quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Bancadas de PDT e PTB na Câmara se declaram independentes


O líderes de PDT e PTB na Câmara anunciaram nesta quarta-feira (05/08) que as bancadas dos dois partidos passarão a adotar uma posição de independência nas votações. O deputado André Figueiredo (CE), líder do PDT, disse que a decisão foi tomada por unanimidade pela bancada do partido, em reunião à tarde, e acrescentou que não participará mais das reuniões da base aliada. A bancada pedetista tem 19 dos 513 deputados da Câmara. O líder do PTB, deputado Jovair Arantes (PTB-GO), também anunciou no plenário que o partido votará as propostas em tramitação na Câmara de “forma independente”. O partido tem 25 deputados. A justificativa dos deputados pedetistas é que a bancada discorda do governo em diversos temas e se sente desrespeitada ao ser acusada de infiel por tomar posições contrárias. “Fomos frontalmente contra as medidas provisórias 665 e 664, que reduziam direitos ao seguro-desemprego e à pensão por morte. Temos tomado uma postura claramente a favor dos servidores públicos”, declarou o líder do PDT. Figueiredo afirmou que a bancada era frequentemente desrespeitada e o partido, taxado de "infiel". “Tomamos uma decisão porque estamos sendo, de forma recorrente, desrespeitados. O PDT está sendo chamado de infiel, traiçoeiro, quando o PDT é o único partido da base que se manifesta previamente sobre como vai se portar nas votações”, declarou Figueiredo após deixar o plenário. Depois do PDT, o líder do PTB, Jovair Arantes, disse que a bancada do partido vai discutir as posições que adotará em cada votação. "Hoje chegamos a uma conclusão de que a bancada declara independência em relação às votações e reserva o direito de estar votando da maneira que a bancada vai discutir. No caso do PTB, nós temos sempre pedido que a bancada acompanhe o líder do bloco, que é o deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ), que tem sido muito correto conosco”, afirmou o parlamentar. Na prática, desde o início do ano, quando defendeu a eleição de Eduardo Cunha para a presidência da Câmara e passou a integrar o bloco do PMDB, o PTB já vem aderindo às posições defendidas pelos peemedebistas, inclusive em matérias que contrariam o governo. No entanto, a bancada decidiu, após reunião, oficializar a posição de independência em relação ao governo.Ministério André Figueiredo esclareceu que, apesar da decisão da bancada da Câmara, o partido não foi para a oposição. No entanto, quando questionado por jornalistas se a sigla poderia entregar o ministério que detém, o do Trabalho, Figueiredo não descartou. “Os próximos passos serão naturalmente dados. Não se afasta [a possibilidade de deixar ministério]”, afirmou, acrescentando que a bancada tomou a decisão de ter uma posição de independência na Câmara dos Deputados e que “os próximos passos serão definidos pelo partido como um todo”. Segundo ele, o novo posicionamento foi informado ao ministro Manoel Dias e ao presidente da sigla, Carlos Lupi. “O Lupi deu total liberdade. Ele compreende inclusive que a nossa permanência na base tem prazo de validade. E o ministro Manoel Dias respeitou. Lógico que ele fica numa posição incômoda por ser ministro, mas ele mesmo colocou que tem que, a partir dessa decisão da gente, começar a discutir quando se dará o próximo passo”, afirmou o líder na Câmara.

Nenhum comentário: