segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Com PIB em marcha lenta, fluxo de caminhões é o menor desde 2012


O índice da ABCR mostra uma queda gradual no fluxo dos veículos pesados, a partir de março deste ano. De julho para agosto, a queda foi de 0,5%. “Coincide com o período em que a indústria se afundou no pior momento da crise. Em julho houve respiro para a atividade industrial, mas, de resto, vemos uma trajetória de enfraquecimento”, afirma a economista Alessandra Ribeiro, da Tendências, consultoria que auxilia a associação de concessionárias a realizar os cálculos de fluxo. Segundo a economista, o fluxo mais baixo de caminhões é uma consequência da queda de pedidos de frete, causada pela queda na produção industrial e a desaceleração do comércio. “O índice é mais um dos que funciona como um termômetro da economia no país, assim como os índices de confiança da indústria, consumo de energia e produção de veículos. Todos estão bastante baixos e antecipam que a recuperação econômica pode tardar para acontecer”, completa. Em relação a agosto do ano passado, o fluxo de veículos pesados caiu 6,5% no país. No acumulado do ano, a queda é de 2,6%. Os dados do Paraná acompanham o movimento nacional. De janeiro a agosto, a movimentação dos veículos pesados no estado apresentou uma queda de 3,3%. No confronto de agosto com o mesmo mês de 2013, o fluxo caiu 4,3%. Segundo o diretor da transportadora MC Cargas, Marcel Carvalho, a queda no fluxo é reflexo do arrefecimento nos pedidos e até do cancelamento de contratos. “Isso varia muito de empresa para empresa, mas tem clientes que trabalham com dois ou três fornecedores de transporte e estão cancelando parte dos contratos por causa da queda de volume”, afirma. Segundo ele, isso afeta principalmente transportadoras que atuam como terceirizadas de indústrias que também contam com frota própria. “Essas indústrias ajustam sua logística para depender menos das transportadoras terceirizadas. Com isso, menos caminhões rodam nas estradas”, completa. Para o membro do conselho de infraestrutura da MV Consultoria, Sebastião Almagro, a indústria deve se recuperar nos próximos meses e, com isso, o movimento nas estradas tende a aumentar. “Ainda serão momentos difíceis, mas o pior momento foi nesta transição de semestre”, completa.

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