sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Rombo do banco PanAmericano deve ir a R$ 4 bilhões

O rombo do banco PanAmericano é de aproximadamente R$ 4 bilhões, R$ 1,5 bilhão superior aos R$ 2,5 bilhões estimados pelo Banco Central e pelo Fundo Garantidor de Créditos em novembro do ano passado, segundo o jornal "Folha de S. Paulo" apurou com técnicos que finalizam o balanço. O balanço de 2010 será entregue na próxima segunda-feira (31/01) na CVM (Comissão de Valores Mobiliários). O novo valor é resultado de fraudes contábeis feitas pela antiga diretoria. Os executivos vendiam carteiras de crédito para outros bancos, mas mantinham os valores na contabilidade para disfarçar os resultados negativos. Auditores, economistas e advogados estão chocados com a bagunça que imperava na administração do banco. Os rumores sobre o aumento do rombo derrubaram ontem em 9,27% a cotação das ações preferenciais do banco de Silvio Santos. De 31 de dezembro até ontem, haviam subido 19,75%. Em 15 de novembro do ano passado, a "Folha de S. Paulo" revelou que o buraco do PanAmericano poderia ser maior do que os R$ 2,5 bilhões. O rombo foi coberto por empréstimo do Fundo Garantidor de Créditos, entidade privada que recebe recursos dos correntistas, a Silvio. Ontem, o jornal "O Estado de S. Paulo" informou que o rombo maior deve exigir um novo empréstimo do fundo. O fundo só cobrirá o rombo a maior descoberto se não houver outra saída. O que se negocia é uma engenharia financeira pela qual Silvio Santos ganharia um novo sócio. Quatro bancos demonstram interesse no PanAmericano por conta da clientela que ele tem nas classes C e D: Bradesco, Santander, Safra e BCG Pactual. O fundo não quer colocar mais dinheiro no PanAmericano, mas pode dar garantias a um eventual novo sócio. Três possibilidades de ajuda já foram discutidas: 1) o fundo pode se responsabilizar pelo contingenciamento, ou seja, ficaria responsável pela reserva que o BC obriga as instituições a fazer quando têm inadimplência; 2) a entidade pode dar fiança ao novo sócio para as carteiras de crédito do PanAmericano; 3) pode fazer algum acordo com a Caixa, pelo qual a sócia do PanAmericano entraria com novos recursos. O Grupo Silvio Santos não comenta o aumento do rombo. Mas executivos disseram à Folha que o Fundo Garantidor pressiona o empresário para que ele venda o PanAmericano por um preço menor para um dos grandes bancos brasileiros. O PanAmericano não quis se pronunciar. O fundo diz que vai esperar o balanço para fazer comentários.

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