terça-feira, 18 de junho de 2013

Inflação volta a influenciar estilo de vida

A inflação alta já afeta o padrão de consumo das famílias. O avanço médio de 6,5% nos preços nos últimos 12 meses encerrados em maio, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE, apertou o orçamento. O primeiro sinal de que os preços e o endividamento estão comprometendo a renda veio com o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre. O consumo das famílias, principal motor da economia brasileira nos últimos dois anos, ficou estagnado, com variação de apenas 0,1% em relação ao último trimestre de 2012. Os brasileiros voltaram a pesquisar preços com mais afinco, cortar gastos com lazer e adiar compras de bens duráveis. Atualmente as famílias estão optando por pagar as contas de dívidas contraídas nos últimos meses e priorizando as despesas ordinárias, como manutenção da casa, antes de voltar a gastar. O comportamento já afeta os resultados do comércio. Segundo dados recentes do IBGE, o varejo teve, em abril, o pior resultado em dez anos no país, com alta de apenas 1,6% na comparação anual, segundo especialistas. Uma pesquisa feita pelo Instituto Ipsos confirma que o consumidor também está mais seletivo na hora de comprar bens duráveis. O levantamento realizado em abril em parceria com a Fecomércio do Rio de Janeiro ouviu mil pessoas em 70 cidades brasileiras e constatou que a parcela dos que pretendem adquirir esse tipo de produto nos próximos três meses caiu de 18%, em abril do ano passado, para 15% neste ano. Carros e televisores são os itens que tiveram maior queda na intenção de compra. O porcentual dos que pretendem comprar esses produtos diminuiu de 12% para 7% no período, no caso dos carros, e de 14% para 11%, para as TVs. Beneficiados pela alíquota mais baixa do IPI, geladeiras e fogão registram aumento de intenção de compra.

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