quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Banco Central dipara "artilharia" para segurar câmbio

O dólar comercial fechou a sessão de hoje em queda de 3,15%, cotado a R$ 2,305 no mercado interbancário de câmbio, após saltar 12,53% nas três sessões anteriores e subir até 6,39% logo na abertura dos negócios hoje. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar à vista fechou em baixa de 3,13%, também a R$ 2,305. O giro financeiro total à vista disparou 148%, para US$ 7,539 bilhões. A moeda americana devolveu os ganhos iniciais e passou a cair em relação ao real, até bater na mínima de 2,250 (-5,46%), em reação ao anúncio pelo Banco Central de um programa de venda de swap cambial de até US$ 50 bilhões, que foi seguido de uma série de leilões de venda direta de dólar. Ao todo, a autoridade monetária fez cinco operações, duas de venda de swap cambial, num total de US$ 2,227 bilhões, e três leilões de venda direta, com negociação estimada de cerca de US$ 850 milhões. "O BC está dando saída para o mercado", avaliou um operador de um banco estrangeiro. Para esta fonte, o BC deve reforçar ainda mais a dose dos leilões diários a fim de atender à demanda que está grande, uma vez que atuações a conta-gotas, como vinham sendo feitas, não resolvem, avaliou. Não fosse a forte ação do BC no câmbio hoje, o mercado poderia ter sido pressionado pela continuidade das perdas nas bolsas internacionais e na brasileira e as notícias domésticas desfavoráveis, disse um profissional. Ele citou, por exemplo, o déficit de US$ 2,769 bilhões na conta corrente do balanço de pagamentos, valor acima das previsões. Segundo este operador, o fato de os bancos estarem comprados em dólar em cerca de US$ 7,146 bilhões este mês até a última terça-feira (dia 21) não quer dizer que estão com essa posição desprotegida, ou seja, devem também estar vendidos em outra ponta no mercado futuro.

Nenhum comentário: