domingo, 17 de maio de 2015

Autos de infração contra Big Frango podem chegar a R$ 50 milhões


A força-tarefa da Operação Grande Escolha, responsável por interditar parcialmente a fábrica da Big Frango/JBS em Rolândia, estima que os autos de infração contra a empresa podem chegar a R$ 50 milhões ao final das fiscalizações. Ministério Público do Trabalho (MPT), INSS, Receita Federal e Advocacia Geral da União (AGU) investigam dezenas de irregularidades trabalhistas na fábrica da empresa, onde 400 mil aves são abatidas por quase 4 mil funcionários, diariamente. A Big Frango exporta congelados para mais de 60 países. Apenas a apuração inicial das irregularidades levou o Ministério do Trabalho a aplicar 75 multas contra a empresa, no valor de R$ 200 mil cada. Até agora, as infrações somam R$ 15 milhões. Segundo as investigações, são numerosos os fatos sobre excesso de jornada, más condições de segurança das máquinas – 32 equipamentos permanecem interditados – e afastamentos por doenças. Quase 2 mil prontuários médicos estão sob avaliação para verificar como a empresa tratava afastamentos e demissões.Em 2014, os trabalhadores da Big Frango de Rolândia utilizaram 2.033 consultas médicas por causas relacionadas ao trabalho. No total, foram 70.279 atendimentos de enfermagem – quase 225 por dia. “Por meio da coleta de registro do ponto eletrônico, constatamos que em dois meses foram mais de 5,4 mil ocorrências de excesso de jornada em atividades insalubres”, afirmou Rodrigo Caldas, auditor do Ministério do Trabalho, à Rádio CBN Londrina. “São jornadas de 10 a 18 horas por dia de trabalho, extremamente exaustivas e com alto índice de doenças. Nos remete à época da Revolução Industrial com aquelas extenuantes jornadas de trabalho”, afirmou o integrante da força-tarefa. De acordo com o auditor, a equipe de fiscalização ficou surpresa ao perceber que problemas “históricos” da empresa foram resolvidos em apenas algumas horas, após a intervenção dos investigadores. Oficialmente, a JBS diz ter tomado providências para corrigir os apontamentos da força-tarefa e afirma-se aberta às inspeções. Em nota, a JBS afirmou que “monitora permanentemente pontos de risco identificados no processo produtivo, procedendo adequações necessárias de forma espontânea ou quando apontados pelos órgãos de fiscalização”. A empresa justifica que a fábrica de Rolândia passou a integrar o grupo JBS a partir de janeiro de 2015 quando o empresário Evaldo Ulinski, fundador, vendeu a empresa e, desde então, a nova proprietária já vinha implantando “uma série de melhorias” nas unidades adquiridas. Com informações do Jornal de Londrina.

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