sábado, 24 de janeiro de 2015

Mercado de carro usado cresce pelo quinto ano seguido


Os seguidos reajustes de preço dos carros novos e o fim do desconto do IPI para esses veículos estão fazendo a alegria do mercado de usados. Em 2014, enquanto a economia andou de lado e as vendas de novos recuaram pelo segundo ano seguido, os revendedores de usados comemoraram o quinto avanço anual consecutivo. E a expectativa é de mais crescimento em 2015.As vendas do segmento aumentaram 6,5% em todo o país no ano passado, o melhor desempenho desde 2011, segundo a série histórica da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). O avanço no Paraná foi parecido, de 6,3%, de acordo com a Assovepar, que reúne os revendedores do estado. “Estudos de mercado indicam que devemos ter uma evolução próxima de 5% neste ano. Está havendo uma migração do consumidor de novos para usados”, diz Antônio Deggerone, vice-presidente da Assovepar e dono da revendedora Exclusiva. Um dos indícios dessa migração está na relação entre as vendas de cada segmento. Até meados da década passada eram negociados mais de quatro automóveis usados a cada zero-quilômetro que saía da concessionária. Esse índice caiu gradualmente, conforme o aumento da renda e a ampliação do crédito estimulavam a compra de veículos novos, mas voltou a subir nos últimos anos. Do piso de 2,3 usados por novo registrado em 2009, época da primeira redução do IPI, chegou à marca de três por um no ano passado, a maior desde 2007. “Como o acesso ao crédito ficou mais difícil, quem tinha a intenção de comprar um carro zero de R$ 40 mil ou R$ 50 mil passou a procurar um usado de R$ 20 mil ou R$ 30 mil”, diz César Lançoni, dono da Cabral Automóveis. É verdade que o crédito também ficou mais restrito para os carros de segunda mão. Mas, como a prestação é mais baixa, cabe mais fácil no orçamento do comprador – e o financiamento tem mais chances de ser aprovado. Segundo lojistas consultados pela Gazeta do Povo, os bancos já não financiam compras com entrada de menos de 20%. Muitas vezes, exigem parcela inicial ainda maior, de 30% ou 40%. “Antigamente, 70% dos carros usados eram financiados. Ano passado, foram só 35%”, diz Ilídio Gonçalves dos Santos, presidente da Fenauto, a federação nacional dos revendedores. O dirigente não se queixa das restrições. “Os bancos estão agindo com mais responsabilidade. É melhor que deixar a inadimplência crescer”, diz. “Para nós, é interessante que o cliente financie em no máximo 36 vezes, porque vai trocar de carro mais cedo e girar o mercado. Quando comprava sem entrada e parcelava em 60 meses, ele não conseguia fazer a troca tão cedo.” Ao contrário de muitos colegas, Ilídio está otimista com as perspectivas para o crédito em 2015. O principal motivo é a entrada em vigor, há dois meses, de uma lei que facilita a retomada de veículos de consumidores inadimplentes. “Retomar o carro será menos custoso para os bancos. Assim, eles podem melhorar as condições do crédito”, diz. Informações do jornal Gazeta do Povo.

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