sábado, 8 de abril de 2023

Produtores baianos apostam no cultivo do cacau no Cerrado do estado

Neste fim de semana, comemoramos a Páscoa e os chocolates continuam em alta nessa época do ano. Uma cadeia que gera riqueza e desenvolvimento em todo o país. São 93 mil produtores e 620 mil hectares no Brasil dedicados à produção de cacau. Boa parte desse volume vem da Bahia. O sul do estado, região mais tradicional, detém 80% das lavouras implantadas no sistema cabruca, em que o cultivo é realizado em meio à Mata Atlântica. Mas muitos cacauicultores têm apostado em novas áreas como o Cerrado baiano. De acordo com a Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb), o local desponta como um cenário promissor. “Eu tenho certeza de que com essa regionalização da cacauicultura e com essa alta produtividade que estamos registrando aqui, nós vamos ter surpresas em investimentos na região na parte de industrialização”, diz Moisés Schmidt, cacauicultor e diretor regional da Faeb. O cacau avança a passos largos nas regiões não tradicionais, prova disso foi a chegada da empresa Biobrasil Mudas, no oeste da Bahia. Ela desenvolve mudas de cacau específicas para o cerrado baiano. Tecnologia e muita inovação fazem parte do processo, que vem conquistando novos adeptos desde que foi implantado, há dois anos. Com 250 hectares cultivados nesta temporada, o cerrado registra boa adaptabilidade na implantação da cultura e registros de alta produtividade. O Brasil não é autossuficiente em cacau, e de acordo com a Associação Nacional das Indústrias Processadoras de Cacau (Aipc), com mais uma região produzindo na Bahia, espera-se suprir parte da demanda da indústria brasileira. Em 2023, a Bahia deve manter sua posição como a maior produtora nacional de cacau. o estado espera superar em aproximadamente 45% o volume do ano passado, totalizando, em 2023, 200 mil toneladas. “A perspectiva é que este ano teremos o maior recebimento a partir de abril, quando começa a safra da temporada e o cacau do sul da Bahia começa a entrar em grande volume. acreditamos que devemos receber, neste ano, em torno de 200 mil toneladas, consolidando os resultados das últimas ações”, complementa Ana Paula Losi. O fruto que recebe investimentos tão importantes no nordeste e em todo o Brasil é matéria-prima para a indústria na produção de manteiga de cacau, cacau em pó e chocolate, item que é protagonista na mesa dos brasileiros, especialmente na Páscoa.

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