quinta-feira, 3 de abril de 2014

Para Requião financiamento empresarial de campanha é imoralidade


“Um dos grandes problemas, se não o grande problema da legislação eleitoral brasileira é o financiamento privado de campanha. As empresas não são eleitoras, não são cidadãs. São constituídas para produzir e fundamentalmente ganhar dinheiro. Quando as empresas financiam candidatos com milhões de Reais é porque elas querem com o candidato eleito viabilizar lucros fantásticos às custas do Estado”, afirmou o senador Roberto Requião (PMDB/PR) nesta quinta-feira (03/04). Para Requião, o candidato financiado por empresa acaba sendo o parlamentar da empresa. “Quem não concorda com o fim do financiamento de empresas no processo político, não quer mudar nada. Quer continuar com o processo corrupto de domínio do capital sob o parlamento”, opinou. O senador também defende que, no caso de uma doação privada, a informação apareça em tempo real no site do Tribunal Superior Eleitoral. Requião citou como exemplo da relação promíscua do financiamento privado de campanhas a eleição do governador do Paraná, Beto Richa, que recebeu R$ 3 milhões de concessionárias de pedágio nas suas últimas eleições. “Ele ganhou a eleição (para governador) e imediatamente retirou todas as ações contra o pedágio que meu governo tinha colocado em juízo para moralizar ou acabar com a história do pedágio mais caro do mundo no Paraná”, relatou. “O financiamento empresarial de campanha é uma imoralidade, uma tragédia, e submete o Executivo não ao povo, mas aos financiadores”, disse Requião, contando que apresentou um projeto para acabar com este tipo de financiamento, que foi aprovado e agora passa a tramitar no Senado e depois segue para votação na Câmara dos Deputados.

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