz André Perfeito, economista da Gradual. Com informações da Folha de São Paulo.



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