quinta-feira, 14 de março de 2013

Porto terá filas em terra e no mar

O atraso no escoamento da supersafra brasileira de soja – que deve render mais de 80 milhões de toneladas pela primeira vez – deixa os portos de exportação cercados de navios e concentra um volume cada vez maior de grãos nas regiões agrícolas. Em Paranaguá, o número de embarcações ao largo chegou a 89 e mais 21 são esperadas até amanhã. Dos navios que já chegaram, mais de 70 vão carregar grãos e farelo de soja. Em Santos, o cerco é de 81 unidades, metade graneleiros. O intenso tráfego no mar anuncia que as rodovias também vão receber sobrecarga nas próximas semanas. Os navios enfileirados e com viagem confirmada a Santos e Paranaguá devem levar 9,1 milhões de toneladas de grãos para países importadores (ao menos 10% da colheita de soja). Para transportar esse volume, são necessários 148 mil viagens de caminhão até o porto paulista e 80 mil até o paranaense, onde o embarque depende basicamente das rodovias. O problema do acúmulo de navios no horizonte de Paranaguá tradicionalmente ocorre pela falta de estrutura. Porém, neste ano, a fila é também reflexo da grande quantidade de navios que chega a Paranaguá antes da hora e sem contrato. Segundo a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), apenas quatro (6%) das 70 embarcações posicionadas no Corredor de Exportação têm a totalidade de carga à disposição, enquanto outras 13 (19%) estão com carga parcial contratada. Assim, 53 não possuem qualquer programação definida. “Foi alardeado para todos os cantos do mundo que o Brasil teria a supersafra de milho e soja. Os navios chegam a Paranaguá sem carga, mas sabendo que serão contratados”, afirma Nilson Hanke Camargo, assessor técnico e econômico da Federação de Agricultura do Paraná (Faep).

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