segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Endividada, Petrobras busca vender ativos


Pressionada por dívida crescente e necessidade de caixa para explorar o pré-sal, a Petrobras vai acelerar a venda de ativos no segundo semestre deste ano, período que deve concentrar a maior parte do plano de desinvestimento de 9,9 bilhões de dólares. A estatal também prevê aumentar a produção de petróleo na segunda metade do ano, além de buscar um alinhamento de preços de derivados com o mercado externo, disseram executivos da Petrobras nesta segunda-feira, durante comentários sobre os resultados do segundo trimestre divulgados na última sexta-feira. "Esperamos um semestre mais ativo em desinvestimento", afirmou nesta segunda-feira o diretor financeiro da empresa, Almir Barbassa, lembrando que a companhia já desinvestiu neste ano cerca de 1,8 bilhões de dólares. O lucro do segundo trimestre, de 6,2 bilhões de reais, foi reforçado por venda de ativos na África em junho, pelo valor de 1,5 bilhão de dólares. Mesmo assim, as ações preferenciais fecharam em baixa de 3,22 por cento e as ordinárias em queda de 1,49 por cento, após fortes ganhos iniciais. "Apesar dos bons resultados da operação, a dívida líquida continuou a crescendo forte no 2T13... nos últimos cinco anos, a dívida líquida da Petrobras cresceu 476 por cento e nos últimos doze meses houve um aumento de 19 por cento", disse a corretora Planner em relatório ao mercado. A alavancagem da Petrobras (relação entre o endividamento e patrimônio líquido) pode superar 35 por cento a partir do segundo semestre, admitiu Barbassa, ponderando que esse aumento seria neutralizado com uma alta na produção até o final de 2014. "A alavancagem também subiu, o que é preocupante dado os investimentos agressivos que a empresa tem que fazer", afirmou o analista William Alves, da XP Investimentos. O resultado líquido da petroleira superou as expectativas do mercado, mas também contou com a ajuda de uma mudança contábil para reduzir o efeito da alta do dólar na dívida. A diluição do impacto cambial no resultado financeiro da Petrobras, aliás, poderá ser realizada em cerca de sete anos, prazo médio da dívida da estatal, disse Barbassa. Informações da revista Exame.

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