quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Governo reforça medidas para elevar oferta de crédito ao setor rural

O governo ampliou ontem o pacote de medidas que visam a elevar a oferta de crédito de curto prazo ao setor rural. Circular do Banco Central reforçou os termos de uma resolução de setembro de 2007 que permitiu aos bancos a reclassificação, para categoria de menor risco, das operações de renegociação ou prorrogação de dívidas de crédito rural. A medida permitirá aos produtores elevar seus limites de crédito bancário a partir da reclassificação em níveis de risco menos elevados. Assim, teriam acesso a novos créditos, a juros teoricamente mais baixos para custeio, investimento e comercialização da safra 2008/09. Para garantir esse direito, entretanto, os produtores terão que submeter as operações, caso a caso, a uma nova avaliação do banco. A medida também vale para operações com recursos do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO) e do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Lideranças rurais, auxiliadas pela bancada ruralista e o Ministério da Agricultura, faziam forte pressão sobre a área econômica do governo para "abrir a janela" à redução do nível de risco. Os bancos relutavam em aceitar uma nova resolução porque temem exposição maior ao risco de crédito em um momento de crise na área. Além disso, as carteiras de crédito têm sido avaliadas com lupa por investidores e agências de classificação de risco. "Qualquer alteração pode sugerir um afrouxamento no controle de concessão de crédito", afirma um executivo de banco. A nova ação do governo soma-se à antecipação de R$ 5 bilhões em recursos do Banco do Brasil para operações de custeio e à elevação de 25% para 30% das exigibilidades sobre depósitos à vista, além da redução "carimbada", de 45% para 42%, nos depósitos compulsórios sem remuneração. O governo ainda avalia criar uma linha de R$ 1 bilhão para reforçar o capital das cooperativas de crédito e de produção agropecuária, além de elevar, de 65% para 70%, as exigibilidades sobre recursos da poupança rural e usar o excedente dos repasses do Tesouro Nacional aos fundos constitucionais - R$ 527 milhões até agosto - para financiar o comércio exterior do agronegócio.

Nenhum comentário: