terça-feira, 9 de setembro de 2014

Arroba do boi deve seguir em alta no segundo semestre


Com o bom desempenho das exportações de carne e a valorização dos bezerros, a arroba do boi gordo deve seguir em alta no segundo semestre deste ano. A indicação é do boletim “Custos e Preços”, elaborado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A expectativa é de que a oferta de animais para abate continue restrita e as vendas externas continuem crescendo nos próximos meses, provocando elevação dos preços da carne no mercado interno. "Os frigoríficos têm trabalhado com escalas reduzidas, já que a disponibilidade de animais prontos para abate é pequena frente à demanda aquecida, principalmente do mercado externo", explica o estudo da CNA. De janeiro a julho, os embarques de carne, industrializada e in natura, para o exterior somaram em volume 1,28 milhão de toneladas, 11% a mais do que no ano passado. Segundo o boletim, a tendência é de crescimento das exportações de carne. Um dos fatores que pode contribuir é a possibilidade de a Rússia aumentar as importações do Brasil, diante dos embargos econômicos impostos por União Europeia e Estados Unidos ao país, em razão da crise na Ucrânia. De acordo com o estudo, o mercado interno já sente os efeitos do cenário externo. Em São Paulo, a arroba do boi em agosto teve alta de 4,2% em relação a julho, cotada a R$ 122,19. Na comparação com agosto de 2013, a elevação foi de 22%. Em Goiás, o preço da arroba, no mês passado, foi de R$ 113, 53, aumento de 2,3% frente a julho e de 24,6% em relação a agosto de 2013. Na última semana os preços dos cortes bovinos no atacado tiveram uma alta pequena, de 0,4%, segundo a Scot Consultoria. O pagamento de salários não foi capaz de manter as valorizações no ritmo que vinham sendo registradas nas três semanas anteriores, de 2,5% em média. Segundo a Scot, os patamares de preços limitam novas altas, demonstrando que as cotações maiores que vinham sendo impostas caminharam no sentido oposto ao da demanda, que sazonalmente diminui a partir do final da primeira quinzena do mês. A impossibilidade de aumentar os preços reduz a margem da indústria que faz a desossa em dois pontos percentuais na última semana. Os valores estão em 21,2% atualmente, isso ocorre porque que a arroba do boi gordo segue sua escalada de alta e já ocorrem negócios em R$ 130 a arroba, à vista, em São Paulo. O valor da carne vendida pelos frigoríficos continua subindo mais que a arroba. Enquanto a matéria prima teve alta de 24,2%, os cortes subiram 26,3%, em um ano.

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