segunda-feira, 3 de março de 2014

Sob ameaça da Rússia, Ucrânia convoca todas as reservas militares


A Ucrânia está convocando todos seus reservistas militares e vai garantir que as forças armadas estejam prontas para o combate "o mais rápido possível", disse ontem, domingo (02/03) a principal autoridade de segurança do país, um dia após o Senado russo dar aval a uma possível intervenção militar na região ucraniana da Crimeia. Andriy Paruby, secretário do Conselho de Segurança, que agrupa as principais chefias de segurança e defesa da Ucrânia, disse que há uma ordem do Ministério de Relações Exteriores para buscar ajuda de EUA e Reino Unido para "garantir a segurança" do país em crise. Paruby afirmou que as forças armadas vão proteger instalações de segurança e de fornecimento de energia. O presidente ucraniano interino Oleksander Turchinov pediu "ações reais" dos líderes mundiais para ajudar seu país, que descreveu como "à beira do desastre", e disse que as ações de Putin equivalem a uma "declaração de guerra". "Qualquer tentativa de atacar instalações militares é de fato uma agressão militar direta contra nosso país, e os militares russos e a liderança russa vão ser considerados responsáveis", disse. Ao mesmo tempo, o Parlamento da Ucrânia pediu a presença de monitores internacionais no país e também ajuda para garantir a segurança de suas instalações nucleares. O parlamentar Hryhoriy Nemyria disse que o apelo dos legisladores se dirige aos signatários de um tratado nuclear de 1994 que garante a segurança nuclear ucraniana -e que inclui EUA, Reino Unido e Rússia. A Ucrânia enfrenta uma grave crise política e econômica. A tensão separatista na região pró-russa da Crimeia aumentou após a destituição, no fim de semana passado, do presidente Viktor Yanukovich, alinhado com a Rússia, e acusado pelo Parlamento de "assassinatos em massa de civis" na repressão a protestos de rua pró-União Europeia que deixaram dezenas de mortos em Kiev. O serviço russo de guarda de fronteira disse que cerca de 675 mil ucranianos entraram na Rússia entre janeiro e fevereiro e que há sinais de uma "catástrofe humanitária" na região, segundo a agência estatal russa Itar-Tass. "Se o 'caos revolucionário' continuar na Ucrânia, centenas de milhares de refugiados vão entrar nas regiões russas fronteiriças", disse o serviço, segundo a Tass.

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