terça-feira, 9 de junho de 2015

Estados do Sul discutem fim da vacina de aftosa


Representantes dos governos de Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul se reuniram nesta terça (09/06), em Porto Alegre, para discutir a febre aftosa. A ideia é que os estados suspendam a imunização contra a doença. Esse foi o primeiro encontro do grupo de trabalho que reúne secretários da Agricultura integrantes do Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul). O secretário do Conselho, Vicente Bogo, ressaltou a importância destes diálogos entre os Estados para tratar do tema. – Cada Estado procurou suas soluções separadamente até agora, mas se verificou que não há uma boa solução isoladamente. Para um Estado interromper a vacinação e acessar mercados específicos, é preciso que os Estados vizinhos, e inclusive os países vizinhos tomem suas providências para controlar a doença – aponta Bogo. Atualmente, apenas Santa Catarina pode exportar sem a obrigatoriedade da vacina, por ter o certificado da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, na sigla em inglês). A situação permitiu aos catarinenses exportarem cerca de 3,2 mil toneladas de carne suína ao Japão no ano passado. "Nós ganhamos muito com isso. São mercados mais promissores, as indústrias podem agregar mais valor à sua produção, fora o gasto que Estado deixa de ter", diz o secretário de Agricultura e Pesca de Santa Catarina, Moacir Solpesa. Só o Paraná encontra resistência na própria cadeia produtiva de carne para a suspensão da vacina. De acordo com o secretário de Agricultura paranaense, Roberto Ortigara, o problema é a dinâmica da bovinocultura no Estado. "As terras em Mato Grosso do Sul são mais baratas que no Paraná. Assim, o rebanho sul-matogrossense é maior que nosso, com maior capacidade que nós de gerar bezerro, garrote, boi magro maior. Muitos pecuaristas do Paraná fazem somente a terminação do gado", explica Ortigara. Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul possuem propriedades em fronteiras com países vizinhos como o Uruguai e Bolívia. Por este motivo, o que pode ser uma vantagem comercial, pode também dificultar a suspensão da vacina. "Nós temos 700 quilômetros de fronteira seca com o Paraguai. Isso é uma fragilidade e precisamos discutir medidas que minimizem ao máximo a possibildiade de um eventual surto em Mato Grosso do Sul", diz o secretário de Produção e Agricultura Familiar do Estado, Fernando Lamas.

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