terça-feira, 31 de outubro de 2017

Bruno Covas, vice-prefeito de São Paulo, é afastado de importante secretaria por João Doria

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), decidiu retirar do comando da Secretaria das Prefeituras Regionais o seu vice-prefeito, Bruno Covas (PSDB), responsável pela área de zeladoria urbana, uma das vitrines do governo no início da gestão, com programas como o Cidade Linda e o Mutirão Mário Covas, mas que passou a enfrentar críticas crescentes nos últimos meses, o que levou ao desgaste na relação entre os tucanos.Com a mudança, que deve ser anunciada pelo prefeito nesta quarta-feira, ele retira o vice, nome tradicional do PSDB e aliado de Geraldo Alckmin (PSDB), de um dos postos de maior visibilidade na administração. A medida deve ampliar a tensão entre Doria e o partido, já marcada por desentendimentos públicos, principalmente com o crescimento da pretensão do prefeito de disputar com o governador a indicação do PSDB para concorrer à Presidência da República em 2018.Na condição de chefe do Cidade Linda, Bruno Covas deu entrevista a VEJA em fevereiro dizendo que ocupava um cargo “empoderado” pela transformação das antigas subprefeituras em prefeituras regionais, medida que daria mais poder aos representantes da administração nos bairros. A crise entre o prefeito e Covas, iniciada com o descontentamento de Doria com os resultados da área de zeladoria, se intensificou quando o prefeito dispensou Fábio Lepique, secretário-adjunto das Prefeituras Regionais e braço-direito do vice – além de ser um personagem influente no PSDB de São Paulo. Durante uma viagem de Covas ao exterior, Lepique se desentendeu com o secretário municipal de Justiça, Anderson Pomini, sobre a situação jurídica do Shopping 25 de Março, que foi fechado após uma ação contra a pirataria. Ao confirmar a saída do ex-secretário-adjunto, Doria negou relação entre a demissão e a questão do shopping, atribuindo a dispensa justamente à necessidade de “melhorar a qualidade da zeladoria da cidade”. Resta agora saber o impacto da mudança para as relações políticas de Doria com Covas, Alckmin e o PSDB. Em aceno a Covas, que pode assumir o governo caso o prefeito se afaste para disputar a Presidência da República em 2018, Doria vai adotar o exótico expediente de ter dois secretários em apenas uma pasta: Covas dividirá com Júlio Semeghini a Secretaria de Governo, pasta responsável pela articulação política e pelas relações institucionais com outros órgãos públicos.

Nenhum comentário: